Karen Faria...
Abri a primeira caixa, uma enorme que estava me matando de curiosidade, me surpreendi ao abri-la e encontrar uma tela gigantesca, fui para as outras caixas e comecei a abri-las também, havia um cavalete bem grande, diversos pincéis de diferentes tamanhos e materiais, lápis e carvão para esboço, três paletas para as tintas, verniz para o acabamento do quadro, espátula para misturar as tintas e é claro que as próprias tintas, tinham todas as cores. Além desses materiais para pintura encontrei um mp3 branco já acompanhado de fones, liguei o aparelho e dei play na primeira música, fiquei surpresa quando notei que todas as músicas ali faziam parte da minha playlist favorita, isso tudo não pode ser coincidência, como saberiam tanto sobre mim?
Pensei em não tocar em nada, não queria que pensassem que eu estava aceitando algo deles, mas eu estava sozinha, entediada, com medo e ansiosa, inclusive tive uma crise horrível de ansiedade e graças a ela acabei cedendo, pintar sempre me ajudou quando acontecia. Peguei as tintas e comecei a misturá-las com a espátula na paleta, depois peguei o lápis e comecei um esboço na tela, não tinha nada em mente, só movimentei minhas mãos seguindo meu instinto. Quando me dei conta já tinha feito a silhueta de uma mulher, mas é claro que não foi qualquer mulher, era da minha querida Elizabeth, como estou com saudades dela, queria tanto estar ao lado dela agora, ou melhor, em cima dela.
Fui fazendo cada parte daquela mulher caprichosamente, cada detalhe dela, meu peito estava estufado de saudade, quem diria que ela me deixaria assim? Estava terminando a parte do rosto quando ouço o barulho daqueles sapatos novamente se aproximando por trás de mim.
- Uau! É ainda melhor do que pensávamos. - Disse eu nem lhe respondi ou virei para vê-lo, simplesmente ignorei e continuei. - Tão boa quanto a sua mãe, ela estaria orgulhosa agora com toda certeza. - Agora sim conseguiu minha atenção, como essa pessoa conheceu minha mãe? Franzi a testa querendo entender mais disso tudo. - Sim, conhecemos sua mãe, ela era uma ótima pessoa, e muito talentosa também, assim como você minha linda.
- Conheceu minha mãe? - Afirmou. - Como?
- Isso é algo que vamos deixar para amanhã, mas por favor, continue. - Deu as costas e saiu antes que pudesse dizer algo, é sempre assim.
Continuei até meus olhos pesarem e cai num sono profundo, pensar na Elizabeth me enchia de tristeza por estar longe dela e com saudades, mas também me trazia uma sensação gostosa pois algo em mim dizia que eu estaria em seus braços novamente, e de certa forma, que ela me tiraria daqui. Acordei no dia seguinte sem ter a mínima noção de que horas eram e por incrível que pareça dormi bem, enquanto eu dormia colocaram um travesseiro debaixo da minha cabeça e puseram um cobertor sobre mim, não só isso, também levaram dali o meu quadro da Elizabeth, os materiais estavam na parede não muito longe de mim, mas a tela eles levaram.
- Ei você. - Falei para um dos homens que fazia a segurança do local. - Para onde levaram a minha tela?
- Quando dormiu o chefe mandou retirar do galpão.
- Trás de volta, ainda não terminei.
- Não posso senhora.
- E por que não? - Falei cruzando os braços.
- Não estou autorizado senhora, se for só isso, peço sua licença. - Deu as costas e voltou ao seu posto.
Que merda! Para que me deu a porcaria do material de pintura e me incentivou a continuar se não deixa se quer eu terminar? Sabia que não deveria ter aberto droga nenhuma, mas não, eu e minha curiosidade. Minutos depois ouvi o barulho daqueles sapatos novamente, aqueles malditos sapatos, dessa vez o tal veio com uma bandeja de café em mãos.
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Querida Elizabeth
Romancekaren é uma jovem que acabou de completar 18 anos quando seu pai viúvo surge apresentando-lhe sua nova madrasta Elizabeth, Não sabe se sente raiva e nojo por sua madrasta ter poucos anos a mais que ela ou se cede a excitação que a mesma lhe causou s...