Karen Faria...
A última coisa que me lembro foi de estar ao lado da Elizabeth no carro e adormecer com aquela voz angelical, mas agora que abri meus olhos estou presa nesse quarto minúsculo, com as pernas e braços amarrados por correntes de ferro. O lugar é feio e velho, não há móveis aqui, estou jogada em cima de um colchão velho no chão mesmo, além de mim e o colchão tem apenas um balde. Pisco os olhos algumas vezes para ter certeza que estou realmente nesse lugar e que isso não é só mais um pesadelo, mas infelizmente é real, mas por que estou aqui? E quem me trouxe?
Poucos segundos após acordar a porta é aberta, uma pessoa com o corpo e rosto totalmente cobertos vem até mim em silêncio, liberta minhas pernas e braços, mas prende os pulsos agora numa algema e me conduz segurando firme em meu ombro para fora, eu não fui capaz de proferir uma só palavra, não entendo o porquê, tinha tantas coisas a dizer e perguntar, mas nada saiu, não conseguia formular frase alguma, minha mente parecia ter sido chacoalhada com força.
Saindo do quartinho não havia absolutamente nada, só uma mata alta e árvores.
A pessoa que me conduzia pegou uma faca enorme que estava jogada ao lado do quartinho e a usou para abrir caminho, andamos pelo que pareceu ser uns quinze minutos, nenhum som se ouvia além dos cortes da faca, eu ainda estava meio desnorteada com tudo isso. Enfim chegamos aos fundo de uma propriedade, era na verdade um celeiro, no centro uma cadeira de ferro onde fui colocada e presa novamente, dessa vez com as pernas abertas e cada uma presa em uma perna da cadeira, as mãos juntas e os pulsos ainda presos na algema mas agora por trás da cadeira. A pessoa que me trouxe apenas me prendeu e se certificou de que eu não haveria como me soltar e saiu, fiquei sozinha por alguns minutos sem entender absolutamente nada, foi aí então que acordei para a situação e o desespero tomou conta de mim, eu dava gritos e mais gritos na expectativa de que alguém aparecesse e me tirasse dali, mesmo sabendo que isso com certeza não vai acontecer. Em meio aos meus gritos ouvi passos vindo por trás de mim, o contato dos sapatos no chão fazia um barulho alto e incômodo, quem caminhava tinha passos firmes e não tinha pressa em chegar, o som foi ficando cada vez mais alto me indicando que a pessoa estava se aproximando mais e mais, até sentir uma mão alisando meus ombros da ponta do direito ao esquerdo. Eu estava de cabeça baixa, fiquei assim até ver que a pessoa se posicionava a minha frente, quando vi seus dois pés parados na minha direção levantei meu rosto devagar, mas assim como a primeira pessoa estava completamente coberta, quando digo isso quero dizer que nada se via além de seus olhos, suas roupas cobriam todo seu corpo, e uma máscara de esquiar cobria seu rosto acrescida de uma máscara do tipo que é usada em festas a fantasia ou no carnaval.
- Quem é você? O que você quer de mim? - Eu gritava em seu rosto.
O ser a minha frente transbordava serenidade, enquanto eu estava um poço de ansiedade, não obtive uma resposta imediata, apenas um carinho no queixo e depois seus passos o levando para longe de mim, a alguns metros tinha uma mesa, em cima dela um aparelho que eu não consigo decifrar pela distância mas era semelhante a um controle remoto, fazia tudo a passos lentos acabando de vez com o meu psicológico, como alguém pode ficar tão leve fazendo isso a outra pessoa? Com o aparelho em mãos se aproximou de mim mas mantendo uma certa distância, pôs o aparelho próximo a garganta e começou a falar enquanto dava voltas em torno de mim.
- Não precisa ter medo, está a salvo agora. - Sua voz saiu como um robô devido ao aparelho modificador de voz em sua garganta
- Me tira daqui! Me deixa ir! Eu quero ir para a casa.
- Você está em casa, está com a sua família agora. - Olhei confusa não entendendo do que falava, como assim estou com minha família agora? Se ajoelhou a minha frente olhando em meus olhos e pondo suas mãos delicadamente em meu rosto. - Há muitas coisas que você não sabe Karen, não ainda, mas com o tempo te contaremos. Hoje você vai dormir lá naquele lugar onde acordou, mas antes vamos ligar para a sua madrasta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Querida Elizabeth
Romancekaren é uma jovem que acabou de completar 18 anos quando seu pai viúvo surge apresentando-lhe sua nova madrasta Elizabeth, Não sabe se sente raiva e nojo por sua madrasta ter poucos anos a mais que ela ou se cede a excitação que a mesma lhe causou s...