Capítulo 31

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Karen Faria...








- Era sua dona? - Giovanna pergunta assim que encerro a chamada com a Elizabeth.

- Sim era a Elizabeth sua idiota, não entendo porquê sempre chama ela de minha dona.

- Deve ser porquê ela é mesmo, só você que não vê, a mulher só falta mandar na sua bexiga. - Realmente a Elizabeth é muito controladora, tudo piorou depois do sequestro, sinto que a cada dia ela fica pior, entendo que todo esse controle é preocupação mas as vezes ela passa dos limites, me sinto sufocada. - Estou te falando, isso não vai fazer bem para você.

- Deixa de besteira, se ela te pega falando isso arranca sua língua com a unha.

- Falando o que? A verdade? Tudo bem se você não quer aceitar, mas eu estou dizendo porquê quero o seu bem, esse relacionamento de vocês é mais tóxico que o bafo da minha mãe.

- Ai você pegou pesado em.

- Não peguei e você sabe disso, mas já cansei de te alertar, daqui a pouco você volta e diz que eu estava certa.

Sempre que a Giovanna fala essas coisas eu fico pensativa, porquê em parte sei que ela tem razão, todo esse controle da Elizabeth está ficando demais e eu me sinto cada vez mais sufocada, impotente, dependente, já deixei de me sentir segura com todo esse cuidado, agora ele me causa desconforto. Já tentei dizer a ela, mas ela não me deixa falar, me corta e vem sempre com a mesma história de que isso é para me proteger, pois ela não quer me perder de novo. Deixo esses pensamentos de lado pois não quero que nada estrague meu passeio a praia, fomos nós duas e mais três seguranças há uma praia vazia, aliás essa foi uma das regras impostas pela Elizabeth para que eu pudesse vir, que fosse num local vazio e pouco movimentado, mas me sinto numa ilha deserta aqui nesse lugar, sinto saudade da movimentação, das vozes, das pessoas conversando e crianças brincando, da música, de contato.

O lugar é tão vazio que nem se quer tem algum vendedor por aqui, nem de cadeiras, guarda sol, comida, bebida, picolés, absolutamente nada nem ninguém, por sorte trouxemos tudo que podíamos precisar. Montamos nosso guarda sol e abrimos nossas cadeiras, passamos protetor solar uma na outra, os seguranças olhavam de cara feia quando a Giovanna passava o protetor pelo meu corpo, balançavam a cabeça em negação um para os outros, acredito que imaginando que a Elizabeth não vai gostar nada de saber disso, mas graças a esses linguarudos ela vai saber. Confesso que sempre notei a malicia e segundas intenções da Giovanna, não nego que ela é uma mulher linda, educada, gentil, gosto muito da sua companhia e se não tivesse a Elizabeth na minha vida certamente já teria me envolvido com ela, ainda que fosse só sexo, mas isso não tem como acontecer, só tenho olhos para a minha senhorinha.

Ela passa o protetor alisando a minha pele e apertando, seus olhos estão perdidos no meu corpo, sua respiração pesa em mim, acho melhor eu cortar isso antes que a Elizabeth arranque as mãos dela.

- Anna. - A chamo assim quando ela faz algo errado, uma forma que encontrei de alerta-la sem que a Elizabeth perceba. - Acho que já está bom de protetor. - Falo olhando para suas mãos e para os seguranças, ela entendo o recado e tira as mãos de mim.

- É, acho que está bom, mas melhor termos cuidado, o sol está bem forte hoje. - Ela disfarça. - Vamos dar um mergulho?

- Claro, só vou tomar um pouco de água e avisar a Elizabeth que já chegamos. - Pego meu celular e já vejo várias mensagens dela e ligações, ela liga mais uma vez e eu atendo.





Ligação on





Oi meu amor, ia te ligar agora mesmo, já chegamos a praia. -

Querida ElizabethOnde histórias criam vida. Descubra agora