Elizabeth...
Levantei com uma dor no peito, em parte por medo de algo ter acontecido a eles bem debaixo do meu nariz e a outra parte por não ter arrumado a cadeira e deixar ela bagunçada.
Sai feito doida em passos largos e apressados pelo hospital em busca dos dois, abria a porta dos quartos nem me importando com quem ou como estivesse, até que num dos quartos vazios eu encontrei o doutorzinho. Quando percebi já estava com minhas mãos no pescoço dele e seus pés já não tocavam mais o chão, seus olhos quase saltavam para fora e ele tremia como se estivesse levando um choque, fraco demais para ter feito algo com eles, mas quem dera tivesse pensando nisso antes.
- ELIZABETH? - Minha menina me chamou assustada. - Meu deus! Solta ele! - O larguei lá de qualquer jeito e fui até ela.
- Você está bem? Alguém te machucou? Onde estava? - As perguntas saiam sem parar e eu procurava nela alguma marca.
- Está doida? Eu estou ótima. Estava com meu pai, ele vai mudar para esse quarto mas queria respirar um pouco, então levei ele por alguns minutos enquanto arrumavam o quarto. O doutor Alan fez questão de fazer isso pessoalmente. - Vacilei feio. - Mas por que estava fazendo isso com ele? Já é a segunda vez que vejo algo estranho quando os dois estão sozinhos, por que?
- Não é nada querida, eu só tive uma reação exagerada. Ele nem tem culpa na verdade, só não vi vocês dois no quarto e fiquei preocupada, pensei que tivesse acontecido algo, meu sonho contribuiu me deixando mais nervosa ainda e eu não soube separar ele da realidade.
- Te conheço Elizabeth, sei que está dizendo a verdade. - Ufa, raspando. - Mas sei também que essa não é toda a verdade, mas conversaremos sobre isso depois. - Que merda. - Doutor, meu pai já pode vir? - O doutorzinho esfregava o pescoço e sem forças para falar apenas balançou a cabeça positivamente.
Antes que Karen saísse do quarto ele correu passando a frente dela, não tenho dúvidas que fez isso por medo de ficar sozinho comigo de novo, de certa forma me diverti com o pavor dele, um pequeno sorriso involuntário surgiu mas logo morreu quando Karen me olhou cerrando os olhos de cara fechada antes de cruzar a porta, isso vai dar problema, por mais que esse sujeito não esteja envolvido em nada já está me causando problemas. Eu tinha que pensar em algo para dizer a Karen, algo capaz de convencer ela, pelo que viu do doutorzinho não vai ser nada fácil. Antes que eu formulasse algo ela retornou com Anderson numa cadeira de rodas, dessa vez estava acordado e isso era ótimo, precisamos conversar sobre muitas coisas, mas principalmente poderá me falar de onde conhece o doutorzinho antes que eu arranque essa verdade dele de um jeito não muito gentil.
- Me ajuda aqui né querida. - Minha menina disse toda nervosinha, adoro quando ela é irônica me chamando de querida.
- Poxa, já pegou essa mania chata da Beth de chamar todo mundo de querida é? - Anderson quem fala agora. - Ninguém merece...
- Cala boca seu chato, te derrubo dessa cadeira ai.
- Todo mundo é? - Karen me olhou com a sobrancelha arqueada, ciúmes talvez?
Não disse nada, só peguei ele e o ajudei a deitar na cama mas a minha vontade era de fazer o que disse e derrubá-lo da cadeira. Ajeitamos tudo o deixando mais confortável possível, passamos um bom tempo ali só falando besteiras, o clima estava leve e gostoso, por um breve momento até me esqueci da nossa realidade, Anderson parecia ler minha mente pois no mesmo momento pediu que Karen se retirasse do quarto para podermos conversar sozinhos.
- Filha, pode nos deixar sozinhos uns minutos? Quero conversar com a Elizabeth mas não vai demorar. - Ela deu um beijo nas costas da mão dele e saiu. - Pela sua cara já sei que vem sermão pela frente, vai pode falar.
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Querida Elizabeth
Romancekaren é uma jovem que acabou de completar 18 anos quando seu pai viúvo surge apresentando-lhe sua nova madrasta Elizabeth, Não sabe se sente raiva e nojo por sua madrasta ter poucos anos a mais que ela ou se cede a excitação que a mesma lhe causou s...