Capítulo 13

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Elizabeth...


Eu não podia acreditar, não queria que fosse verdade, queria que estivesse escutado errado mas nunca ouvi uma frase tão bem falada. Era isso, ela trouxe a menina para casa com intenção de transar com ela, e pelo visto a noite vai ser animada, pediu algemas e uma caixa preta, eu tenho certeza que não vou gostar nada de descobrir o que tem naquela caixa, a menos que ela use comigo. De certa forma sei que isso pode ser bom para ela, ela não pode viver querendo alguém que não pode ter, que faz insinuações e logo depois recua, isso a machuca, sei disso e não me orgulho nenhum pouco, mas jamais quis isso. Talvez conhecer uma nova pessoa seja tudo o que ela precisa agora, espero que essa menina seja para ela tudo o que eu quero mas não posso ser, que cuide dela e a faça feliz, pois é isso que me importa agora, a felicidade e o bem estar dela. Mas não sei se vou conseguir ver ela com outras pessoas, está doendo tanto, ela me faz sentir coisas que eu não sentia desde a época de escola, desaprendi a lidar com esses sentimentos. Ver aquela garota sorrindo para ela e com aquele olhar me despertou uma fúria da qual eu nem imaginava existir em mim ainda, quando vi Karen a carregar pelo braço sem nem me dar ouvidos meu maior desejo ali era puxar os cabelos daquela garota e arrastá-la para fora.

A menina é linda, tem a pele branca e os cabelos ondulados longos, olhos castanhos, lábios grossos e rosados, usava um moletom grosso marrom e uma calça branca, não parece ser má pessoa, sinto até que posso me arrepender de sentir isso, mas só de estar ao lado de Karen já a detestei. Seu interesse na minha menina já era nítido, e agora com esse áudio de Karen para Joana só confirmei minhas suspeitas, precisava ter dito em áudio sabendo que Joana estava aqui comigo? Mas sei que fez isso de propósito, para mostrar que não se importa mais comigo e que já está com outra pessoa. Mas esse truque não é novo, inclusive eu mesma já o usei, e ele significa que eu ainda tenho motivos para ter esperanças, se está tentando me atingir é porquê não superou de verdade, mas quem superaria tão fácil uma mulher deliciosa dessas? Talvez não agora, não hoje que estou completamente acabada, mas eu sou, só preciso trazer esse meu eu de volta. Não posso negar o óbvio, ela estar com essa "Gi" não me agrada nadinha, sei que ela está fazendo isso porquê acha que eu transei com o pai dela, deveria ser normal já que sou sua madrasta, mas pra ela foi inaceitável, mas eu não fiz nada de verdade e não vou deixar que ela faça também. Meu plano é arriscado, tem probabilidade de dar errado, mas vai servir para duas coisas, se ele der certo terei a atenção dela para mim e ela não vai ficar com aquela garotinha, servirá também para ver até onde essa nova postura dela vai, se eu estiver certa acabará em segundos, mas se eu estiver errada saberei que realmente estou em maus lençóis com ela.

Esperei que Joana saísse do quarto e fosse levar as coisas para ela, corri para o banheiro e quando ouvi o barulho da porta sendo aberta derrubei o máximo de itens possíveis no chão fazendo um grande barulho e me sentei rapidamente no chão de mal jeito para fingir uma queda, ouvi passos como se estivessem correndo e um sorriso surgiu em meu rosto, sou uma gênia, mas tive que escondê-lo e forçar uma cara de dor. Logo as três apareceram eufóricas na porta do banheiro, ele estava uma verdadeira bagunça, terei que me redimir com Joana depois sem que ela saiba, o barulho que fiz foi realmente alto, tinham que ver como as três chegaram na porta do banheiro, foi hilário, me segurei firme para manter a personagem.

- O que aconteceu? Você está bem? - Karen perguntou se abaixando e segurando minhas mãos toda preocupada, minha menininha ainda está ai, ela ainda se preocupa comigo. - Elizabeth? Responda!

- Eu esto... estou bem. - Disse com uma mão na cabeça fingindo sentir dor, sou uma atriz maravilhosa.

Me ajudou a levantar devagar e com cuidado, me olhava toda nervosa, pôs meu braço envolta de seu ombro e me segurou com a outra mão pela cintura, meu corpo tremeu ao sentir sua mão grande me apertando, que saudade eu estava desse toque. Me deitou na cama cautelosamente e a outrazinha lá até me ajudou, ajeitando minha cabeça no travesseiro e as pernas na cama.

Querida ElizabethOnde histórias criam vida. Descubra agora