Capítulo 23

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Elizabeth...








Depois do meu breve surto, me levantei e fui direto para a sala de segurança da mansão checar as câmeras de vigilância, acreditam que o segurança estava morto na sala com um corte no pescoço? Comecei a revisar as filmagens e as câmeras estão sem funcionar desde as três horas da manhã, lembrei que foi quase nesse horário que acordei na banheiro com aquela sensação ruim e com ela em meu pensamento, deveria ter seguido minha intuição, deveria ter escutado os sinais que o meu corpo me deu, que droga! Mas não adianta lamentar agora ou me culpar, preciso agir, preciso trazer ela de volta. Fui ao seu quarto procurar pistas ou algum rastro que possam ter deixado, mas como já disse antes, tudo estava exatamente como deixei ontem, nem mesmo sinal de luta ou resistência, isso quer dizer que ela saiu por vontade própria ou de alguma forma a deixaram inconsciente antes que pudesse reagir.

Fui seguindo o caminho do quarto dela até a saída e simplesmente não achei nada, e isso está me deixando muito nervosa, tudo foi muito bem pensando e elaborado, quem está por trás disso pensou em tudo para que não houvesse erros. Revirei a casa de cabeça para baixo e nada, não é possível, não podem ter entrado e saído assim sem que ninguém visse. Fui até a portaria do condomínio saber se viram algo estranho durante a madrugada, até me deixaram ver as filmagens, mas ninguém entrou no condomínio pela madrugada, na verdade as últimas que entraram fomos eu e a Karen, e agora pela manhã apenas 2 pessoas saíram, um saiu sozinho de moto e a outra pessoa foi caminhando sozinha para realizar sua caminhada matinal. Como esses desgraçados entraram e saíram assim?

Estava tão apreensiva com o sequestro da Karen que até me esqueci que tinha que passar no hospital para buscar o Anderson, está ai mais uma, como se conta para um pai de filha única que acabou de ter alta do hospital e está com câncer que sua filha foi sequestrada?

Eu devo ter jogado pedra na cruz porquê não é possível.

Voltei para a mansão avisando a todos que se eles pensassem em sair poderiam se considerar mortos, não quero que limpem nada, nem vão a lugar algum, mandei todos ficarem na porta aguardando a minha volta, nem pedi que o Jonas me levasse, dirigi eu mesma sozinha até o hospital, acho que bati o tempo recorde.

- Demorou em, já estava achando que ia ficar por aqui. - Fala ele assim que entro no quarto, estou tentando agir como se tudo estivesse bem mas minhas mãos não me obedecem, estou suada e tremendo. - Onde está a Karen? - Meu coração começou a errar as batidas.

- Olá dona Karen. - O doutorzinho entra no quarto sorrindo, pelo menos para alguma coisa ele serviu. - Só assine aqui e ele já pode ir, ok? - Disse me entregando uma folha com uma caneta.

Entreguei as roupas de Anderson para que ele se trocasse enquanto eu assinava os documentos para a sua alta, ele estava feliz por sair, mesmo sabendo do câncer e que logo teria que retornar para mais exames e tratamento, mas o homem estava alegre como nunca antes, até estranhei. E o pior disso é saber que eu terei que acabar com essa alegria, ele já me perguntou umas três vezes mas eu arrumei um jeitinho para desviar do assunto, só contarei a ele quando chegarmos em casa. Não acho seguro contar no hospital, afinal o sequestrador deixou bem claro que tem gente a suas ordens por lá, se for aquele doutorzinho acabo com ele em menos de um minuto, aquele não serve nem para uma torturazinha. Também não acho prudente conversarmos no carro, tenho certeza que possuem escultas nele, mas não tive tempo de verificar. A mansão apesar do infiltrado tem uma área aberta muito grande e excelente para que eu fale com ele, sem contar que precisamos estar lá o mais rápido possível pois o maldito ou a maldita pode ter fugido, ou feito algo para apagar as pistas, mesmo eu não tendo encontrado nenhuma, eu estava nervosa e com isso posso ter deixado algo passar.

Fizemos o caminho de volta com ele falando da Karen o percurso todo, fazendo planos para passar o resto dos seus dias com ela, ele está bastante ansioso com a notícia do câncer mesmo que não demonstre muito, isso está mexendo com a mente dele, principalmente por não saber a gravidade do tumor ele já imagina o pior e que não terá muito tempo. Sinto o arrependimento em suas palavras por todos esses anos em que esteve distante da Karen, não só fisicamente, a todo tempo ele diz como poderia ter feito as coisas diferentes, como poderia ter sido mais atencioso com ela e ficado mais ao seu lado. Eu concordo em tudo, mas sei que agora ele não precisa que eu fale isso, precisa apenas que eu escute. O pior é que meu coração se comprimia toda vez que ele citava o nome dela, o medo, o nervosismo, o sentimento de impotência e raiva de mim mesma por não tê-la protegido transbordavam em mim, sem contar na dor de contar a ele sobre o que aconteceu, é muito difícil, não faço ideia de como fazer, mas que escolha eu tenho?

Querida ElizabethOnde histórias criam vida. Descubra agora