> Katsuo
[...] e pelo medo de um dia não conseguirem controlar as forças sobre-humanas que pisam na terra, os astecas forjaram uma faca usando cobre e partes de chifres de demônio. Segundo a crença do povo, basta cravar a faca no coração de um demônio para então sugar a sua alma de volta para o inferno.
Fecho o livro e o guardo na mochila. Eu estava na biblioteca desde ás 8 da manhã buscando soluções, mas encontrei apenas mitos. Não tinha como saber o que era verdade e o que era mentira, e não sabia no que arriscaria.
Volto para casa e continuo com as pesquisas. Havia pego livros extremamente antigos, e cada um deles dizia coisas diferentes. Se eu conseguisse contato com pelo menos mais um anjo, talvez eu conseguisse ajuda.
Meu celular apita e vou olhar as notificações. Tinham várias mensagens do grupo que Izumi criou para falarmos sobre o trabalho.
"Estudos Ambientais 🐢🌊"
Haru: meu pai me deixou de castigo pq esqueci de buscar meu irmão na escola, n sei se vou poder ir na festa hj
Izumi: foge
Haru: e eu vou andando por 8 km?
Daisuke: te dou uma carona
Haru: meu pai vai me matar...
Izumi: isso é o de menos, o importante é vc ir na festa
Haru: blz, mas me pega umas quadras pra frente, aí não tem risco de ngm ver
Daisuke: dboa
@Katsuo vc mora lá perto, se quiser pode ir com a genteVocê: se for tudo bem pra vcs
Daisuke: passamos aí às 9
Você: blz
• • • • •
- A gente tem que passar em algum lugar comprar bebida antes - Daisuke diz, assim que entro no carro.
- Tá ligado aquela distribuidora na rua do mercado? - Haru pergunta, ele estava no banco passageiro da frente.
- Sim só que naquela eles pedem identidade.
- Relaxa - Haru pega uma identidade no bolso onde dizia "Ren Haruno, 21 anos".
- Você é demais - Daisuke apaga a luz interior e liga o carro, dando partida.
A rua estava escura devido ao horário, o que tornava tudo mais perigoso ainda. A lua minguante estava escondida entre as nuvens, e as luzes da cidade estavam começando a se apagar.
Paramos e os meninos compram alguns engradados de cerveja e outras bebidas, confesso que não sou muito fã mas nada do que eu dissesse iria impedí-los. Agora eu não tenho mais meu dom angelical de influenciar as pessoas, infelizmente.
Chegamos na casa e já estava cheia, a maioria das pessoas ali parecia ser menor de idade. A música que tocava era alta, porém eu não conhecia. Daisuke estaciona o carro ao lado dos outros e então entramos, logo vemos Izumi vindo em nossa direção acompanhada de uma outra pessoa.
- Finalmente, pensei que tinham desistido - ela diz, rindo.
- Nunca né - Haru diz, ele estava segurando as bebidas.
- Quero apresentar a vocês o Naoki - ela segura a mão do garoto ao lado dela, ele era alto e tinha os cabelos loiros escuros e uma tatuagem no pescoço. Ele parecia ser bem mais velho que ela. - Ele é meu namorado. Haru, leva as bebidas na cozinha por favor. Só ir reto.
- E aí - Naoki diz, com um cigarro entre os lábios.
- Amor, vai lá com seus amigos que eu vou apresentar a casa pra eles - Izumi diz, e então ele sai, logo Haru retorna. - Venham, vou apresentar a dona da festa.
Seguimos ela até a área da piscina onde tinham muito mais pessoas. A maioria estava bebendo e fumando, alguns estavam até quase fazendo sexo em público.
- Ume, esses são Daisuke, Katsuo e Haru.
- Muito prazer meninos - a garota estende a mão para nós. - Daisuke, esse eu sei quem é.
- Nos conhecemos? - ele pergunta, confuso.
- Deixa pra lá. Aí, se vocês quiserem, apresento umas amigas minhas.
- Eu quero - Haru diz, com um sorriso malicioso.
- Haha, vem cá, a Yoko vai te adorar - os dois saem e logo um cara passa colocando copos de bebida em nossas mãos.
- Então, lá em cima ficam os quartos e os banheiros, se quiserem transar com alguém só invadir qualquer um, à direta fica a cozinha com as bebidas e tem pizza também - Izumi nos explica, apontando cada local. - Eu vou procurar meu namorado, ele deve tá morrendo de ciúmes por causa de vocês.
Ela sai e nos deixa sozinhos. Olhamos para o lado e Haru estava beijando uma garota que estava sentada no colo dele na beira da piscina.
- O cara é rápido - Daisuke diz, bebendo um gole do conteúdo que estava no copo.
- Poisé.
- Quer ir lá pra dentro?
- Vamos.
Entramos na casa de volta e sentamos em um dos sofás que tinha na sala, onde tinham menos pessoas. A maioria das pessoas que estavam na festa eram da escola, e isso me dava um mal pressentimento. Deixo o copo em cima da mesinha e encosto a cabeça no sofá.
- Você não bebe? - Daisuke me pergunta, se aproximando um pouco para falar devido ao som alto da música que estava tocando.
- Não curto muito.
- Ah sim. Você não é muito de festa, né?
- Sinceramente, não. Sou mais fã do casual.
- Entendi. Gosto disso em você - ele diz, bebendo mais um pouco da bebida. - Se importa se eu te beijar?
- Agora? Estamos em público..
- Relaxa, ninguém tá vendo - ele segura na minha nuca e me beija.
Seus dedos agarram meu cabelo e eu fecho os olhos. Sua língua dançava em sincronia com a minha e eu podia sentir o gosto da bebida que ele estava bebendo.
Separamos o beijo e ele encosta a cabeça no meu ombro. Permanecemos ali sentados até que vejo algo correndo para o andar de cima.
- Vou no banheiro.
Me levanto rápido, quase correndo, e subo as escadas. A casa tinha muitos quartos, vou abrindo um por um. Esbarro em um rapaz que estava saindo de um dos quartos, ele me xinga mas acabo não dando importância. Entro em um cômodo que possuía várias estantes de livros, parecia ser uma biblioteca. Acendo as luzes e a porta se fecha sozinha atrás de mim logo em seguida, revelando a causa do caos.
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Lágrimas de um Anjo
RomanceKatsuo é um anjo da guarda e possui uma única missão: proteger Daisuke, um adolescente de 17 anos, de qualquer perigo ou tentação abominada por Deus, porém Katsuo acaba se acometendo a um dos pecados julgado um dos piores entre todos. Tendo se apaix...