Capítulo 1

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Não existe triunfo sem perda, não
há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem sacrifício.”

(O Senhor dos Anéis) J.R.R. Tolkien

The Heir of the Dunedain

Aragorn era apenas um garoto
quando esteve pela primeira vez no vale de Imladris, na casa do senhor Elrond, onde eram abrigados, por amor do Elfo a seu irmão Elros e a descendência deste. Elros, assim como Elrond era um meio-elfo, e fora lhe dado assim como a todos de sua família a oportunidade de escolher entre a imortalidade dos Elfos e o indefinido destino dos homens, porque os Eldar, não morrem, a menos que sejam assassinados, e seu corpo destruído, e seu espírito é enviado aos Salões de Mandos, para que repousem e retornem se assim desejarem. Mas os Edain, ou homens, são vencidos pelo tempo e pelo cansaço e não há quem saiba para onde vão, senão de onde vem, e talvez levado por esse desejo, Elros, o meio-elfo, decidira viver como homem mortal. E mortal fora sua descendência, embora os Dunedain fossem abençoados com vida longa. 

— Fique perto de mim. — Lhe
disse o Elfo alto que o guiava. Legolas, era seu nome. O resgatara de ser devorado por uma horda de orcs, quando ainda era bem pequeno e por dois anos, eles vagaram no Ermo até Valfenda, onde, de acordo com Legolas, encontrariam refúgio.

— Meu príncipe. — Os Elfos de Imladris eram diferentes de Legolas. Possuíam cabelos longos e negros, olhos claros, e a pele tão alva quanto a luz da estrelas. O que lhes falava era o senhor Elrond, que viera a seu encontro montado em um cavalo negro de crina tão escura quanto a noite. Ele desceu e fez um cumprimento, pareceu particularmente feliz ao vê-lo, embora Aragorn não o conhecesse. — E Arathorn? — Legolas negou com a cabeça.

— Os soldados foram dispersos, senhor. — Respondeu-lhe com pesar.

— Meus filhos...

— Elladan sofreu ferimentos
graves, mas vai sobreviver. Já Elrohir... Bem, ele lida com a dor a seu modo. Era amigo próximo de Arathorn.

O Elfo de cabelos negros pareceu
confortar-se ao saber que os filhos estavam vivos, ao menos por enquanto. 

— Devem estar exaustos. — Ele estendeu uma das mãos ao garoto, que escondeu-se atrás de Legolas. Elrond sorriu, desistindo então da ideia. Aos poucos, Aragorn se acostumaria.

Naquele mesmo mês, uma visão lhe chegou enquanto observava o menino brincar no pátio de sua casa, agarrado às pernas de Elladan, seu filho mais velho - embora fosse nascido ao mesmo tempo que Elrohir -, e ao despertar-se, Elrond o passou chamar de Estel, que significa esperança, pois assim o passara a enxergar. E também, reconhecia a necessidade de esconder a identidade do herdeiro de Isildur, pois sabia que os servos do inimigo o procuravam. Acolheu-o então em sua morada e o criou como um de seus filhos, embora os meninos fossem de fato muito mais velhos que ele. Por algum tempo, sua presença tornou Imladris um lugar animado. O senhor Elrond gostava da ideia de ter uma criança correndo por seus corredores, já que faziam centenas de anos desde que o mais jovem de seus filhos tornou-se um elfo adulto. Uma eleth, na verdade. Arwen, e ela fora morar com seus avós em Lothlorien, ainda quando criança. Já Aragorn, era como Elladan quando menino agitado e corriqueiro, poderia correr por todo o dia com um pedaço de pau que ele dizia ser "O martelo do inimigo" , caçando algum dragão imaginário. Os anos que se passaram foram horas aos olhos do Elfo que o treinou, incumbido da missão de prepara-lo para um futuro do qual ele não tinha certeza, mas que sabia que seria importante.

— Mantenha as costas eretas,
Estel. — Legolas alinhou-o e observou a mira do arco. — Respire, mantenha a calma, você ainda não está em um campo de batalha.

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