Capítulo 25

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The advice

Com o advento do vigésimo primeiro ano, eles partiram e encontraram Elladan e Elrohir em Trevamata, assim como Aragorn havia imaginado. Os gêmeos ficaram profundamente gratos por vê-lo e ficaram surpresos ao encontrar Arwen com ele. Vinte anos não era muito tempo, mas eram anos mais que suficientes para o pai começar a se preocupar com o desaparecimento deles, então, no início da primavera, eles decidiram partir novamente para Valfenda. Embora Elrond ficasse grato por que finalmente desfrutar de alguns anos de paz, ele tentava mantê-los perto dele, especialmente nos últimos anos.

Portanto, o senhor de Valfenda ficou muito feliz em recebê-los em sua casa, que se tornava cada vez menos povoada a cada ano. Os elfos deixaram a Terra-média, e ele próprio pretendia fazê-lo, pois tinha certeza de ter feito tudo o que podia para ajudar seu povo na luta contra as trevas. Daeron não estava com eles e não sabia se ficava preocupado ou feliz com a notícia que Elladan trazia. Foi que Daeron conheceu uma elfa na floresta escura e, após uma discussão, ficou apaixonado e declarou que se casaria com ela. ela. Se possível. Na verdade, a história é bastante confusa, mas os gêmeos simplesmente dizem: “E viveram felizes para sempre”, como se isso fosse possível.

Naqueles dias, Valfenda recebeu um novo e improvável hóspede. Um dos muitos amigos que Elrond tinha além dos reinos élficos.

— E ele tem algum amigo? — Duvidou Elrohir, levando um pescotapa da irmã mais nova. Elrond não percebera, pois estava animado apresentando seu amigo. — Ai! Só disse a verdade.

— Então da próxima vez, fique quieto. — Sussurrou para ele.

Seu nome era Bilbo Bolseiro, um hobbit do Condado, e embora alguns pudessem ter ficado tentados a perguntar: “O que diabos é um hobbit?”, eles não o fizeram. Acontece que as bibliotecas antigas poderiam dar-lhes respostas e evitar tal constrangimento. Hobbits são criaturas pequenas e rechonchudas, com pés grandes e pele dura, por isso não usam sapatos. Eles gostam de usar cores vivas, especialmente verde e amarelo, e adoram música, comida e conforto, mas Bilbo provavelmente tendia a ser um pouco aventureiro... ah, e falar demais também. Ele contou-lhes sobre suas aventuras desde o Condado até a parte oriental do continente, além das fronteiras de Mirkwood, e até um lugar distante chamado Erebor. Eles conversaram um pouco sobre dragões, anões, orcs, águias marinhas, outros orcs, trocadores de pele e outros dragões. Elladan e Elrohir pareciam particularmente interessados na parte do dragão.

Elrond os observou de longe, seus olhos estavam focados em Aragorn em particular. Aragorn olhava para ele de vez em quando, depois olhava para Bilbo, ria de alguma coisa muito estúpida que ele dizia, ou olhava para Arwen, que parecia gostar das histórias da pequena criatura.

— Aragorn! — Ele o chamou por seu verdadeiro nome. E aquela era uma coisa rara de acontecer, exceto se tivesse algo de grande seriedade para lhe dizer. O homem pareceu um tanto quanto desconfiado. Olhou para Arwen como se pedisse socorro, mas ela simplesmente acenou com a cabeça na direção de Elrond. Ele engoliu em seco e caminhou lentamente para onde estava o elfo. — Posso falar-lhe um minuto?

Aragorn apenas o seguiu, em silêncio, pois temia seja o que for que ele tinha para dizer, mas o olhar do elfo era sereno, embora pudesse ver que havia um profundo sentindo de tristeza em seus olhos. Eles foram até o escritório, onde Elrond costumava passar uma grande parte de seu tempo, então ele suspirou e o encarou por alguns instantes, antes de finalmente dizer:

— Meu filho, aproximam-se os anos em que a esperança vai desaparecer, e além deles pouco está claro para mim. E agora uma sombra paira entre nós. Talvez assim tenha sido prescrito, que por minha perda o poder dos reis dos homens possa ser restaurado.

Ele franziu o rosto, sem entender absolutamente nada do que Elrond dizia. Ele tinha mesmo esse costume de falar por enigmas e aquilo apenas tornava maior sua aflição.

— Sua… perda? — Indagou.

O rosto do elfo se fechou em uma expressão de impaciência, ele avançou em sua direção, mas sem perder a postura.

— Minha filha, Aragorn! Estou falando dela.

Ele deu um passo para trás.

— Elrond... — Iniciou, ainda sem saber o que dizer a ele. — É o desejo dela.

— Será sua perdição! — Elrond bradou irritado. — O que pensa que está fazendo? Julguei que fosse mais maduro que isso, mas ao invés de me ouvir, você simplesmente faz a vontade dela.

— Eu a amo. — Retrucou.

— Então porque insiste em arrastá-la para a morte?! — Ele se afastou, ficou em silêncio.

Estava furioso, isso era claro, e Aragorn não podia culpá-lo. Quase ficou tentado a perguntar-lhe como ele poderia saber da escolha de sua filha, embora não estivesse surpreso por isso, pois como Arwen sempre lhe dizia: “Era quase impossível esconder qualquer coisa dele”.

— Eu… Eu não sei o que posso fazer.

— A convença a partir. — O tom de voz de Elrond era imperativo, ameaçadora como a voz de um capitão que dá ordem a seu soldado, e amorosa como a de um pai que pede algo a um filho, ainda assim seus olhos eram suplicantes.

— Não posso. — Disse ele.

Elrond respirou profundamente, como quem se prepara para dar um mergulho mortal. Então deu-se por vencido.

— Certo. Então, você venceu. — Afastou-se na direção da porta, mas voltou-se novamente para ele. — Então, embora eu te ame, te digo uma coisa: Arwen Undómiel não diminuirá o dom de sua vida por uma causa menor. Ela é a noiva de ninguém menos que o Rei de Gondor e Arnor. Para mim, até a nossa vitória só pode trazer tristeza e separação, mas para você pode trazer alegria e esperança momentâneas. Que pena, meu filho! Receio que para Arwen o destino dos homens possa ser difícil no final.

Assim ficou acertado entre Elrond e Aragorn, e eles não falaram mais desse assunto. Na tarde daquele dia, encontrou Elladan e Elrohir no estábulo, guardando algumas ferramentas, enquanto abriam a última das garrafas de vinho que Daeron lhes deixou antes de se separar deles.

— Ele te deu um sermão? — Estel parou no meio do caminho, sem entender a que seu irmão adotivo se referia, mas Elrohir acenou na direção da varanda, onde Elrond estava e ele assentiu. — Não fique chateado. É o jeito amoroso dele de ser.

— Talvez ele tenha razão. — Baixou o olhar.

— E talvez não tenha. — Elrohir disse com seriedade. — As visões de meu pai não são infalíveis e estão sujeitas a mudanças. — Então olhou para Elladan, que os encarava sem dizer uma palavra. — Conte a ele. — Pediu. Seu irmão estava relutante, mas ele bufou e fez conforme foi dito.

— Nós tivemos uma visão. — Disse o gêmeo mais velho. — Sua e de Arwen. Estávamos partindo para o Oeste e vocês estavam no porto para despedir-se. E… — Sorriu. — Tinha uma criança, um garotinho, no seu colo. Era seu filho.

Estel ficou em silêncio por alguns instantes e um sorriso involuntário surgiu em seus lábios. Os meninos sorriram para ele e Elladan lhe deu um tapinha nas costas.

— Precisa decidir qual futuro você quer que se realize.

E após as palavras de Elrohir, os três levantaram os olhos para a ponte, onde Arwen estava, parecia imersa em pensamentos, debruçada sobre o parapeito de pedra. Elladan e Elrohir o encorajaram a ir ao encontro dela e ele o fez sem hesitar, deixando-os no pátio com sorrisos satisfeitos em seus rostos.

— Nosso trabalho aqui está feito. — Disse Elladan.

— Agora só aguarde, pois o pai vai arrancar o nosso couro por inventarmos essa história de visão. — O outro riu.

Elladan parou por um instante, observando seu meio irmão correr em direção a ponte, então abriu um sorriso sincero.

— É, mas foi por uma boa causa. E talvez… Talvez o destino não esteja tão longe disso.

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