Capítulo 14

30 4 8
                                    

The battle between the pines

Elladan foi primeiro ao quarto de sua irmã, mas ela não estava. A porta ainda estava encostada e não havia ruído de qualquer ser vivo lá dentro. Imaginou então, que estivesse em algum outro ponto da casa. Vasculhou a biblioteca, a varanda, os outros cômodos e não a encontrou em ponto algum, até vê-la do outro lado do Vau, entrar para dentro da floresta dos pinheiros por uma trilha que ali havia. Deveria ter imaginado. Tomou consigo o arco e a seguiu, de início, tentava ser cauteloso, temendo que Arwen fugisse para longe dele e então levaria um bom tempo para encontrá-la. Mas ela não pareceu disposta a correr e em poucos minutos notara sua presença.

— Não vou ouvir, seja o que for que você diga. — Garantiu ela.

— Só fiquei preocupado. Sabe, o pai...

— Não gosta que eu ande sozinha pela floresta. — Completou as palavras do irmão. — Ele não gosta que eu faça muita coisa.

— Precisa entender, Arwen. — Elladan aproximou-se da irmã, com cautela, mas ela permaneceu imóvel onde estava. — É a jóia mais preciosa dele. Depois que a mãe se foi, ele só tinha você. E é difícil para ele imaginar que algo possa lhe afligir, mesmo que seja uma coisa mínima como o vento do inverno. — Riu, mas sua expressão se tornou séria quando viu que ela não achava graça em nada daquilo. — Eu não sei se ajuda em algo, mas... Elrohir e eu apoiamos totalmente sua decisão de se casar com Aragorn.

— Não ajuda. — Disse olhando para os próprios pés enquanto caminhavam. — Mas obrigada.

— Sabia que o Rei Thingol, ficou furioso quando Beren pediu a mão de Lúthien? — Disse, fazendo-a soltar uma risada baixa. — É, ele ficou possesso e disse que isso só iria acontecer se Beren lhe trouxesse uma Silmaril, das que estavam enfeitando a coroa de Morgoth.

— Você conta isso há milênios, Elladan. —Ela riu.

— Eu sei. — Continuou. — Daí eu estava pensando, que Estel tem uma sorte e tanta em ter o pai como sogro e não o velho rabugento Elu Thingol.

— Não está fazendo uma piada dessas...

— Não, só pare e pense. Quer dizer, de onde mais o coitado poderia tirar uma Silmaril?!

Arwen segurou uma risada e o encarou. Elladan sentiu-se satisfeito. Ao menos havia conseguido arrancar um sorriso do rosto da irmã, coisa que poucos conseguiram naqueles fatídicos três dias.

— Certo, você venceu! — Riu.

— Ótimo. Pois a partir de agora, só quero ver a minha irmãzinha sorrindo. E coitado de quem atrapalhar isso, eu vou jogá-lo do penhasco e depois...

— Elladan!

Os dois riram, mas a brincadeira durou poucos minutos. Uma sombra tomou o rosto de Elladan e ele a segurou por uma das mãos, ouvindo cascos ao longe, vindos de algum ponto da floresta. Tornaram-se cada vez mais altos e ele conseguiu avistar Calion vindo por entre os pinheiros montado em um cavalo malhado, com a espada desembainhada.

— Corre! — Disse em baixo tom. Soltou a mão de sua irmã. — Corre daqui, Arwen!

Ela tentou, mas outro cavaleiro a interceptou, e outro chegou pela esquerda e pela direita. Estavam cercados. Calion os olhou por cima de sua montaria, frágeis e indefesos. Aquilo o agradara. Pois durante meses Elladan o atormentou e tentou intimidá-lo.

— Não parece mais tão heroico agora. — Disse a ele.

— O que quer? — Elladan apertou com uma das mãos o arco e com a outra, o braço de Arwen.

Immortality | Tolkien FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora