Capítulo 46

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Many farewells

Demorou mais três a quatro dias para chegar ao porto cinza. Gandalf sentou-se com Cirdan olhando para o mar, soprando anéis de fumaça de seu cachimbo e discutindo assuntos muito além da Terra-média. Foi assim que Elrond os encontrou quando chegou ao porto com Eldarion agarrado a sua mãos. O mago o cumprimentou com um sorriso amigável e fez o mesmo com o menino.

— Vocês demoraram. — Gandalf falou com uma voz animada. — Círdan e eu estávamos começando a pensar que haviam desistido de partir. Seria uma pena.

— Não diria isso, meu amigo, se soubesse a ansiedade que cresce em meu coração para estar na Terra Abençoada.

Gandalf deu mais uma baforada em seu cachimbo e riu para ele.

— Eu bem sei. Nossa missão aqui está cumprida. — Então olhou para o pequeno príncipe, que embora não entendesse absolutamente nada do que diziam, estava atento, ainda segurando firme a mão de seu avô. Agachou-se até a altura do menino, que agora tinha alguns meses mais que quatro anos, mas estava alto, como costumavam ser os homens de sua linhagem. — Seja um bom rei para o seu povo, Eldarion. Como seu pai tem sido.

O príncipe sorriu e assentiu para ele, entusiasmado com a ideia de ser rei. Mas logo chegaram o príncipe Legolas, com Tauriel, Estel e Aredhel, que correram com o amigo na direção do cais, admirados pelo enorme navio. Círdan os comprimentou e os levou para ver a embarcação. Frodo, Sam, Merry e Pippin vieram logo depois. Chegaram com Bilbo, que já idoso e cansado, tendo exaurido sua energia em cento em cento e dezessete anos, agora navegaria com Gandalf e os Elfos para um merecido descanso, nas terras imortais. Os filhos de Elrond, juntaram-se a eles em seguida. Elladan, que agora parecia menos contente em partir do que estava há anos atrás, e Elrohir, que embora se sentisse de igual modo, disfarçava ao máximo, pois sabia que seu pai e sua irmã, por demasiado já achavam aquela despedida dolorosa. Ela vinha logo depois deles, com Galadriel e Celeborn, conversando sobre como se sentia com tudo aquilo.

— Eu gostaria de poder perguntar a você, se o descanso dos homens é como as praias abençoadas. — Galadriel disfarçava sua tristeza. — Mas receio que não teremos oportunidade. — Quem sabe. — Arwen riu para a avó. — Não sabemos os planos de Ilúvatar para os homens. Mas não posso esperar nada ruim de alguém capaz de criar tantas coisas belas.

— Eu a invejo, minha neta. — Disse Galadriel, em um tom ainda mais grave, parando e segurando a mão da elfa mais nova. — Pois a imortalidade não é uma benção, embora muitos dos morrem pensem que sim. Estaremos presos nos círculos do mundo sem jamais repousar. O descanso que os elfos não têm, pois estão presos a Arda, enquanto ela durar. Mas você, estrela vespertina, pôde escolher o descanso.

Ela tentou responder, mas não encontrou as palavras. Galadriel a envolveu em um abraço terno, que não durou muito. Celeborn também veio despedir-se de sua neta. Ele também disfarçou o quanto sentia-se triste por separarem-se, e não lhe dizia aquilo, pois sabia que apenas lhe faria deprimir-se mais. Parabenizou-a pela gravidez e desejou-lhe toda a felicidade do mundo, com um caloroso abraço dos que costumava dar-lhe quando criança.

— Ahn… O senhor está me sufocando! — Arwen disse para o avô em um tom divertido.

— Espero que fique tudo bem. — Ele disse. — Direi a sua mãe todas as travessuras que aprontou em Lothlórien depois que ela partiu.

— Ela não vai acreditar. — Arwen provocou.

— Eu serei convincente. — Então abraçou-a novamente e deu-lhe um beijo na fronte, então afastou-se e pegou a mão de Galadriel. — Olhe para o Oeste, sempre que precisar de nossa companhia.

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