Capítulo 30

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Arwen's Choice 

A noite caiu depressa, ou talvez fosse o fato de terem ficado tanto tempo no tal conselheiro que fez com que as horas desaparecessem. Aragorn estava agora perambulando pelos corredores externos da casa de Elrond, pensando sobre tudo o que fora dito naquele dia. A luz prateada da lua iluminava a câmara, onde o meio elfo guardava as relíquias dos tempos antigos. Ele olhava um quadro na parede, onde era retratada a batalha de Isildur contra o senhor do escuro e seu coração pareceu apertar-se ao ver diante de seus olhos a possibilidade de que talvez devesse enfrentá-lo também.

— De acordo com meu pai… — Ele ouviu a voz suave de Arwen atrás de si e olhou-a por cima do ombro, sem virar-se. — Há formas menos tortuosas de atrair pesadelos. 

— Ele provavelmente tem razão. — Riu, mas sua expressão continuava séria. — Não conversamos sobre você escapar de Valfenda sem ele saber.

— Você não vai me dar um sermão. — Reclamou ela. — Ainda sou sua irmã mais velha.

Aragorn fez uma careta ao ouvi-la dizer aquilo. Eles não eram irmãos, e embora ele fosse adotado, não a considerava assim, uma vez que não a conheceu até que fosse um homem adulto, caso fosse, sua relação com ela poderia ser no mínimo estranha.

— Ahn… Nós não somos irmãos. — Corrigiu, vendo-a rir zombeteira. — E não vou te passar um sermão. Esse é o trabalho de Elrond, acredito.

— E ele tem feito com frequência. — Arwen baixou os olhos, encarando as mãos que apertavam nervosamente a manga longa do vestido.

O homem apenas balançou a cabeça, tentando demonstrar que ouviu o que ela disse.

— Partiremos em dois dias. — Disse, como se adivinhasse que ela perguntaria por isso. 

— Eu sei…

— Seu pai quer que você  parta também, ele me disse. — Arwen desviou os olhos dele e não disse uma só palavra. — Talvez… Você deva ir. — Seus olhos agora tornavam a encarar a figura negra retratada na pintura que estava emoldurada na parede, e os olhos flamejantes pareciam encará-lo como um inimigo pronto para o combate. 

Um calafrio lhe percorreu a espinha e ele sentiu um enorme desejo de deixar aquele lugar. Caminhou para uma das saídas que levava de volta para a entrada da casa, ainda absorto em pensamentos. Chegara ali certo de sua missão, mas não da vitória. Tinham o Anel, mas ainda não o haviam destruído e Sauron ainda não fora derrotado. Sequer havia a certeza de que isso ocorreria assim que se livrassem da “arma do inimigo”. Sabia que todo o destino de Arda dependia do sucesso de sua missão, mas estava desesperançoso, e quando fracassasse e a mão de ferro do senhor do escuro sobrepujasse a todos os seres viventes, não queria que Arwen estivesse entre os que lhe serviriam de espólio.

— Estel! — A voz furiosa da elfa o chamou, e ele parou sobre a ponte de pedra. Ficara tão perdido nos próprios embates em sua mente, que sequer viu que ela o havia seguido. — Espere! Você não pode estar falando sério.

— Mas estou. — Respondeu, quando ela já estava próxima. Sua feição era séria e irritadiça, e agora era ainda mais parecida com Elrond do que quando a comparou pela primeira vez. Agora que estava diante dele, Aragorn notou que ela era alta, e media apenas um dedo a menos que ele. Mas não deixou-se intimidar pela fúria de sua amada. — Disse que me agarraria à sua esperança. — Ele relembrou. — Mas você, minha amada senhora, não passou muito tempo longe da casa de seus pais e seus avós, e ainda não viu os horrores do mundo.

— Vou te bater. — Ela avisou, mas Aragorn apenas riu e gentilmente segurou suas duas mãos

— Arwen… Sei que fizemos um juramento, e eu amo você com toda a força do meu coração, mas… É por causa desse amor que peço, que faça o que seu pai lhe disse para fazer.

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