Capítulo 4

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Secret Meetings

Os encontros secretos entre o
herdeiro dos Dúnedain e a filha do senhor de Valfenda duraram cerca de um ano sem que ninguém percebesse. Normalmente sua conversa era aleatória e o assunto variava entre as músicas de que gostavam, as histórias antigas e o manejo de armas. Estel sabia que a jovem elfa era boa com o arco e a espada, embora jamais tivesse tido oportunidade de vê-la em combate. Legolas lhe dissera que fora treinada por Haldir e por seu avô, Celeborn, nos séculos que passou refugiada em Lothlórien e aquilo despertou sua curiosidade mas ela raramente falava a esse respeito e se falava, era uma menção curta sobre um dia ou outro. Eles normalmente saíam antes do pôr do sol, pois Arwen gostava de vê-lo desaparecer por detrás das rochas do vale e não havia absolutamente nada que ela pedisse que seu fiel companheiro e amigo não fizesse, por tal razão, Estel passou a apelidá-la evenstar, que era uma abreviação em idioma comum para "estrela vespertina". Arwen apenas sorrira ao ouvi-lo dizer isso e seu rosto recebeu uma quentura rubra nas bochechas, de modo que ela precisou escondê-lo de sua vista.

— Pensei que não viria hoje. —
Ela olhava atentamente o pôr do sol, mas podia ouvi-lo aproximar-se por trás. Estel se sentou ao seu lado em uma das rochas.

— E perder a única oportunidade
que temos para conversar sem seus irmãos
enchendo? — Riu. — Legolas me segurou por mais tempo no treinamento. Me disse que preciso estar com os braços fortes se quiser segurar uma espada de forma decente. — Revirou os olhos.

— Eles pretendem enviá-lo às fronteiras?

O rapaz bufou e olhou com revolta para o horizonte, então negou com a cabeça,
parecendo ver que ela soltou um suspiro de alívio ao vê-lo negar.

— Duvido muito. — Decidiu que mudaria aquele assunto. O Sol estava
desaparecendo no horizonte e logo, o senhor Elrond os chamaria de volta para o jantar. — Mas não quero falar dessas coisas chatas. Conte-me você, o que fez ao longo do dia.

— Estou lendo um novo livro. — Ele pareceu feliz com aquilo. Indagou-lhe mais a
respeito, sobre o que era? Que o escrevera? Se poderia emprestá-lo quando terminasse.

A conversa se estendeu até que a penumbra caísse e invadisse o vale. Legolas estava no
quarto de hóspedes, limpando sua lâmina e polindo, quando Elrond o convocou à sala, e indagou-lhe com preocupação se sabia do paradeiro de seu protegido.

— Eu não... não imagino onde possa ter ido. — Era mentira. Ele sabia e há meses
sabia, mas não dizia nada a respeito. Imaginou que Estel aos poucos deixaria de lado aquela loucura.

— Arwen também não está aqui. — Avisou Elladan, saindo de um dos corredores.
— Adar, eu posso procurá-los. Arwen deve estar na floresta tocando a harpa.

— Eu irei. — Legolas interrompeu. — Não precisam se preocupar. De certo, Estel está
enfiado nos estábulos, bajulando os cavalos.

Antes estivesse. Ele foi direto para a floresta e aproximou-se em silêncio, como
quem espia duas crianças encrenqueiras. Mas eles não estavam fazendo nada, para o seu alívio. Já estavam deixando a floresta. Ele os viu caminharem lado a lado, parecendo radiantes, ela ria de algo que Estel lhe sussurrava ao ouvido e agarrava o braço dele como se fossem um belo e feliz casal. Aquilo o incomodou, não que nutrisse algum sentimento romântico por Arwen, de forma alguma, mas temeu por seu amigo e o que seu amor juvenil e insensato por ela poderia fazer a ele. Entretanto, não os incomodou, retornou à casa de Elrond e esperou no quarto, imaginando que Aragorn passaria ali antes de se juntar aos outros para jantar. Eles se separaram como sempre faziam e Arwen chegara primeiro, ele sabia disso pois podia ouvir a voz furiosa de Elrond a censurando por desaparecer no meio do cair da noite. Ouviu um barulho na janela e a mesma se abriu pelo lado de fora. Estel passou pela mesma e não o viu até que o Elfo dissesse:

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