Capítulo 13

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Fury


— Estel! — Ela entrara na
floresta. Estava escuro, e a luz fraca da lua fazia sombra nas árvores. Conseguiu vê-lo ao longe, numa clareira, com o arco, atirando flechas furiosas contra um alvo que havia sido desenhado em uma das árvores por Legolas, quando ainda era criança. — Estel! — Atirou a última flecha e a olhou.

— Você não devia ficar andando sozinha aqui a noite. — Disse com seriedade.

— E você não precisa ouvir o que meu pai disse.

Ele guardou o arco e a olhou seriamente.

— Na verdade... Eu preciso. Ele disse a verdade. Não estávamos pensando com clareza.

— Não pode dizer isso.

— Sim, eu posso. Não consigo imaginar como é viver pela eternidade, Arwen, seu pai, sim. E não quero que leve um luto imortal em seu coração, após a minha partida.

Aragorn tornou a pegar o Arco e aponta-lo para o alvo, mas ela entrou em sua frente.

— Vocês não podem simplesmente decidir por mim!

Ele baixou o arco e caminhou em direção a ela. Concordava com ela, mas achou que seria melhor esquecer esse assunto. E claro, por que não? Isso pouparia aos dois muita dor e sofrimento. E ele deveria ter pensado melhor antes, especialmente porque Legolas o avisou.

— Está correto. Não posso tomar decisões por você, e nem me atrevo. É de minha parte que digo. — ele explicou. — Bem, eu não quero impor esse sofrimento a você. Eu nunca faria nada para machucá-la.

— Está fazendo agora... — Sua voz estava começando a desaparecer e havia lágrimas em seu rosto. Aragorn queria estar mais perto, mas fez o possível para manter distância. — Você prometeu que nunca iria desaparecer!

— Está além da minha capacidade cumprir esta promessa. — Ele segurou a mão dela. — Espero que você me perdoe algum dia.

Arwen olhou para ele imóvel por um momento, como se estivesse pensando em uma resposta, mas não encontrou nenhuma. Ela soltou a mão dele e foi embora. Ela estava frustrada, frustrada era a palavra certa. Não conseguiu encontrar nenhum motivo para seu pai fazer o que fez, mas talvez estivesse certo. Mas a verdade é que os medicamentos muitas vezes são indigestos até mesmo para o metabolismo de um elfo. Ela voltou para casa em silêncio e se trancou no quarto por três longos dias. Elrond às vezes tentava aliviá-la de seus problemas com palavras de conforto, mas isso parecia irritá-la ainda mais. No segundo dia, ele começou a se arrepender das palavras ditas a ela e a Aragorn, mesmo sabendo que era necessário, até que no terceiro dia Elladan a convenceu a sair do esconderijo. Fez com que ele passasse horas do lado de fora da porta de seu quarto. No entanto, Elladan retornou derrotado e se jogou em uma cadeira na mesa de jantar, recusando-se a retornar até que seu pai lhe contasse o mal que lhe fizera.

— Proibiu ela de se casar com Estel? — Elrohir ficou surpreso ao ouvir essa explicação. Nem sabia que havia algo entre eles. — Por que ela deveria se casar com ele? —Elladan e Elrond olharam para ele gravemente. – Espere, meu melhor amigo minha e irmã estão namorando e eu não sabia?

— Eles não estão... namorando. — Corrigiu Elrond.

— Que eu saiba... — Elladan fez uma careta para ele. — Eu é que sou seu melhor amigo.

— Irmãos gêmeos não contam. — Desdenhou ele. — Mas ainda não entendi o que há de mal na união dos dois.

Os gêmeos então olharam para o pai, que não respondeu imediatamente. Ele guardou o diário em que às vezes desenha alguma coisa.

Immortality | Tolkien FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora