Capítulo 18

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Trevamata Invasion


Já fazia algum tempo que seus perseguidores haviam sumido, e Arwen relutou em deixar a árvore que lhe servia de abrigo, embora soubesse que não demoraria para que voltassem e a encontrassem ali. Pensou que talvez fosse melhor descer e seguir na direção norte, por onde provavelmente viriam seus irmãos e Aragorn, mas ouviu passos na floresta. Cementárion e Herenvar estavam retornando, furiosos, após uma noite inteira de buscas.

— Onde terá se metido? — Cementárion bufou com irritação.

— Eu não sei. Mas Calion fica mais insuportável a cada segundo que passa. Talvez devêssemos mesmo incendiar a floresta. E se ela morrer no incêndio, paciência.

Herenvar começou a pegar lenhas mortas e juntá-las próximas da árvore, que por ironia do destino era a mesma onde Arwen estava refugiada. Seu coração acelerou-se. E ela moveu-se quando o fogo começou a chegar perto. A árvore estava frágil e uma lasca do galho soltou-se Herenvar olhou para cima e seus olhos enegrecidos encontraram o olhar cinzento, claro e apavorado da elfa.

— Ora, ora! — Disse com ironia. — Não há nada que o fogo não revele, não é mesmo? — Então virou-se para Cementárion. — Traga-a para o chão.

O elfo fez como seu amigo ordenara. Deu um salto e alcançou o galho onde Arwen se agarrava. Puxou-a pelo braço para baixo. Ambos caíram e Herenvar a agarrou antes que pudesse escapar, ficando sobre seu corpo, segurou os braços da elfa, que lutava com todas as forças para se libertar.

— Quieta! — Ordenou. — Se soubesse o tanto de trabalho que tive para encontrá-la, não testaria minha paciência.

— Vocês não ganham nada, me mantendo aqui. — Disse ela. — Calion os trata como meros serviçais. O que acha que vai acontecer se ele realmente conseguir o que quer?

Ambos se entreolharam. Ela tinha razão, mas eles já haviam pensado nisso antes.

— E quem falou que vamos entregá-la a ele. — Riu maliciosamente. — Como você mesma disse, ele nos trata como serviçais, e tivemos um trabalho desgraçado para achá-la. Acho injusto que não recebamos alguma gratificação por nosso esforço.

— E por acaso…— Iniciou Cementárion — Conheço um Senhor Élfico que pagaria até mesmo uma Silmaril em seu resgate se pudesse.

Ele entregou a Herenvar dois pedaços de corda firmes, então Herenvar prendeu seus pulsos, enquanto seu amigo amarrava seus tornozelos e apertou com tamanha força que ela não poderia romper as amarras por mais que tentasse.

— Não... Não , espera! — Ele a olhou. — Envie-me de volta a Rivendell, ou me deixe ir para Lothlorien. Prometo que nunca direi que fizeram parte disso.

Herenvar deu de ombros e riu para seu amigo.

— Todo mundo já sabe, espertinha.

Preparou-se para pegá-la em seus braços e colocá-la sobre uma das montarias

— Eu espero que não esteja fazendo nenhuma idiotice. — A voz de Calion chamou a atenção dos três. — Arwen é minha noiva, não seu espólio de guerra.

Herenvar levantou o olhar para ele, mas não moveu-se. Arwen também o olhava como se implorasse para que ele a livrasse daqueles dois

— Quem decide?

— Eu decido! — Desembainhou a espada. — E se não tirar agora sua carcaça imunda de cima dela, eu arrancarei sua cabeça. — Herenvar não se moveu e ele desviou seu olhar para Cementárion. — Afaste-o.

— E o que ganharei com isso? — Indagou o Elfo. — Herenvar está certo. Thargon morreu enquanto tentavamos ajudá-lo a reaver seu suposto direito de se casar com a filha do senhor Elrond, e nós nos cansamos de caçá-la esta noite. Talvez ela deva sim ser o nosso espólio de guerra.

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