Capítulo 37

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Minas Tirith

Galadriel estava em seu quarto, e aquele era o mesmo quarto no qual ficara hospedada quando viera à Valfenda, de Caras Galadhon com sua filha Celebrían. Celeborn havia partido para a guerra naqueles dias, e temendo que a mão de Morgoth alcançasse a floresta dourada, a senhora dos Galadhrim, viajou para longe com sua filha, ainda jovem na época. Ela agora fuçava um baú onde Celebrian escondia um velho diário. Como poderia saber aquilo? Bem, ela obviamente sabia de muita coisa. Inclusive, foi a primeira a saber sobre o romance secreto entre Celebrian e Elrond, e em segredo o manteve até que Celeborn os encontrou aos beijos na biblioteca e daí, já não foi mais secreto. Ela riu. Seu marido sempre fora muito ciumento com sua filha, tal como era Elrond com a dele.

— Encontrou? — Indagou ele, que sequer sabia que Celebrian possuía um diário. 

— Não. E ficará difícil se cada coisa que encontrarmos você tentar enfiar na bagagem para Valinor. — Resmungou Galadriel para o Marido. — Se ela não levou essas coisas, provavelmente deve ser porque não as quer consigo. 

— Mas… Você até agora não me disse o que exatamente acha que está acontecendo com Arwen. — Galadriel revirou os olhos. — Por que exatamente estamos procurando isso? Quero dizer, você certamente já sabe o que está havendo. Eu digo que deixemos Elrond descobrir por si só. Exatamente como ele fazia comigo. Acho merecido.

— Eu não pretendo dizer a ele. — Ela afirou. — Apenas quero ter certeza. — Celeborn soltou uma risada abafada e sentou-se na cama, olhando-a revirar o pequeno caixote. A loira ficou em silêncio e suspirou, pegando um pequeno caderno do fundo do baú. Soprou a poeira e o abriu com um sorriso alegre e o olhar estreito, tentando decifrar o que estava escrito. Era o que eu pensava.

— E… O que é?

— É melhor que ela diga. — Guardou novamente o antigo diário de sua filha. — Enfim, já que deixaremos Elrond no escuro quanto a esse assunto, posso apenas lhe dizer, meu amado, — Ela sorriu para Celeborn. — Que provavelmente o reino dos homens ainda não chegou ao fim.

Arwen estava na varanda de seu pai, com Ellada, assistindo enquanto Elrohir tentava, sem muito sucesso, montar em um cavalo selvagem que encontrara nas montanhas. Aparentemente o animal gostava do ambiente de Valfenda, mas detestava que o montassem, jogando o elfo no chão várias e várias vezes, e arrancando altas gargalhadas de Elladan.

— Ele não gosta de você! Desista! — Gritou ele para o irmão.

— Não mesmo, irmãozinho.

— Olhe lá! Não vai querer viajar para Valinor todo quebrado. — Zombou. — Aliás, não sei porque você precisa de um cavalo novo. 

Elrohir revirou os olhos, montou novamente o cavalo, que se ergueu e preparou-se para lançá-lo longe, mas Elrond surgiu naquele exato momento e agarrou as rédeas, que haviam prendido no mesmo, e falou algumas palavras em sua própria língua de modo que o animal se aquietou. E apenas sobrou Elrohir pendurado de cabeça para baixo. Elladan quase caiu da sacada de tanto rir do irmão.

— Vocês dois podem ir tentar se matar em outro lugar que não a minha casa? — Bufou o elfo mais velho. — Onde estão seus avós?

— Acho que estavam caçando alguma coisa na biblioteca. — Disse Elrohir ainda de cabeça para baixo, preso na sela do cavalo. — O senhor sabe, coisa de gente dessa idade.

— Você é quase tão velho quanto eles. — Zombou Elladan.

— Claro, você só esqueceu uns seis anos nessa contagem. — Ele ofegou. — Pode me tirar daqui?

— Eu não.

Elrond não ficou mais para ouvir as discussões dos gêmeos. Subiu as escadas e encontrou Arwen sentada na janela, distraída demais com seu pequeno projeto de costura para que notasse sua aproximação. 

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