Capítulo 20

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Amaya Espinosa

Nós havíamos chegado no local em que pegariamos os suprimentos, Maggie desce do carro para ver se o lugar estava limpo, quando ela disse que sim, saímos do carro.

- Tá bom, vamos dar uma olhada - Gleen fala.

- Ei - Maggie o chama e o beija, eu e Sophia viramos a cara.

- Porque queríamos vir mesmo Soph? - Eu pergunto a ela.

- Concerteza não foi pra ver um casal super meloso se pegando - Ela diz e Gleen e Maggie riem.

- Hoje tá um dia lindo meninas - Maggie diz a mim e Sophia.

- Sim, tá bem bonito - Eu digo.

Nós pegamos a bolsa que iríamos colocar as coisas, Gleen pega uma espécie de alicate e quebra o cadeado, ele abre a porta e vários pássaros saem de dentro nos assustando.

- Eu posso ficar aqui fora vigiando - Eu digo.

- Nada disso, vocês duas ficarão comigo - Maggie diz.

- Eu consigo vigiar.

- Ok, mas Sophia fica com você, não se separem, qualquer coisa gritem - Maggie diz e assentimos - Soph, você tem uma arma aí? - Maggie pergunta e Sophia mostra a pistola.

- Fiquem com a arma em mãos para estarem preparadas - Gleen fala e nós assentimos novamente, eles entram no lugar e eu e Sophia sentamos no capo do carro com as armas em mãos.

- Deixa a arma destravada Soph, se acontecer qualquer coisa é só atirar - Eu digo e ela concorda - Eu tenho saudades da vida antes do apocalipse, eu tenho saudades da minha irmã.

- Eu também, só não sinto saudades de quando meu pai chegava bêbado em casa e batia em mim e na minha mãe, teve uma vez que nós fugimos para uma abrigo para mulheres, mas ele nos encontrou, e foi nesse dia que minha mãe raspou o cabelo, para que meu pai não a puxasse mais por ele.

- Sinto muito por tudo isso, que bom que se livrou do seu pai - Eu digo e ela concorda.

- Ma.

- Sim?

- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro.

- Você me disse que quando sua mãe morreu,  sua irmã foi com você pros Estados Unidos por que seu pai começou a beber muito, porque?

-Bom, dois meses depois da morte da minha mãe, meu pai começou a beber muito, muito mesmo, uma noite ele tinha ficado muito bêbado, eu tinha acabado de acordar, eu estava de Pijama, eu tinha 8 anos, meu pai me olhou com uma cara estranha, nojenta, ele me chamou e eu fui até ele, ele me agarrou e tentou me beijar, eu dei um tapa nele por tentar fazer isso, ele ficou irritado e aí que meu pesadelo começou, ele me pegou pelos cabelos e me arrastou pro quarto... - Eu dou uma pausa tentando não chorar.

- Ma, se não quiser não precisa contar.

- Acho que preciso desabafar, nunca contei isso a ninguém - Eu digo e ela me lança um sorriso.

- Pode contar comigo, continua.

- Bom... ele me arrastou pro quarto, e fez coisas comigo, coisas que eu nunca vou esquecer, nunca vou esquecer, ate hoje eu me sinto suja por isso, imunda, como se eu nunca ficasse limpa, isso durou por 2 meses, 2 meses sofrendo abuso daquele doente que eu chamava de pai, até que um dia minha irmã chegou mais cedo do trabalho, ela chegou bem na hora que ele iria me abusar, naquele momento minha irmã não teve medo do meu pai, a raiva dela era tanta que ela só queria matar aquele homem, não importava se ele era bem maior e mais forte do que ela, ela apenas queria tirar ele de perto de mim, se ela pudesse teria passado a minha dor para ela, minha irmã deu um tapa na cara do meu pai, apontou o dedo na cara dele e o xingou de todos os nomes possíveis e disse que se ele encostasse a mão em mim novamente, ele se arrependeira de nascer, minha irmã me deu um banho, trocou a minha roupa, arrumou nossas malas e o dinheiro que ela estava guardando e fugiu comigo pros Estados Unidos, Eu tinha apenas 8 anos Soph, 8 anos, demorou 3 anos pra eu conseguir chegar perto de qualquer homem, até dos meus irmãos eu não conseguia chegar perto - Eu digo chorando.

Resistance and loveOnde histórias criam vida. Descubra agora