roommates » alex & henry

1.5

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— Mais dez segundos, Claremont-Diaz. Vamos.

Cerrei os dentes e mantive minha posição, mantendo os joelhos em um ângulo de noventa graus e encostando as costas na parede. Eu estava de pé há minutos e minhas pernas começaram a tremer.

Depois de algumas semanas de treinamento no acampamento, o treinador de goleiros decidiu dar a cada goleiro um treino particular para fortalecer seus pontos fracos e se tornar um jogador melhor.

Mesmo que minha prática acabasse sendo apenas músculos das pernas e velocidade, foi bom, pois tudo que eu queria era melhorar para me destacar dos outros.

Eu queria ser o melhor, simples assim.

— E o tempo. — disse o treinador e parou o relógio quando deslizei pela parede e me sentei, esticando as pernas doloridas.

— Treino muito bom hoje, Alex. Você tem um futuro brilhante pela frente, então não o desperdice.

— Eu não desperdiçaria isso por nada no mundo, treinador. — eu disse antes de pegar uma garrafa de água e colocar um pouco de água na boca.

— Você já está. — disse o treinador e olhou para mim um pouco desapontado.

— O quê? — eu perguntei e franzi as sobrancelhas enquanto ria de surpresa com suas palavras.

— Pela briga que você e Henry estão causando dia após dia, isso fica preso em seus papéis. Nós vemos e anotamos, assim como fazemos com todo o resto. — o treinador explicou e eu franzi a testa levemente.

— É claro que todas as coisas boas que você faz estão escritas nesses papéis, mas as ruins também estão e é isso que muitas vezes chama a atenção. O tipo errado de atenção.

— Que papéis? — perguntei.

— Veja isso como se fosse o seu currículo. Ele será enviado para onde quer que você vá, para ajudar as escolas ou times a lidar com você, como deixá-lo jogar, como treiná-lo e assim por diante. — disse o técnico.

Eu travei minha mandíbula. — Então agora não vou assinar com nenhum lugar porque não consigo me dar bem com nenhum de todos os jogadores deste acampamento? Isso é injusto pra caralho.

— Tanto você quanto Henry precisam entender que mesmo que seja apenas uma pessoa, isso afeta todo o time. Você não pode entrar em um time profissional e não se dar bem com um jogador e começar brigas e depois esperar que tudo fique bem. Eles provavelmente vão te largar e isso causa consequências porque vai ficar mais difícil entrar para outro time. — o treinador falou e eu suspirei enquanto lutava para não revirar os olhos.

— E quem disse alguma coisa sobre você não ter assinado? — o técnico perguntou logo depois: — Faz apenas metade do verão, seu trabalho só está escrito na metade. Você ainda pode esclarecer tudo, sabe? Basta se concentrar no jogo e ser um jogador de equipe. E seguir as instruções.

Suspirei e balancei a cabeça, tomando outro gole de água enquanto o treinador se levantava e me dava um tapinha nas costas.

— Você ainda está deixando a mamãe orgulhosa, Alex. — ele disse e cutucou o pé contra o meu com o nome da minha mãe gravado neles.

— Sim. — eu murmurei.

— Pense nisso como se a coisa real começasse agora. — o treinador disse e eu balancei a cabeça. — Agora levante-se e tome banho para chegar a tempo para o almoço, praticamos mais 20 minutos, então é melhor você ir.

Levantei-me e apertei sua mão antes de pegar minhas coisas e sair do campo. Olhei para minhas luvas e notei um pequeno rasgo na palma da luva, me fazendo suspirar porque tive que trocar as luvas novamente e odiava quando elas eram novas.