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Bocejei alto e longo enquanto saía do quarto bagunçado e cheio que dividia com outros sete caras. Caminhei pelo corredor vazio e fui em direção aos banheiros.

Ao entrar, semicerrei os olhos para as luzes brancas e dolorosamente brilhantes que iluminavam a sala vazia. Estava quieto, apenas algumas gotas de água pingavam de um dos chuveiros mais distantes.

Suspirei e me virei para me olhar no espelho. Mordi o lábio e fechei os olhos enquanto colocava as mãos no balcão e inclinava a cabeça para frente. Agarrei o balcão com as mãos e gemi baixinho.

— Porra. — murmurei e abri os olhos para me olhar novamente. A imagem me deu vontade de quebrar o espelho em pedaços, mas não o fiz. Eu apenas mantive um aperto forte no balcão e respirei com dificuldade.

A porta do banheiro se abriu e o familiar cabelo castanho/loiro maluco entrou. Simon olhou para mim e sorriu antes de se aproximar e me abraçar.

— Feliz aniversário. — ele murmurou no abraço e eu suspirei novamente.

— Não. — eu disse severamente e me afastei do abraço. Virei-me para a pia e liguei a água, coloquei minhas mãos sob a torneira e enchi-as com água gelada. Fechando os olhos, mergulhei meu rosto nele e segurei assim por alguns segundos antes de soltar a água e me levantar novamente.

— Eu comprei um presente para você.— Simon disse e eu gemi quando me virei para olhar para ele com olhos cansados.

— Simon...

— Cale a boca, você tem 18 anos agora. Deixe-me te dar uma coisa pela primeira vez na vida. — Simon interrompeu minha choradeira e eu suspirei antes de encostar o lado do meu corpo no balcão, cruzando os braços e olhando para o meu amigo. — Primeiro, quero te dar isso. — disse Simon e desenterrou dois comprimidos de cores diferentes e os entregou para mim. Revirei os olhos. — Apenas tome-os. — Simon disse e eu fiz o que foi dito, colocando um no fundo da minha língua e bebi um pouco de água, engoli e fiz a mesma coisa com o outro comprimido. — E agora vamos falar a verdade. — ele disse com entusiasmo, me fazendo levantar a sobrancelha. — Feliz aniversário, cara.

Simon me entregou seu telefone e eu franzi as sobrancelhas para ele. — Seu telefone? — Eu perguntei e ele revirou os olhos.

— Olha a foto. — ele disse e eu fiz o que ele mandou, pegando o telefone nas mãos e olhando para a foto de dois ingressos colocados sobre uma mesa.

Estreitei os olhos e olhei para a tela antes de aumentar o zoom e meu rosto caiu ligeiramente de surpresa. Eu li o texto nos ingressos repetidas vezes, certificando-me de que era realmente real.

— Você está falando sério? — eu perguntei e olhei para cima da tela para colocar meus olhos em Simon. Ele assentiu com um grande sorriso no rosto.

Olhei novamente para a tela e inspecionei os dois ingressos para as semifinais da Copa do Mundo FIFA. Eu sorri quando olhei para Simon.

— Eu sei que não temos ideia de quem vai jogar e falta muito até chegar a hora, mas feliz aniversário.

— Porra. — eu disse e puxei-o para um abraço esmagador. — Por que você me comprou algo caro?

— Porque você nunca me deixou comprar nada para você, nunca. Isso é por todo o tempo perdido, eu acho. — Simon disse enquanto se afastava e sorria grande.

— Merda, Copa do Mundo. — eu disse e apertei minha mão, devolvendo o telefone para Simon.

— Eu sei. — ele disse e sorriu vertiginosamente. — Espero que você entenda que o segundo ingresso é para mim, certo?

roommates » alex & henryOnde histórias criam vida. Descubra agora