roommates » alex & henry

4.6

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Meus olhos estavam fechados quando senti um par de mãos quentes deslizando para cima e para baixo em meu torso. Um par de lábios macios percorreu meu pescoço, deixando beijos suaves, porém firmes, contra minha pele.

Minhas mãos foram até a parte inferior de suas costas e nuca, puxando-o para mais perto de mim. Sua respiração suave fez cócegas na curva do meu pescoço, fazendo-me afastar um pouco, mas ele foi rápido em segui-la, mantendo os lábios pressionados contra a minha pele.

Minha respiração era profunda, mas forçada, tentando desesperadamente relaxar, mas simplesmente não funcionou. Mesmo que meu corpo tenha reagido do jeito que Alex queria, minha mente estava em um lugar totalmente diferente.

Tentei não fazer com que meus problemas tomassem conta da minha mente, mas era impossível com tudo o que estava passando. Eu tinha tanta certeza de que estaria no topo do mundo depois do jogo, sairia vencedor e conseguiria o contrato que queria.

Não foi como se tudo tivesse ido pelo ralo; Fiquei feliz por ter feito um bom jogo - tirando o pênalti e o dedo quebrado - e feliz pelo fato de os times ainda me quererem. Eles também eram ótimos times, então talvez eu não devesse agir como se tudo o que tivesse fosse roubado.

Eu estava apenas cansado. Cansado de fingir e cansado de mentir para mim mesmo e para todos ao meu redor. Eu vivi como um idiota arrogante durante toda a minha vida só para ter certeza de que as pessoas não perceberiam por qual gênero eu realmente me sentia atraído.

Foi realmente patético, mas era isso que eu era. Eu era um menino assustado e patético que preferia se esconder e agir como se fosse outra pessoa, do que apenas dizer às pessoas quem eu realmente era.

Porque honestamente agora não havia como as pessoas me respeitarem como respeitavam Alex. Claro, ele recebeu muitos olhares e comentários da mídia, das pessoas da cidade e até de alguns homens, mas os ignorou com graça. Ele sempre tinha algo a dizer, e isso fazia com que as pessoas que comentavam sobre ele se calassem.

Eu não poderia fazer isso. Se eu dissesse às pessoas que sou gay, isso seria tudo que elas veriam. Tudo o que eu fazia me tornaria uma menininha, e mesmo gostando de pensar que era bom em aceitar críticas, não era. E jogar futebol profissional e ser conhecido por milhões de pessoas enquanto era gay não era algo que eu pudesse suportar.

Então, com isso em mente, ignorei a pasta em cima da minha bolsa que estava cheia de contratos e os afastei até o dia em que finalmente tive que tomar uma decisão. Não que eu não quisesse mais jogar futebol, só que estava com muito medo. Patético e assustado.

Fui afastado da minha autopiedade quando Alex agarrou meu queixo e virou minha cabeça para o lado, colando nossos lábios sem dizer nada. O ato me pegou de surpresa e eu estava tão mergulhado em meus próprios pensamentos que não percebi como suas mãos levantaram minha camisa até o peito, deixando minha barriga nua e fria.

Suas pernas estavam emaranhadas nas minhas e ele moveu seus lábios contra os meus com entusiasmo. Tentei acompanhar seu ritmo, mas meu corpo e minha mente eram muito lentos, tornando minhas ações atrasadas e rígidas. Alex pareceu notar porque desacelerou o beijo antes de parar completamente e se afastar.

— O que está errado? — ele perguntou e franziu os lábios, me fazendo soltar uma risada, porque o que é que não estava errado?

— Nada. — eu menti e brinquei com o cabelo da nuca de Alex antes de puxá-lo para baixo para prender nossos lábios novamente. Ele suspirou e eu sabia que ele queria continuar falando sobre isso, mas pelo aperto forte que eu tinha em sua nuca, ele entendeu muito bem que eu não queria falar.