MERCILESS HEART

CAPÍTULO 1

POV VINCENZO

— Você irá se casar, Vicenzo! — papai grita à plenos pulmões. — Cosa Nostra precisa de herdeiros. Agora com a ameaça à Bratva, mais do que nunca.

Foda-se isso.

Quero que toda essa porra se foda.

— Você é o futuro Don! — ele continua a esbravejar.

— Pai, eu já...

— Não quero saber, Vicenzo. Já estou com tudo pronto.

Isso chama minha atenção. Franzindo o cenho pergunto:

— O que tem pronto?

Ele me dá um olhar conhecedor. Me encarando de cima.

— Seu casamento filho. Já estou acertando o acordo com o pai de garota. — ele aponta o dedo para mim. Sua voz dura. — Você irá se casar e terá um herdeiro, o futuro dessa máfia. Não precisa amar a garota, não precisa olhá-la no rosto por mais tempo do que o necessário, mas você irá engravidá-la.

— Não vou fazer isso.

Ele ri com altivez. Velho desgraçado.

— Você não tem escolha. Não te peço isso como seu pai, te ordeno como seu Don. É sua responsabilidade.

— Sei bem das minhas responsabilidades.

— Mas as nega ao não se casar.

— Eu já me casei, porra! Não foi o suficiente?

— Não, já que sua amada esposa não durou o suficiente para engravidar. — por instinto avanço em direção ao velho, mas ele exclama. — Não ouse avançar em mim, moleque.

Paro a meio caminho de distância dele. Tudo o que mais quero fazer é meter uma bala na cabeça do homem à minha frente, mas me forço a parar. Não posso fazer isso, além de ser meu pai ele é meu Don. Isso seria um ato de traição e Cosa Nostra têm uma tolerância zero para traições.

— A garota é filha de quem? — questiono indiferente. Muitos de meus soldados estão com filhas na idade para casar.

— Giovanni Schiavon. — isso, porém, me pega de surpresa.

Giovanni Schiavon é um homem muito conhecido em nosso meio por seus modos infames e por tratar os negócios com um punho de ferro, sempre conseguindo o que quer para sua máfia – realmente um homem importante. Mas Schiavon não pertence à Cosa Nostra, o homem é consegliere da Camorra – nosso maior inimigo em território italiano. Sicília e Nápoles são dois lados da mesma moeda, porém, extremamente distintos e dispostos a tudo para que seus interesses pessoais se sobressaiam.

— Schiavon... — pondero a ideia. Meus dedos sendo pinicados pela minha barba por fazer enquanto coço o queixo. — E isso não tem nada a ver com a ameaça à Bratva, não é mesmo?

— Desde que se juntaram com os irlandeses eles se tornaram mais poderosos, e agora estão se tornando ousados. Uma guerra é inevitável, isso é um fato. Só quero garantir que apenas um dos lados seja destruído. O deles. E se eu tiver que me juntar com os fodidos napolitanos para vencer, é isso que eu farei.

— Me casarei com ela, porra. Por lealdade à Cosa Nostra, à Sicília.

— Seu casamento será no final do ano.

Eu não queira me casar de novo, mas como futuro Don já previa isso, ainda amo minha falecida esposa, Alice, mas não posso demostrar fraqueza.

— Ok, Don.