CAPÍTULO 36

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POV VICENZO

Aurora passou a caminho inteiro olhando para a janela. Ainda penso que levá-la para o hospital é a melhor decisão, se isso acontecer novamente, não hesitarei e a levarei, ela querendo ou não.

Após chegarmos em casa, ela vai direto para o nosso quarto se deitar, e vou atrás dela.

Me aproximo de Aurora e passo meu braço em torno de sua cintura, e começo a pensar no que ela disse hoje mais cedo.

Se eu quiser que as coisas deem certo entre nós, vou ter que deixar o passado para trás. E eu quero isso. Quero muito.

Conviver com Aurora é fácil e leve, depois da morte de Alice, nunca pensei que poderia ser feliz novamente. Por mais que eu a afastasse, ela nunca deixou que isso abalasse-a e tentou fazer esse casamento dar certo. Essa é uma das qualidades que mais admiro nela, sua perseverança.

E quando fui ver, já estava apaixonado por ela.

Fui tolo ao fazê-la se afastar de mim.

Por isso, amanhã farei algo que estava remediado a muito tempo.

Deixarei o passado para trás e viverei o presente com minha linda esposa.

***

Com a caixa, onde estão as coisas da minha ex-esposa, em mãos, sinto-me pronto para isso. Para encarar o futuro e deixar o passado para trás.

O que me aconteceu antes de chegar aqui não pode ser mudado ou desfeito, mas o futuro é meu para moldar, e preciso de Aurora nele. Comigo.

Jogar essa caixa fora não significa que esquecerei o passado, mas pelo menos, não viverei mais nele.

Aurora é meu presente e futuro, e será nela que irei me concentrar.

Minha mulher.

Minha esposa.

Meu amor.

Finalmente estando pronto, jogo a caixa fora, sentindo um peso sair dos meus ombros.

POV AURORA

Desço as escadas, indo tomar meu café da manhã, e ao chegar, me surpreendo ao encontrar Vicenzo. Geralmente ele está no trabalho uma hora dessas.

— Bom dia. — cumprimento. — Você não tem trabalho hoje?

— Tenho uma reunião apenas mais tarde.

Assinto. Indo em direção a outra ponta da mesa, vejo que minha cadeira não está lá, mas sim, ao lado de Vicenzo.

— Sente-se. — chama, apontando a cadeira.

Me sentando, vejo Vicenzo inquieto, como se quisesse falar algo mas não soubesse por onde começar.

— Está se sentindo melhor? — questiona, por fim.

— Sim, foi só uma tontura passageira.

Ele parece aliviado.

— Se sentir algo, me diga.

Assinto em concordância.

Ficamos em silêncio, mas depois de alguns minutos, ele torna a falar, me surpreendendo.

— Tomei uma decisão.

— Sobre...? — fico curiosa.

— Decidi olhar para o futuro e deixar o passado para trás. Não quero estar preso à memórias, não quero me machucar, mas acima de tudo, não quero te machucar. Você é meu futuro, Aurora.

Meu coração parece que quer sair do peito.

Ele continua:

— Eu não consigo respirar sem você. Desde que você entrou na minha vida, tudo mudou. Você trouxe luz para os meus dias frios e solitários. Você é mais do que uma posse, porra, você é minha salvação. Eu sinto uma emoção muito forte quando estou perto de você, é incrível. Eu me importo com você mais do que qualquer coisa no mundo. Me sinto capaz de matar qualquer um que represente uma ameaça. Você é a primeira coisa que penso ao acordar e a última antes de dormir.

O ar deixa completamente meus pulmões. Um milhão de emoções batalham dentro de mim, enquanto encaro seus olhos que exalam sinceridade. Ele me olha como se sua alma estivesse exposta para mim.

— Sério? — a palavra sai em um sussurro.

— Joguei aquela caixa fora.

E foi isso.

Sem pensar muito, me jogo nele, que me agarra de braços abertos. Ele me puxa para si e cola nossos lábios em um beijo necessitado, cheio de saudade e devoção. Ele me toma como se não nos víssemos há décadas.

Seu gosto é tão bom quanto lembrava. Só agora percebo o quanto senti falta disso. Dele. Dele por completo. De seus braços, lábios e músculos.

Nos separamos por falta de ar. Olhamos um para o outro ofegantes, nossas testas coladas uma na outra, olhos fechados. Nenhuma palavra foi dita e não havia necessidade, é como se pudéssemos sentir os sentimentos um do outro.

Perfeito.

Esse momento não poderia ser mais perfeito.

A não ser...

— Vicenzo, eu...

Sou interrompida pelo toque de seu celular. Ele ignora a ligação mas ao se virar para mim, fala:

— Já está na hora da minha reunião. — explica. — O que você quer me dizer?

— Nada não, conto de noite.

Ele acena.

Não quero dar a notícia de que teremos um filho com ele tendo que ir embora logo em seguida, contarei de noite, então teremos todo o tempo do mundo para comemorar.

Me dando um beijo, ele se despede e sai.

Sorrio feliz.

~***~

Infelizmente o fim de MERCILESS HEART se aproxima, faltam muitos poucos capítulos, só queria agradecer a cada um de vocês por acompanharem esse história de amor tão complicada (não é mesmo? kkkkkkk).

Mas logo depois desse livro irei lançar outro, e ela é diferente de tudo o que Vincenzo e Aurora representam.

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora