CAPÍTULO 16

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POV VICENZO

Desde o mês passado quando invadiram minha festa de noivado, a Bratva tem ficado quieta. Eles não tem se metido em nossos negócios mas estamos em alerta, o silêncio é suspeito.

Passei as últimas duas horas em uma reunião com meu pai, nosso consegliere e Frederico. Com os três à mesa discutindo o que fazer de agora em diante, eu me amaldiçoava mentalmente por não conseguir prestar atenção, Aurora em meus pensamentos. Nunca tive problemas em "esquecer" da minha vida pessoal na hora de trabalhar – não há espaço para distrações aqui –, mas eu simplesmente não conseguia desligar minha mente.

Cacete, isso nunca aconteceu antes.

Talvez seja porque minha nova guerra é em casa. Está óbvio a determinação de Aurora em me fazer me apaixonar por ela.

Não quero me abrir para outra pessoa novamente, mas como homem, é difícil resistir a sua beleza. Mas para o bem de nós dois, não a tocarei.

— Vicenzo! — ouço Frederico me chamar. — O que você acha do plano?

Que plano?

— Acho que devemos analisar isso melhor. — dou uma desculpa. Essa distração está indo longe demais.

Frederico arqueia uma de suas sobrancelhas e sorri malicioso.

— Claro, vamos analisar melhor.

Merda, esse cara me conhece demais.

***

Sempre me dediquei muito ao meu trabalho, mas devo admitir que só comecei a trabalhar até quase meia-noite depois que me casei com Aurora – para mantermos uma certa distância entre nós. Achei que ela entenderia o recado de que não tenho interesse em nada com ela, mas minha esposa tem feito o contrário do que quero que ela faça.

E o problema é que sempre que volto para casa, encontro-a acordada.

Quando entro em nosso quarto encontro-o vazio, apenas o som da torneira do banheiro aberta denúncia onde Aurora está.

Sentando em uma poltrona para esperar que ela desocupe o banheiro, começo a desabotoar meu terno e depois metade da minha camisa. Paro no meio do movimento ao ouvir a porta do banheiro se abrir.

A visão que tenho faz todo meu sangue ir direto para meu pau.

Porra!

Os cabelos loiros cascateando ao redor do rosto com um formato de coração, olhos verdes vidrados – um pouco nervosos – e uma maldita camisola de renda perolada que deixa muito pouco para a imaginação. Pernas à mostra, braços desnudos, peitos saltando para fora do fino tecido...

Ela parece a porra de um anjo.

Um anjo que está me fazendo ter as fantasias mais sujas e perveças que já tive em toda a minha vida.

— O que é isso? — forço certa indiferença.

Ela se escora na batente da porta e cruza os braços.

Cacete, seus peitos estão quase para fora agora.

— Você já percebeu que sempre me pergunta isso? — ela dá uma risadinha. Lábios carnudos e vermelhos. — Essa é a camisola que eu devia ter usado em nossa noite de núpcias, gostou?

Porra, se eu gostei, mas gostaria ainda mais de rasgá-la com os dentes até que não sobrasse nada.

Me mexo na poltrona para esconder minha ereção que só aumentava a cada instante.

Aurora, com movimentos tão graciosos quanto os de um gato, vai até a cama e se senta.

— Não vai vir deitar? — vejo o brilho em seu olhar. Malícia. Isso já é o suficiente para me fazer recuar.

— Vou tomar banho. — trancando a porta do banheiro, arranco minhas roupas, libertando meu pau de sua prisão.

Estou duro pra caralho.

Me enfiando debaixo do chuveiro, coloco a água no mais gelado possível e espero meu sangue voltar para seus devidos lugares.

Não posso me deixar levar pela minha cabeça menor. Pensar com o pau nunca dá certo.

Tenho que colocar meus pensamentos no lugar. Olhando para minha ereção que parece não ter nenhuma intenção de abaixar sozinha, levo minha mão ao meu pau e bufo em desgosto.

Não bato uma desde minha pré-adolescência, sempre tive mulheres para me satisfazer. Voltar a fazer isso sendo que tem a porra de uma mulher – vestida com uma camisola minúscula – na minha cama, é humilhante.

Depois de bater uma ou talvez duas, consigo controlar minha ereção.

Volto para o quarto e Aurora está deitada de barriga para cima olhando para o teto, me deito ao seu lado e a ouço suspirar, mas não fala nada, apenas se vira para um lado e eu para o outro.

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora