CAPÍTULO 10

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POV AURORA

Quando chegamos em frente à uma mansão enorme e branca, descemos do carro e adentramos nela. O seu hall de entrada era gigantesco. Passando pelas enormes portas duplas, sou recebida pelo ar de limpeza e calmaria que a mansão traz.

Com uma decoração minimalista e  requintada, o lugar é belíssimo. As paredes são brancas, adornadas por decorações em madeira escura, um lustre glorioso reluzia no pé direito alto da entrada da casa, mas mal consigo prestar atenção, pois Vicenzo anda apressado pela casa.

Seguindo ele, nervosa por estar nesse lugar e por ser minha noite de núpcias, tomo cuidado para manter-me próxima à ele. A decoração em tons neutros se segue pelos milhares se corredores confusos da mansão. Passando por inúmeras salas e dobrando vários corredores, finalmente Vicenzo para e abre uma porta. Quando entramos no quarto, ele diz:

— Já está tarde, você pode tomar um banho e ir dormir. — ele me mostra o banheiro. — Amanhã mostrarei a casa para você, por hoje, descanse.

— Você não vai dormir agora?

Ele disse que não e que tinha trabalho a fazer, apenas assenti um pouco confusa com o que ele disse. Um duelo de sentimentos de alívio e tristeza me toma, e vou direto para o banheiro tomar um banho. Após terminar vou para a cama mas não consigo dormir, fico me revirando de um lado para o outro, sem conseguir pregar os olhos. Não sei quanto tempo se passou, mas ouço a porta se abrir e o colchão afundar atrás de mim. Estava de costas para Vicenzo quando o ouvi falar:

— Te acordei?

— Não, já estava acordada quando você chegou.

— Você está bem?

— Sim, só estou um pouco preocupada com minha irmã mais nova.

— Qual o problema?

— Não é nada, apenas estou preocupada em deixá-la sozinha depois da morte da minha mãe. — minto, escondendo o verdadeiro motivo.

— Vai ficar tudo bem com ela, agora, durma. Ainda está de madrugada.

Fecho os olhos e deixo o cansaço me vencer, sem me preocupar com o homem ao meu lado e o que ele pode fazer.

***

Abrindo os olhos por causa da claridade que invadia minhas pálpebras, me sinto confusa ao ver o quarto estranho em que me encontro, mas o sentimento se dissipa ao lembrar do dia anterior. Estou em Palermo, na Sicília, na casa do meu marido.

Minha casa, lembro a mim mesma.

O quarto está vazio e não ouço nada além do mais absoluto silêncio, isso, me lembrando minha casa em Nápoles. O quarto era enorme, porém com uma mobília simples, nada aqui me dava uma pista de como é Vicenzo, a não ser pelo fato de que ele é um homem reservado e organizado, talvez até metódico.

Desço as escadas tentando encontrar o meu marido diante daquela cada gigante, encontro a sala de jantar e meu marido estava sentado na mesa, lendo um jornal. Paro na batente da porta e, então, ele percebe minha presença.

— Sente-se, venha tomar café.

Seus cabelos pretos estão perfeitamente penteados, seus olhos azuis como a noite alertas, como sempre, e sua camisa social branca está com as mangas arregaçadas até os cotovelos, deixando a mostra seus braços veiados e pele bronzeada enquanto está com o jornal em mãos.

Um pouco sem jeito, vou até a enorme mesa e sento na cadeira do outro lado da ponta – a outra única cadeira na mesa. Totalmente inquieta e nervosa, decido puxar assunto:

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora