CAPÍTULO 38

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POV VICENZO

Em segundos um tiroteio se iniciou na sala de reunião, cada lado tentando se proteger como podia, mas somente minha esposa passava em minha mente. Seus olhos cristalinos cheios de lágrimas e a pele coberta de vergões vermelhos.

Porra, isso está me matando.

Balas voavam para todos os lados e a adrenalina estava lá em cima. Atacaram meu território, atacaram minha casa, atacaram minha mulher.

Esses filhos da puta vão morrer por isso.

Lenta e dolorosamente.

Acerto um dos guardas russos, que cai morto no chão.

— Vicenzo. — me viro para meu pai. — Vá atrás de sua esposa.

Acenando, saio do meu esconderijo e abro caminho para fora daquele inferno.

Don!

Ao ouvir o grito de Frederico, me viro a tempo de ver meu pai levar um tiro no braço e cair, o mundo parece parar por um segundo. Quando vejo-o se levantar, volto a correr para casa.

Entrando no carro, dirijo a plena velocidade enquanto ligo meu celular, que havia desligado para a reunião.

Seis chamadas perdidas de Aurora.

Cacete!

Tento controlar meus sentimentos e os pensamentos que me levam para aquele final trágico que tanto temi.

O medo de perder o amor da minha vida.

A percepção vem então, Aurora é o amor da porra da minha vida. Com Alice, não havia nada que eu pudesse fazer para salvá-la, mas Aurora eu posso salvar.

Não, eu não posso. Eu vou salvá-la.

Eu sou a porra do Vicenzo Bertocchi, ninguém machuca o que é meu e vive para contar a história.

Eles a machucaram.

Eles machucaram Aurora.

Minha Aurora.

Quando meus homens já estão à postos atrás de mim, com todo o armamento pesado vindo de Gaza que os russos sonham em ter, dou ordens claras:

— Matem todos, menos minha esposa. Não encostem nela. Não estamos aqui para fazer prisioneiros, quero cada um daqueles fodidos mortos.

O batalhão de soldados que eu trouxe, cerca a propriedade, me esperando para atacar.

— Quero um ataque eficiente, que acabe rápido.

Entramos e todos os soldados começaram a atirar e matar, mas eu não, eu estava paralisado no lugar, o terror tomando conta de mim.

Aurora estava sentada histérica no chão, soluçando de tanto chorar. Sua garanta estava vermelha e com um maldito chupão. Seu vestido está rasgado e ela parece seminua, mas isso não é o pior.

Sangue mancha seu vestido e pernas. Ela está sagrando por entre as pernas.

Ela foi estuprada.

Aurora foi estuprada!

Minha mente parece em branco, eu não sinto nada, não penso em nada, não me movo, eu só existo.

Seus olhos cristalinos me encontram e eu a vejo chorar mais. Mais forte, com mais vontade

Vicenzo! — ela grita.

Caio em mim de novo. Não penso em nada quando vou em sua direção, matando qualquer fodido que ousasse entrar em meu caminho.

Chego até minha esposa, que está histérica. Pego-a.

— Calma, estou aqui, você está segura, não vou deixar isso acontecer de novo. Eu prometo. — beijo sua testa e ela chora ainda mais contra mim.

Nesse momento, não me importo com nada ao meu redor, apenas com ela.

Vou em direção ao carro. Coloco ela delicadamente no banco, observando os hematomas que deixaram em seu corpo.

Porra.

Seu braço tem um corte vertical, seu rosto está vermelho, mas o que me preocupa é o sangue em suas pernas.

Corro em direção ao banco do motorista e acelero com o carro em direção ao hospital.

Ao chegarmos, pego-a no colo e carrego-a para dentro. Um médico bem em nossa direção, enfermeiros e uma maca em seu encalço.

Coloco ela na maca. Aurora parece estar em um estado de choque, sua mão envolvendo a barriga.

Os médicos a levam para dentro de uma sala e eu fico do lado de fora. A única coisa que sei é que irei me vingar.

Ninguém mexe com minha esposa.

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora