CAPÍTULO 22

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POV VICENZO

Eu não consigo mais! Por mais que eu tente. Não consigo me manter longe dela, seus olhos... seu corpo me atraem, como se ela fosse uma força da natureza me arrastando junto a ela.

O jantar de ontem foi como o esperado, silencioso e inútil. Se não fosse pelo respeito ao meu pai e a vontade de Aurora de ficar perto de suas irmãs não teria ido, teria aproveitado mais a noite com a minha esposa.

O dia do casamento chegou e todos os soldados de elite estavam presente, desde o último acontecimento, reforçamos a segurança para que não aconteça nenhum imprevisto indesejado.

Eu podia sentir Aurora tensa ao meu lado, é óbvio que ela não está contente com o casamento de seu pai, ainda mais pelo fato da rescente morte de sua mãe.

O sorriso no rosto de Giovanni, como se tivesse ganhado um prêmio, os olhares nojentos que ela dá para aquela garota que é mais nova que sua filha mais velha. Eu odeio esse homem, ele tem sorte de não ser meu subordinado. Ele não viveria o suficiente para encostar naquela garota assustada, ou de causar tanto mal a Aurora, mesmo que não fisicamente.

A valsa dos noivos estava acontecendo e minha esposa seguia o casal com o olhar, um misto de melancolia e traição. Olhando para seu belo perfil, não posso evitar de tomar sua mão na minha. É como se eu não conseguisse controlar meus impulsos perto dela, ou simplesmente não quissese.

Seu olhar curioso se volta para mim.  Me levantando de meu lugar, levo-a comigo. Hoje a festa está ocorrendo dentro da mansão – medidas de segurança – então guio Aurora para o jardim, o lugar onde tudo começou.

— O que está fazendo? — ela questiona, seu rosto sendo beijado pela brisa quente de verão.

— Vamos dançar. — digo, mais como um aviso do que um pedido.

— Vão sentir nossa falta na festa.

— Não me importo.

Ela sorri.

— Não tem música.

— E precisa de música para dançar? — pergunto.

Com um sorriso no rosto, puxo-a para próximo de mim, até que nossos corpos estivessem quase colados. Nossos corpos fluiam em pura sintonia enquanto eu a guiava em um dança intimista. Nos movemos ao som de uma música que apenas nós poderíamos ouvir. Envolvo meus braços mais apertados ao redor de seu corpo quando ela apoia a cabeça em meu peito.

— Você acha que pode me amar? — ela questiona segundos depois, quebrando o silêncio reconfortante ao qual estávamos.

Tenho vontade de dizer algo, mas não respondo nada. Eu não estou disposto a passar pelo terror que é o amor novamente, mas também sabia que se eu continuasse próximo de Aurora, alguma hora aconteceria. Na verdade já está acontecendo, nunca imaginei que pudesse sentir isso de novo.

Nossa convivência é boa, o sexo é ótimo, mas gosto dela por tudo que a faz ser ela. O coração bom, a vontade de proteger aqueles que ama, sempre esperar o melhor dos outros mesmo que eles não tem isso e só a decepcionam... tudo o que eu não tenho.

O problema de ter que me manter longe dela é que não consigo.

Então faço a coisa mais certa e não respondo nada.

Depois de um tempo em silêncio, ela levanta sua cabeça do meu peito, seus olhos verdes cristalinos tristes. Acho que está mais magoada agora do que quando estava lá dentro, é como se doesse mais.

Se afastando lentamente, desolada, ela fala:

— Acho melhor entramos.

~***~

Ao perceber que os próximos capítulos serão mais curtos, decidi começar a postar dois por semana.

Espero que estejam gostando da história.

Bjss, Lizzy Stacey! 😘

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora