CAPÍTULO 27

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POV AURORA

Acordo sentido um peso ao meu redor, me viro e encontro Vicenzo adormecido. Seu corpo repousa na cama e eu não consigo deixar de admirá-lo.

Seus cabelos negros caem de forma despretensiosa sobre a testa, contrastando perfeitamente com sua pele bronzeada. Observo os músculos de seu peito se movendo suavemente a cada respiração, e sinto meu coração se aquecer.

É fascinante como ele pode ser tão sereno dormindo. Seus lábios entreabertos dão um ar solene em seu semblante. Sua expressão tranquila deixá-o lindo.

Deslizo minha mão levemente por sua pele, sentindo o calor que emana dele. Seus músculos são duros e a pele é macia. Passo a ponta dos meus dedos por seus traços, como se quisesse gravá-lo na memória.

— Continue me tocando assim e não a deixarei sair dessa cama tão cedo. — ele murmura, olhos ainda fechados.

Dou uma risadinha.

Seu aperto se estreita ao meu redor e ele cola nossos corpos, sua ereção me cutucando.

Não resistindo a tentação, passo meus dedos por seu cabelo farto, há poucas coisas que gosto mais do que mexer em seu cabelo.

— Eu estava pensando... — começo.

Hmm.

— Você poderia dar aulas de luta para Noemi?

Isso o faz abrir os olhos, me deixando ver o azul poderoso que reside neles.

— Por quê?

— Eu não confio em meu pai perto dela, eu só quero que ela possa se proteger.

Ele coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

— Começaremos hoje à tarde.

***

Assistindo minha irmãzinha "lutando" com Vicenzo, não consigo evitar de me sentir orgulhosa. Ela é uma boa aluna e faz tudo o que Vicenzo pede sem pestanejar. Talvez porquê saiba que precisa disso.

Quando Noemi já estava suada e ofegante, ela pediu um tempo para descansar.

— Tudo bem, enquanto você descansa vou ensinando Aurora. — Vicenzo fala.

— Eu? — questiono surpresa.

— Você realmente pensou que ficaria aí só olhando? Você precisa aprender a se defender.

Vicenzo segura as cordas do ringue para mim, e me ajuda a subir.

— A primeira coisa que você deve fazer se tiver uma oportunidade é correr, eles serão o dobro do seu tamanho, mas caso você não consiga, mire nos pontos fracos, que são, olhos, nariz, queixo e na virilha.

— Entendi.

— Agora tente me dar um soco.

Ergui meu braço direito pronta para dar um soco em seu rosto, mas em um movimento rápido de Vicenzo, ele me joga no chão e sobe em cima de mim, prendendo meus braços sobre a cabeça e imobilizado minhas pernas.

— Se fosse uma situação real, você já estaria morta.

Ele se levanta, estendendo-me a mão para me ajudar a ficar de pé, e diz:

— De novo.

Fiz o mesmo movimento, mas dessa vez, previ o que ele ia fazer, mas logo em seguida ele me deu uma rasteira, me fazendo cair de bunda no chão.

— Nunca abaixe a guarda. — diz ele. — No momento que você desviou dos meus movimentos, você abaixou.

Me levantei depressa do chão.

— Eu nunca vou conseguir te acertar. — falo ofegante.

— Vamos parar por hoje.

Assinto, me virando para ir embora, mas antes que pudesse sair, ele agarra meu pulso e me puxa para ele, e então ele faz a coisa mais inesperada de todas.

Ele me beija.

Mas não de maneira agressiva, é um beijo lento e delicado.

Quando nos afastamos, com um sorriso no rosto, pergunto-o:

— O que foi isso?

— O quê? Não posso beijar minha esposa?

Meu coração dispara e sorrio ainda mais abertamente para ele.

— Se quiser, pode fazer muito mais.

Ele sorri maliciosamente, se aproximando de mim com uma agilidade felina.

— Talvez, pudéssemos...

— Aurora!

Escuto o grito de Noemi e na mesma hora meu corpo entra em alerta máximo. Vicenzo está na mesma situação. Corremos em direção ao som e ao chegar até minha irmã, tudo parecia normal.

— O que foi? — questiono assustada.

— Estou com fome. — ela sorri inocente.

Não sei se fico aliviada ou brava, então no final, apenas rio e falo:

— Então, vamos comer.

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora