CAPÍTULO 13

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POV AURORA

De manhã, desço as escadas e ao entrar na sala de jantar, me deparo com toda a família Bertocchi sentado a mesa, conversando.

Me amaldiçoado internamente por não ter colocado um despertador para poder acordar mais cedo, engulo a vergonha e vou em direção a eles. A primeira pessoa a me notar é Carlotta.

— Bom dia, Aurora. — diz ela, animadamente.

— Bom dia. — replico envergonhada, sentando-me ao lado de Vicenzo. Sua mãe que está a minha esquerda, fala:

— Aurora, é um prazer finalmente conhecê-la, sinto muito por não ter isso em seu casamento, não estava me sentindo bem.

— Tudo bem.

Me remexo na cadeira desconfortávelmente. Após comermos, cutuco a lateral de Vicenzo e ele se inclina em minha direção.

— Que horas será a festa?

— A festa vai ser às 19 horas. Você, minha irmã e mãe, iram se arrumar no salão, irei me encontrar com você lá.

— Está bem. — digo.

Ele se levanta da mesa logo após nossa conversa, em direção ao seu escritório com seu pai seguindo logo atrás.

— Agora, vamos, temos muita coisa para fazer nessa tarde. — diz Carlotta, que apesar da barriga de 8 meses, aparenta estar muito disposta.

Eu e Maria (mãe de Vicenzo) nos levantamos e vamos em direção a porta, com Carlotta ao nosso lado. Somos escoltadas por três guarda-costas que nos acompanham até a loja e permanecem lá.

A primeira coisa que fazemos foi escolher um vestido de gala para essa noite.

— Então Aurora, como tem sido seus primeiras dias aqui em Palermo?

— Foram bons. — respondo a mãe de Vicenza enquanto analisava um vestido ou outro.

— Espero que meu irmão não tenha te assustado. — Carlotta brinca e ao ver minha confusão, continua. — Eu vi o machucado no rosto dele e sei que ele tinha uma luta marcada para essa madrugada.

— Foi uma luta? Como assim? — quer dizer, eu sei que ele se machucou em algum tipo de "luta" mas saber exatamente o que aconteceu...

— Lorenzo me contou da luta na gaiola, Vince não te explicou?

— O que é uma luta na gaiola?

— Deus... — Maria exaspera. — Vicenzo apenas chegou em casa banhado a sangue e nem se deu ao trabalho de explicar a situação? Claro, ele sempre foi muito fechado mas... você deve ter ficado assustada.

Claro que fiquei asustada mas, o que poderia fazer? Perguntar a ele? Posso não conhecer bem meu marido mas só de olhá-lo fica óbvio que não conversa sobre o que faz quando está fora de casa.

Apenas dou de ombros, na falta de palavras.

— Você sabe, querida, Vicenzo é um homem sério e reservado, mas ele realmente se preocupa com a família e faria qualquer coisa por nós.

A irmã mais nova de Vicenzo balança a cabeça em concordância.

— É verdade, ele pode parecer frio e distante às vezes. — o tempo todo, penso. — Mas é apenas a fachada que ele precisa manter para se proteger do mundo que vive

Enquanto olho para a mãe e irmã de Vicenzo, percebo que elas estão me dando dicas sutis de como lidar com ele. A Sra. Bertocchi continuou:

— Quando ele estiver sob pressão ou enfrentando problemas, lembre-se de ser paciente e compreensiva. Ele não gosta de mostrar fraqueza, então é importante que ele saiba que pode contar com você.

MERCILESS HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora