vinte e sete - infelizmente

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Capítulo TRINTA E DOIS de estranhamente.

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Concordo com Colleen Hoover que o amor é a coisa mais linda do mundo. Infelizmente, é também uma das coisas mais difíceis do mundo para suportar, e uma das coisas mais fáceis de jogar fora. Eu não queria pensar nisso, mas pensei. A consciência do amor é o que o torna mais desafiador e tudo ao meu redor o gritava em meus ouvidos protegidos dos sons externos. Eu não precisava de muito para ficar hiperestimulada, meu interior era louco o bastante para isso. Tampouco precisava pensar sobre amor, mas parecia que ele estava em absolutamente todo lugar.

Quando elas chegaram, meu coração explodiu. Claro que figurativamente, mas poderia ser em sentido literal, tamanha força em que bateu em meu peito. Tremi por inteiro de emoções inexplicáveis e saudade.

- Pinguinho de leite! - foi o cumprimento animado e emocionado de Dinah, cujos olhos brilhavam tanto que transbordaram, se aproximando de mim e me apertando em seus braços - nunca mais eu quero deixar de ver você! Nem mesmo vou dormir que é para garantir que continua diante de mim dia e noite.

- Isso é exagerado e estranho - apontei, mas me senti querendo rir.

- Realmente, mas eu concordo - Normani abriu um sorriso e me abraçou com mais força que Dinah - eu sei que você odeia toques, mas é impossível não querer garantir que está mesmo perto de nós novamente.

Encolhi os ombros, notando que não tinha sido toques incômodos, principalmente porque me apertaram, mas também porque eu queria sentir que também estavam ali. Depois de tanto tempo longe, nada parecia real. Meu corpo reagia me queimando por dentro, fogos de artifício estourando dentro de meu coração e lágrimas correndo por minhas veias.

- Tudo bem - as acalmei - eu matei alguém, nada é pior que isso.

Eu ri, mas elas não.

- O quê? - questionou Dinah.

- Como assim? - perguntou Normani.

- Peter - contei - eu o matei para conseguir fugir.

- Wow! - foi tudo o que disseram em uníssono.

- Vai ficar tudo bem - Allyson se pronunciou - a jogada dessa mocinha foi incrível. E se não tivesse feito, não estaríamos aqui. Ela não estava na clínica quando chegamos, Peter ia levá-la para a Romênia.

- Ally! - Normani se admirou.

- Você está aqui! Nem te vimos - Dinah riu ao terminar de dizer e Allyson girou os olhos como sempre fazia quando as duas eram idiotas.

- Nem vou responder - ela retrucou - mas sim, estava fazendo companhia a ela porque Camila precisou voltar a trabalhar. E estávamos conversando sobre o que aconteceu.

- Sim - confirmei também com a cabeça.

Allyson se levantou e imaginei que Dinah e Normani fossem fazer alguma piada sobre seu tamanho, mas elas não disseram nada enquanto minha prima pegava a bolsa e se voltava para nós.

- Preciso voltar ao trabalho também. Muita gente para interrogar - suspirou e entendi perfeitamente o porquê, já que era muito trabalho - mas nos vemos depois. Vou convencer a deixarem seu depoimento para quando tiver alta.

- Obrigada, Ally - agradeci com muita sinceridade porque estava cansada e apavorada demais em pensar no que dizer para agentes da lei. Se eu for presa, sei que vou sofrer muito. Não aguento mais tanto sofrimento. Não quero ser forte o tempo todo. A conquista de Allyson seria o alívio para as elucidações de Hoover que os acontecimentos da vida de uma pessoa estão todos aglomerados um minuto após o outro, sem nenhum intervalo de tempo, páginas em branco ou pausas em capítulos, porque não importa o que aconteça, a vida simplesmente continua, segue em frente, as palavras são ditas, e as verdades sempre surgem, quer você queira ou não, e a vida nunca deixa você fazer uma pausa apenas para recuperar a porcaria do fôlego. Dá para entender? Ela me daria o que parecia impossível. E quando Allyson assentiu como se não fosse nada demais, senti novamente o acolhimento que era o meu lar, que eram aquelas mulheres ao meu redor cuidando de mim ao mesmo tempo em que me empurravam para que conseguisse tomar meu caminho. Eu as amava profundamente.

LIVRO 2 - intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora