epílogo

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Não vou usar de ninguém além de mim para falar sobre isso. Dizem que o epílogo é o fim, mas para mim, basicamente é o começo. É aqui que paro e me compreendo. Eu sempre encarei tudo de uma forma tão absurdamente diferente que só pode ser mencionada como confusa.

Tanto faz, eu era apenas eu, ainda que isso seja algo gigante. Aprendi muitas coisas, a estar segura, a enfrentar meus medos e meus horrores, a amar intensamente, a me entregar, a ser amiga e abrigo. E, claro, a colocar o suco no copo, não na bancada.

Isso é importante.

Mais ainda importa dizer, claro, que eu estava feliz. Que tudo foi sim difícil, mas o difícil não é tão assustador quanto era no começo porque eu sabia caminhar. Eu consegui dar meus próprios passos sozinha como uma criança aprendendo a andar segurando nas mãos da família - não a de sangue, ela nunca me salvou - e depois me soltar, correndo para a liberdade sem que ninguém, nem eu, me parasse.

A salvação, sim, ela era ainda mais importante e me afastava do fim. Eu me salvei e fui salva de tantas maneiras que eu não conseguia descrever, apenas sentir e me permitir. Eu descobri a alma e o amor. Eu descobri que existo. Eu descobri como existir. Soube de tantas coisas que linha alguma seria longa o bastante para que descrevesse, mas eu finalmente estava viva.

Eu estava viva, eu aprendi a viver. Se alguém me perguntar como, eu tenho uma única coisa a dizer que explicasse, resumisse e iniciasse tudo: ame, mas ame intensamente.

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Tudo curtinho, mas era o que precisava ser dito.

Obrigada a quem leu, de verdade.

Até a próxima.

LIVRO 2 - intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora