Talvez, o Amor seja Real

07: Just let me love you

Há momentos na vida de um ser humano, que ele deve tirar férias, e esquecer do mundo, do trabalho, ou escola. E era bem o que Taylor queria, ela queria estar deitada em uma espreguiçadeira, curtindo a brisa da praia, os pés encostando na areia quente, o sol batendo sobre suas curvas... Era quase como um paraíso. 

Mas ao invés de estar na perfeita Disney, Taylor tinha de ouvir as ideias mirabolantes de novos aplicativos. Taylor amava seu trabalho, trabalhar com computação era ótimo, mas tinha vezes que ele queria fugir de todos, até de seus melhores amigos e família.  

Sophia, sua melhor amiga, lhe entregou seu celular com a foto de um homem extremamente bonito, chegava a assustar.

— Qual é o nome dele? — Perguntou Taylor, interessada pelo garoto. 

— Ethan — Sophia deu um sorriso malicioso e pervertido — Tá afim dele? — Provocou a morena.

— Eh, ele é interessante, posso olhar o perfil? 

— A vontade 

Taylor abriu o perfil do rapaz. Ele postava excessivas fotos de praias, além de fotos de gatinhos. Só tinham duas fotos dele no perfil, uma onde ele posou junto de um felino. E outra do mesmo pequenino, junto de sua mãe, e uma declaração de dia das mães em baixo. 

— Ele não gosta muito do corpo dele né? 

Sophia deu de ombros — Acho que sim — Disse incerta. 

— Vou ver se o Bryan acha ele bonito — Pegou o celular e entregou a seu amigo, que franziu a sobrancelhas. 

— Quem é? — Perguntou confuso.

— Não importa, só me responde, pegava? 

— Se eu fosse gay... sim — Ao seu lado estava Martin, que rapidamente agarrou o celular para ver mais de perto a foto. 

— Porra, mó indireta, olha aqui, dois gatinhos — Martin debochou. Ele não havia gostado de ouvir que Bryan o pegaria. Sim, eles eram somente amigos, melhores, quase como irmãos. Mas Martin não havia gostado da fala, ele era possessivo, não deixaria seu amigo pra qualquer idiota, e muito menos queria saber de Bryan ser homossexual.

— Achei inteligente — Disse Bryan soltando um sorriso ao ver seu amigo ferver de ódio. 

— Sophia, Taylor, Bryan e Martin, já estão com suas produções prontas né? Já que não param de rir — O gerente chamou atenção dos quatro. 

Taylor rapidamente agarrou o celular de Martin e devolveu para Sophia. 

Ambas as garotas se calaram, observando cada um dos aplicativos apresentados, mas já Bryan e Martin não se importaram, cada aplicativo que era apresentado, uma piada era feita, e de brinde algumas risadinhas baixas entre eles. 

— Ele seria como o Tinder? — O gerente perguntou. 

— Não, mais, além de podermos curtir as fotos, e conversas com pessoas, será como o Instagram, poderemos fazer vídeos, gifs, e até figurinhas e emojis.  

Bryan riu baixinho.

— Imagina que tipo de vídeo os cara vão postar — Cochichou para Martin. 

— Olha a minha rola, é grossa e quente — Gesticulou exageradamente com as mãos. 

— Bah, e os gays? Fazem o que? 

O sorriso de Martin desapareceu. 

— Mas que merda é essa? Segunda vez nesse mesmo dia que você fala de homossexuais, tá querendo dar o cu, é? 

Tirou uma gargalhada baixa de Bryan. 

— Que isso! Você ficou putinho só porque eu falei duas vezes de gays, tá com medo de isso acontecer? 

— Mas é obvio que sim! Acha que quero saber que meu amigo de infância tá dando o cu pra outros ai? 

— Outros? Então se fosse só pra você tudo bem? 

— Não, mas melhor — Virou o rosto, tentando esconder as bochechas avermelhadas. 

— Ué, melhor? 

— Tá! Chega! Tudo bem, se quiser dar o cu pra qualquer putinha, de boa — Martin encerrou o assunto, ele estava extremamente constrangido. 

— Chega nada, agora me explica que merda e essa — Pousou sua mão sobre o queixo do loiro. — Você iria ficar com ciúmes? — Virou seu rosto. 

— Não! Que ciúmes? Tá louco? Ai eu também ficaria com ciúmes de garotas né, não fala merda — Bateu no braço do garoto de cabelos caramelos, quase como um loiro queimado. 

Ambos se calaram, um silêncio constrangedor enchendo eles. Aquilo havia sido muito estranho. 

As apresentações acabaram, sendo hora do almoço, os quatro se reuniram na mesma mesa no refeitório. Sempre o quarteto ficava na mesa ao lado da janela, desde o inicio, eles sempre preferiram ali. 

— Por que vocês ficaram brincando mesmo o Sr Mackenzie falando pra parar? — Perguntou Sophia.

Os dois se entre olham, Bryan solta um sorriso. 

— Não deu pra segurar, era muito engraçado — Fitou Martin, que se mantinha sério, o fitando e reprovação. — Não é? — Perguntou a Martin. 

— Eh... — Mostrou mal se importar com a fala, comendo de seu almoço 

— Caralho! — Taylor gritou enquanto olhava seu celular. 

— Que foi? — Sophia e Bryan perguntaram ao mesmo tempo.

— Esse cara, trabalha na nossa empresa! — Antes de virar o celular e os mostrar, se assustou com Martin. 

Seu garfo havia escorregado, chocando-se com o prato de porcelana. O barulho ecoando sobre seu ouvidos. O loiro tomou um gole da água, engasgado, tossiu descontroladamente. 

— Você tá bem? — Sophia perguntou preocupada. 

— Onde esse desgraçado está? — Disse com uma voz trêmula, já que estava sem fôlego. 

— E lá eu sei — Disse Taylor revirando os olhos. 

— Cara, 'cê tá bem? — Bryan perguntou a Martin. 

O loiro fuzilou seus olhos e balançou a cabeça em negação.

— Merda, não... — Fitou a faca caída sobre a mesa.

— E por que não? — Taylor perguntou, franzindo o cenho confusa. 

O loiro não respondeu, ele tossia desesperado, ao mesmo tempo que tentava despir a água, queria respirar, seu corpo não sabendo responder. 

Sophia fitou Taylor, e ergueu as sobrancelhas, mostrando o quanto sabia sobre a "dupla". 

— Acha que ele ficou com ciúmes? — Disse Taylor bem baixinho, quase inaudível. 

Sophia balançou a cabeça em afirmação. Ela tinha quase a certeza de que Martin havia se frustrado ao ouvir que Bryan tinha interesses por homens, e ela achava que para Martin, o interesse deveria estar focado para si, e não no tal de "Ethan".