Talvez, o Amor seja Real

38: Baby, I'm so stupid in love

— Ei, você não pode dar presente a uma pessoa, se ela disse que não o queria — Disse Noah, assim que viu a peça sendo arremessada da mão do moreno e pousando perfeitamente dentro do carrinho. 

Nicholas fizera uma medíocre comemoração, como um atleta de basquete faria e, então, se virou, voltando-se ao seu namorado. O maior viajou com seus olhos por toda a extensão do corpo daquele ser humano do tamanho de uma formiga, com o olhar mais asqueroso que Noah vira em toda a sua vida. Era quase uma audácia a careta que fizera ao que seus olhos pairaram novamente em seu rosto. 

— E quem disse que é um presente pra você? 

Talvez, só talvez, Noah quisesse esmurrar Nicholas naquele exato momento. E bem, sua excessiva vontade de lhe esbofetear, vinha da simples ação afoita de Nicholas. 

— E é pra quem? 

— Pro meu sogro — Jackye? 

— Mas... — Ao que a frase se iniciara, Nicholas o fuzilou, maquiavélico, com uma de suas sobrancelhas erguidas numa expressão tão afrontosa quanto a anterior — Ele morreu faz duas semanas 

— Não, o 'Roberto não morreu não — Noah nunca vira um homem que pronunciava o nome "Roberto" com tanto sotaque mexicano quanto Nicholas, o que era quase hilário, se o menor não estivesse extremamente surpreso com o atrevimento. 

— 'Roberto? — Quase silabou de tão prolongado que o nome fora proferido pelos lábios de Noah. 

— Ele mesmo. Roberto do cu aberto — Cantarolou. 

E ao que disse isso, se virou. Levando suas mãos ao carrinho e seguindo a caminhada. Esta, devagar, pois caso corresse pelas ruas do mercado, teria grande chance de esbarrar nos produtos esparramados pelo chão. 

— Quem é ele? — Indagou, um tanto embasbacado. 

— Meu sogro — Fingiu-se de desentendido. 

— Não. Ele não é o meu pai 

— E quem disse que vou dar isso pro seu pai? — De imediato, parou com sua caminhada, e em um movimento rápido, o fitou. 

— Quem é 'Roberto então? — Tombou a cabeça para o lado, enquanto lhe retribuía o fitar. 

— O pai da Brittany, oras — Zombou, como se fosse algo estupidamente fácil de entender. 

— Você chama o pai da sua melhor amiga de sogro? 

— Ela não é minha melhor amiga 

Noah deixou uma risada silenciosa escapar de seus lábios. O loiro baixou a cabeça, constrangido com tamanha brincadeira estúpida. 

— Do que está rindo? — Franziu o cenho, enquanto tentava observar o rosto angélico de Noah, ao que sua visão era tampada pela franja do loiro, que caíra sobre os olhos. 

— Nada, aposto que o senhor Carter vai amar — Ergueu seu rosto, para lhe fitar, ainda em meio a risos. 

— Eh, ia ser pra você, mas já que não gosta desse tipo de presente, vou dar pro 'Roberto — Fingiu estar entristecido, quando no fundo, era só mais uma forma pela qual Nicholas manipulava ao pequeno. 

— Não. Eu quero — Sem hesitar, Noah buscou o objeto do carrinho e assim que achou, pegou para si. 

— Você é tão manipulável... — Com um sorriso sacana nos lábios, gozou do loiro. 

— Olha que se continuar, eu devolvo esse treco  

— Não vai mais não, proibido você 

— Hmm, e se eu não quiser? — Só para lhe provocar mais um pouquinho, Noah balançou o objeto em frente ao cacheado, em uma ameaça.