47: You're the Devil in disguise

2 0 0
                                    

2010

O natal se apoximava a cada inspirada, Ethan já sentia a harmonia daquela tão sonhada época. Passava o ano inteiro em ansiedade, esperando o fatídico momento em que estaria sentado naquela vasta mesa, acompanhado de seu querido avô, primos e seus pais. O moreno adorava aquela alegria que sua família adquiria na noite de festas, apesar de ser falsificada.

Ethan não se importava com isso, ao menos ligava para a falsidade que sua família mantinha. Sabia que a sensação daqueles sorrisos calorosos era o suficiente para fingir-se de cego. Ao menos tinha seus dois priminhos amados, Nicholas e Mia.

Naquela noite de véspera de Natal, seus olhos se atentaram na família Galitzine. Carlisle sempre vinha a frente, com suas mãos entrelaçadas a Marry, enquanto Nicholas e Mia vinham atrás. Ethan nunca entendeu porquê eles sempre chegavam com a cabeça baixa. Sabia que seu avô tinha receio daquela família por conta do pai de Nicholas.

Carlisle era um homem negro, que Marry havia conhecido em uma de suas viagens de verão, na época ele era pobre e humilde, o que fez seu avô o abominar, a ponto de proclamar medida protetiva contra ele. Marry, no entanto, lutou para que isso não ocorresse, pois naquela altura do campeonato já estava perdidamente apaixonada, e de nada abdicaria para os caprichos de seu pai. Posteriormente, cansado daquelas brigas gigantescas, senhor Mackenzie deu lhes a benção, mas declarou que jamais os trataria como dignos herdeiros da família Mackenzie.

O que não ocorreu, com os anos, seu coração se amoleceu, e com o desespero de seus filhos não lhe darem um herdeiro e o único que o deu recusar a oferta, sendo a Ethan, proclamou que o primeiro que o desse um neto, cuidaria de suas empresas. Este foi Nicholas. O atual herdeiro das sonhadas empresas de seu avô.

Fazia sentido a família sempre se apresentar timidamente e humildemente, mas que sentido havia para o herdeiro do grupo Mackenzie também? Ethan se cansou de perguntar o motivo, pois nem Nicholas nem Mia lhe contavam, o que era uma tristeza.

Enquanto os Galitzine abraçavam ao seu avô, Ethan agarrou a mão de seu irmão e o levou junto de si para o encontro de seus primos. Deu abraços calorosos aos dois, enquanto sorria animado. O pequeno tinha um carinho gigantesco pelos primos, pois eles eram os únicos, com a exceção de seu irmão, que o compreendia. E era majestoso pensar que podia ser ele mesmo numa tamanha reviravolta de sentimentos que era a vida de um garoto de dezesseis anos.

— O que vocês querem fazer? — Indagou, separando Edward de seu abraço com Mia. Não era por mal, mas seu irmão era sensível demais as vezes, e não havia tempo para abraços longos e melações chatas.

— Vamos pro seu quarto — O de covinhas fez a sugestão. Não tinha bem um local específico a onde pretendia ficar, só sabia que precisava contar tudo que havia ocorrido naquele ano para o primo — Posso contar a novidade?

— Qual? — Ethan franziu seu cenho.

— Ele está namorando — Antes mesmo que Nicholas pudesse fazer seu suspense, Mia o estragou, dizendo de imediato.

— Ei! — Tapeou seu ombro, soltando dela uma fuzilada.

— Ele está... o quê?! — Ethan arregalou seus olhos, mal se recordava da última vez em que Nicholas falou de mulheres consigo, chegou até mesmo duvidar de que ele se atraía por homens ao invés do gênero oposto.

— Eh, eu estou namorando — Sorriu, de orelha a orelha. O cacheado parecia contente, pelo julgamento de Ethan, era recente.

— Mas essa não é a única novidade — A pequena fitou ao seu maninho, que havia crescido tanto aquele ano, que ela tinha que levemente erguer a cabeça para visualizar sua face.

Talvez, o Amor seja RealOnde histórias criam vida. Descubra agora