44: O que o amor vira quando chega o fim?

43 1 0
                                    

Noah deu um pulo pra trás ao que a voz firme e mais grossa preencheu seus ouvidos. Com seus olhos arregalados, ele se manteu numa distância cujo julgou ser longe minimamente para que Nicholas pudesse ter seu tempo para respirar.

Nicholas inspirou fundo, condoído com a visão que presenciou; aquele cujo ele chamava de namorado, encolhido no canto da cozinha. E ao julgar pelo modo como seu corpo agia, este estando a tremelicar, que estava amedrontado com a ação impensada do moreno.

E isso doía.

Era frustrante, ao ponto que não faziam nem dez minutos que ele mesmo havia pedido a Noah em namoro. Mas era inevitável. Ser obrigado a lembrar de coisas que tende a ter pavor era uma tortura mental. Esta, que Nicholas não tinha a capacidade de padecer, seja qual fosse a pessoa que teve tal questionamento.

— Ei... Não. Esquece o que eu disse — Voltou atrás.

Nicholas, desde que Noah o conheceu pela primeira vez, mostrou-se alguém agressivo. E isso foi perceptível ao que no primeiro diálogo que lhes envolveram, Nicholas foi invasivo demais, perturbando a privacidade de Noah tal qual fez com que o loiro tivesse de reagir perante aquilo. Com aquela sua vida ganha, nunca teve muito que se importar com o quanto era, ou não, inconveniente. E era de se entender, vindo de uma criação dada por Mary Mackenzie, nada se esperaria do que um homem supérfluo, que com tudo ganho, não se importava se estara sendo desnecessário.

Mas ele teve de aprender a tomar conta de suas emoções, quando, introspectivo, parou para analisar como Noah engolia toda a sua chateação diante do mundo e ao invés de sair gritando e berrando as estribeiras, ficava humildemente quieto. Claro, isso nunca rolou quando o assunto era Nicholas. E até era de se entender, ninguém engoliria palavras de baixo calão, vindo de um abusador, sugador de emoções positivas. Mas a injustiça que pouco a pouco Nicholas descobriu que Noah passava, o mostrou que nem sempre é a justiça que vai ganhar. E mesmo estando na área de advocacia, as vezes o mal irá vencer, e deve aprender a nesses momentos, a não se exasperar.

Quando Nicholas percebeu que sentia algo a mais por Noah, ele mudou rigorosamente seu modo na qual vivia. E isso se aplica ao fator de sua personalidade passivo agressiva. Foi perceptível a sua mudança. E Noah mesmo percebeu, o quanto ele começou a se comportar diferente. Mas é claro, havia exceções, e isso sempre envolvia momentos complexos, como o álcool. E era um fato, Nicholas se modificava quando o assunto era álcool e se deixava levar. Os conflitos anteriormente resultaram em uma versão horrenda de Nicholas. Recordar daquele momento, era voltar ao seu antigo eu. Ao eu que só Brittany conhecia. O eu assustador, abusivo, que não tinha controle de nada de sua vida. Um eu que Brittany padeceu, mas que Nicholas abominava pensar em Noah também passar por esta sua versão.

— Me desculpa — Afundou seus dedos em seu cabelo, numa tentativa sua de descontrair a tensão que se habitou no seu interior. No entanto, do contrário houve. Seu peito se apertou, uma angústia se instalou. Um nó se formou em sua garganta, e até mesmo sua respiração já não agia como habitualmente. Ele ansiou para que voltasse no tempo. Mas de nada ansiar adiantaria.

— Não tem problema. Eu é que fiz um pergunta estúpida — Seu olhar colidiu com o de Nicholas, o que o fez instantaneamente disfarçar virando seu rosto para frente, a onde se obtinha uma parede na cor cinza e uma pintura pendurada.

Transmitindo mais confiança, Noah cruzou os braços e levantou sua cabeça, tentando ao máximo não transparecer seu incômodo com a reação inusitada de Nicholas.

Não era como se Noah estivesse bravo, muito pelo contrário, só havia tomado um susto. No entanto, como confortar a Nicholas com essa verdade quando estava receoso de chegar perto de si e o machucar?

Talvez, o Amor seja RealOnde histórias criam vida. Descubra agora