Talvez, o Amor seja Real

23: I don't wanna play no games

Noah estava a ponto de explodir.

Uma manhã inteira, tendo de ser aguentada com fitadas duvidosas de Nicholas, indiretas e diretas, seu nome percorrendo seus lábios minuto a minuto, duplos sentidos que Noah adorava não entender, sorrisos dados diretamente ao loiro, e uma malícia tão assustadora, rodearam a manhã daquele pequeno garotinho.

O mais novo entre todos naquela mesa, o mais transparente, se tornando a estrela do dia, graças a Nicholas.

Era de se pedir demais? Noah só queria que Nicholas o deixasse em paz, nem que fosse por um minuto.

Por culpa daquele maldito Nicholas, Noah mal encostara a boca em seu garfo, sua comida estava a parada a no mínimo duas horas. Nada o fazia sentir vontade de tocar naquilo, sua única vontade era fugir, se levantar, trancar-se em qualquer lugar onde pudesse se sentir sozinho, e pudesse raciocinar o que estava acontecendo com sua cabecinha desestruturada, e pior, o que havia acontecido naquela mesa.

Nicholas estava repentinamente mudado, e não só isso, ele estava assustador.

- Ah não, é sério que vocês vão falar de sexualidade uma hora dessas? - Nicholas os interrompeu, revirando os olhos.

- Ué? Por que não gosta de discutir sobre sexualidade, não está decidido com a sua? - Wendy lhe provocara.

Que loirinha filha da puta!, pensou em meio a um olhar debochado - Eu? Eu estou muito bem decidido com minha sexualidade

- Que é? - Péssima hora que Noah abriu a boca para provocar. O loiro lhe dera uma fitada provocadora, em meio a um sorrisinho de canto.

- Por que está interessado? Então o que eu te disse ontem era verdade?

Era impressionante como Nicholas pesava o clima rapidamente, como um estalo de dedos todos se calaram, e as vozes de fala só se tornaram a deles.

- O que você disse? - John lhe questionou.

- Afirmei que o Senhor Flynn, Noah, devia deixar sua homofobia de lado, largar a Heterossexualidade de mão, e finalmente se colocar como um homossexual que é

Noah rira. Um riso tão cínico que chegara a fazer Nicholas sorrir, provocando-o - Se fosse assim que você tivesse dito... Mas não foi bem assim

- E como foi? - Erguera as sobrancelhas, se inclinado contra a mesa. Noah estava sentado a sua frente, o que lhe proporcionava uma ótima visão.

- Não quero te expor... Mas se insiste - Limpou a garganta - "Você e Wendy, acho que não formam um bom casal, sabe? Você tem cara de gay" - Maldito Noah, ele lembrava de tudo - E sabe o que é pior? Eu questionei ele, e o que ele me disse foi: "Muito bonito para gostar de garotas, homens bonitos são sempre gays" - Virara seu rosto para Clark, que ouvia atenciosamente a breve discussão.

- Wendy? - Clark lhe questionou.

Noah dera um sorriso deturpado. Merda, não era a hora.

- Wendy, aquela vagabunda da vizinha do Noah - Nicholas tentara resolver a situação. Inventando uma mentira.

Mesmo Noah o provocando, Nicholas ainda o ajudara. Oh céus, por que Nick era tão bom com ele? Não devia ser assim.

- E é por isso que eu acho que eles não combi...

- 'Pera, você conhece a vizinha do Noah? A que ponto chegamos? - Brittany riu. Sem mais nem nem menos, ela lhe interrompera - Vocês não se odiavam?

Nicholas arregalou os olhos. Maldita hora que Brittany lhe questionou isso. Clark o fuzilava, esperando sua resposta.