34: Killin' me now

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— Noah, você me ouviu? — Wendy questionara. 

Faltavam-se exatamente 10 minutos para que ambos chegassem a 1 Oak, e ao ponto de Noah, era uma eternidade. Não fazia nem 30 minutos que ele se sentara naquele carro, e já estava nauseado de tanto ouvi-la falar. O loiro, a não muito tempo, a apelidara de papagaio. Bem, não era um apelido que ele saísse espalhando por ai, era um apelidinho mais seu, mas que de vez em quando, saía ao que estava com John. No entanto, o motivo do apelido era bem específico, a náusea que Wendy conseguia trazer a qualquer um que se prestasse a ouvir suas declarações. Ela falava demais, e tadinha, Noah sentia pena desse seu jeitinho eufórico. Um dos motivos pelos quais não a tratava mal. Wendy não tinha muitos amigos e parceiros simplesmente por ser linda e ser um pouquinho mais agitada. Grande parte ou não a aguentava falando, ou a odiava por ser linda, e isso doía. Até porque, mesmo que Noah não assumisse, ele já se sentira assim. Odiado por ser bonito...  

E isso era irritante, pois ou você era lindo e odiado, ou lindo e glorificado. Noah as vezes só queria ser invisível, mas parecia ser tão difícil. Não era como se ele quisesse ter cabelos tão bonitos ou corpo perfeito, até porque não achava isso, mas as pessoas interpretavam como se ele se vangloriasse por sua aparência, o que não fazia. 

Por mais que muitos achem utópico, ser bonito não é bom. Não mesmo, ao que você é bonito, está previsto a você uma péssima vida, de desconfiança e de muitos e muitos interesseiros. Muitas pessoas se aproximam de você somente por ser bonito, e doí, porque Noah nunca quis aquele corpo, e se pudesse, distribuiria tal beleza, porém não podia. 

Naquela empresa, Noah só tinha um homem na qual era amigo, e era John. Mas mesmo ele sendo seu amigo — Provavelmente por pena — Noah nunca podia lhe contar o que sentia, pois sabia que parte disso era por interesse. John não era um amigo verdadeiro, ele só estava se beneficiando da inteligência que Noah tinha, e tentando conquistar as garotas em que ficavam perto do loiro. E era sempre assim, todos sempre estavam ali para se beneficiar. 

Bella, ou Isabella, junto de Esther, era as únicas amigas nas quais ele tinha naquela empresa. E eram as amigas de Wendy, do outro setor. As três, eram as únicas que pareciam nunca quererem se beneficiar dele, até porque não queriam. Elas eram doces, gentis, mas não tinham o mínimo interesse em seu corpo, o que era tão agradável. Mesmo que fosse só as três, e as vezes Noah até quisesse muito ser como Nicholas, em que sentava em uma mesa rodeada de homens e mulheres, ele adorava elas. 

 Bella, era a amiga que — com certeza — Noah gostava mais. Fora ela, a veterana que lhe ensinara tudo, lhe mostrara tudo. Aquela garota fora sua salvação nas primeiras semanas. E era com ela que boa parte das vezes ele conversava. Era verdadeiramente com ela que ele tinha uma boa amizade. Esther e Wendy, eram tão avoadas, nunca ligavam para ele, tanto que nunca sentavam junto dele. Isabella era a única que sempre se importava com ele, a única que lhe explicara tudo que sabia agora. 

Bella era a mais quietinha, e talvez por isso era a que mais falava com Noah. Ela se identificava com ele. Por conta disso, Bella não era lá muito reconhecida, tanto que Nicholas mal sabia da existência dela. Mesmo sendo várias vezes sendo promovida a funcionária do mês. 

Bella sempre sentava a sua frente, mas por algum motivo, Nicholas nunca comentava dela. Ele não a via, essa era a verdade, Nicholas nem sabia que ela existia. E bem, ninguém sabia, só Noah e as garotas, os três eram os únicos que viam sua existência. Mas Noah era o único que sentia sua falta. Ainda mais nas três últimas semanas, pois não a via desde o dia em que recebeu o comunicado do falecimento de seu pai. 

— Wendy... Posso te perguntar uma coisa? — Fitou-a. 

— Pode — A loira sorriu. 

— Onde anda a Bella? 

Talvez, o Amor seja RealOnde histórias criam vida. Descubra agora