Capítulo 03

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Danna Scott

Acho que meu coração vai sair do peito de tão rápido que tá batendo. Ele chega mais perto e... nuss sinhora, que cheiroso pai eterno.

- Você está bem? - ele pergunta, olhando tão profundamente nos meus olhos que acho que viu até os meus piores pecados.

- Sim, sim, estou. Obrigada, se não fosse por você, ele.. - paro de falar quando a realidade vem a tona. Aí meu Deus! Eu ia ser estrupada. Esse. Mostro estava a pouco de abusar de mim. - Ele ia me estrupar, eu ia ser estrupada.. - digo e logo sinto uma lágrima quente caindo sobre minha bochecha.

- Ei.. - ele se aproxima de mim, coloca uma de suas mãos delicadamente em meu rosto e a outra limpa a lágrima - está tudo bem agora, ok? - diz e eu assinto - Está tudo bem..

Não sei oque me deu na cabeça, mas no meu estado, a única coisa que eu fiz foi abraça-lo. Foda-se, eu nem conheço ele, eu sei, mas nesse momento eu necessito de um abraço. Eu me sinto tão... sozinha, com medo e desprotegida.

De início ele não reagiu. Lógico, quem é a doida que sai abraçando estranhos por aí? Só que em minha defesa, eu não consigo falar nem meu próprio nome.

Mas logo, seus grandes braços me acolhem em seu peito quente.

Isso é tão bom... Seu perfume invade minhas narinas e merda, como ele é cheiroso. Uma de suas mãos sai da minha cintura, e sobe para o meu cabelo, fazendo pequenas carícias. Isso era realmente oque eu precisava. Me sinto tão... protegida, em seus braços.

Merda, o que o álcool fez comigo? Eu estou abraçando um estranho e ele deve estar me achando uma louca.

- Aí meu Deus - digo me afastando de repente. O mesmo me olha confuso, ainda com os braços abertos - me desculpa eu... não sei onde estava com a cabeça. Me desculpa.

- Calma, tranquila nena.. tudo bem você passou por um susto, é compreensível a sua reação.

- É.. eu acho que sim - digo. Olho pro lado e vejo que o ogro do Chernobyl já não estava mais ali - eu tenho que ir.. obrigada, mais uma vez. - digo, e quando dou apenas alguns passos, embolo em minhas próprias pernas. Já fecho os olhos me preparando para o impacto com o chão.. até que sinto dois braços fortes me segurarem.

Abro os olhos, dando de cara com os olhos castanhos mais lindos que já vi na minha vida.

- Te peguei, morena. - ele sussurra, me fazendo arrepiar.

Me levanta, fazendo com que ficássemos a milímetros de distância um do outro. Não me afasto e ele muito menos. Não move um músculo, ainda olhando no fundo dos meus olhos.

- Gracias, otra vez. - digo, e quando faço menção de me afastar, ele segura meu pulso delicadamente.

- Está sozinha? - pergunta.

- Não, eu vim com uma amiga.

- Sabe onde ela está? - me pergunta, e eu olho ao redor, suspirando em seguida.

- Não. Não faço a mínima ideia - o barmen vem em minha cabeça - na verdade tenho. E eca.. acho que ela não vai voltar comigo. - digo fazendo carreta.

- Veio de carro? - que isso? Uma entrevista com a Fátima Bernardes.

- Uber. - digo, e ele me observa em silêncio por uns segundos.

- Vem. - diz pegando em minha mão, me fazendo ir atrás do mesmo.

- Vem aonde?! - digo confusa.

- Vou te levar para casa.

- Oi?! - digo parando de andar e puxando a minha mão de volta.

- Eu disse; que vou te levar para casa. - ele repete  e eu rio fraco.

- Não.. olha, de verdade, eu agradeço pelo que fez por mim, mas eu acho que agora consigo me virar.

- Ah claro, eu percebi quando você quase foi parar de cara no chão. - diz sarcástico.

- Olha aqui, eu sei me cuidar, ok?

- Claro que sabe.

- Está debochando da minha cara? - pergunto incrédula, cruzando os braços na altura dos meus peitos e por um momento o olhar dele desce para eles, por conta do vestido ser bem  justo e deixar eles bem apertados e maiores, mas logo desvia.

- Jamais. - sim, ele está debochando da minha cara.

- Ótimo, adeus. - digo saindo, mas, novamente, ele me puxa pelo pulso. Dessa vez, nos deixando mais próximos ainda.

- Eu disse que vou te levar para casa. - ele fala firme.

- E eu disse que não - retruco, no mesmo tom - você pode ter salvo a minha vida e de verdade eu agradeço, mas eu não conheço você e não vou sair com um estranho.

- Ah claro, e você é bem íntima do Uber né? - abro a minha boca para responder, mas a fecho logo em seguida.

- Touché. - ele fala, com um sorrisinho de canto no rosto. Merda de sorriso. - vamos. - ele diz pegando novamente em minha mão, me guiando pelo corredor.

- Dá pra você ir devagar, oh senhor pernas longas?! Esses saltos de merda estão me matando e sinceramente estou tão bêbada que o chão está rodando. - digo, e escuto uma pequena risada dele

- Ok, vamos mudar isso. - ele diz, antes de me pegar no colo estilo noiva.

- Mas o que é isso?! Me solta agora!

- Por mais que você seja chata, você tem um rostinho bonito, então creio eu que seria covardia deixar você acabar com ele caindo de cara dessa escada. A não ser que você queira realizar essa experiência emocionante - ele diz e eu fico em silêncio - ótimo, foi oque pensei. - diz, com um sorrisinho ridículo no rosto.




Continua...
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Minha Morena •• Christopher Vélez Onde histórias criam vida. Descubra agora