Minha Morena •• Christopher Vélez

Capítulo 20

Danna Scott

- Eu tô exausta! - Liese e eu falamos ao mesmo tempo.

Nos jogamos no sofá.

Passamos praticamente o dia inteiro atrás de um emprego pra mim, e nada. Passamos em todas as cafeterias, sorveterias, lojas de calçados, lojas de roupas, lojas de livros e nada.

- Tinha me esquecido de como é difícil arranjar um emprego. - Liese fala enquanto encara o teto.

- Eu também. Nem sinto mais minhas pernas de tanto andar.

- A minha academia de manhã já tá paga. - diz e nós rimos.

- E agora? Oque eu vou fazer? - pergunto preocupada e ela me olha.

- Tenho duas opções.

Ergo minhas sobrancelhas.

- Que são..?

Ela se senta no sofá se virando pra mim e levanta dois dedos.

- Um: pedir esmola.

Fecho a cara.

- É sério isso?

- Que foi?! Porque você acha que eles pedem esmolas? Porque não conseguiram emprego.

- Qual é a segunda opção, Liese? - digo revirando os olhos.

Ela dá um sorriso maior que o do coringa.

- Striper.

- Striper? - pergunto com uma sobrancelha erguida.

- É, striper.

- Você sugere que eu vire striper?

- Sim, uai - diz dando de ombros - qual o problema?

- Se eu danço em uma daquelas barras eu quebro a minha cara no chão!

- Ah, mas você também não colabora, né? Não sabe fazer nada! - reclama.

- Eu sei meter a minha mão na tua cara.

Christopher Vélez

Hoje tive reuniões até as três da tarde.
Uma mais chata que a outra.

Agora estou deitado na cama do hotel enquanto converso com Danna no celular. Já estou com saudades dessa baixinha.

Escuto batidas na porta.

Reviro os olhos e morto de preguiça me levanto para atender. Abro a porta dando de cara com um suricato desnutrido.

- Vai embora. - digo e tento fechar a porta.

- Ei! - ele diz empurrando a porta e me impedindo de fechar na sua cara.

Reviro os olhos.

- Oque você quer, Erick?

- Nós vamos sair.

- Ótimo, vão com Deus. - sorrio - E aviso logo pra não me ligar pra te buscar hoje.

Tento fechar a porta outra vez, mas ele me impede de novo e agora entra no quarto.

- Não, seu idiota. Nós - aponta pra eu e ele repetidamente com o dedo - vamos sair, você e eu.

- Nem fudendo. - digo sorrindo cínico.

Meu celular apita na minha cama, e Erick, que estava próximo a ela fazendo papel do bom intrometido que ele é, pega o celular.

Ele franze o cenho lendo a mensagem.

- Quem é Danna?

Eu praticamente voo em sua direção e puxo o celular das suas mãos.