Capítulo 12

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Maratona 1/5

Danna Scott

Agora são por volta das dez da noite. Lá fora tá um frio do caralho e eu estou quentinha enrolada na coberta e deitada no meu precioso sofá. Como eu amo meu sofá!

Obra dos deuses.

O único, mas único, problema aqui é que eu com minha linda mente decidi aceitar o conselho da louca da Liese e assistir um filme de terror. Invocação do Mal sei lá oque demônio.

Me fodi.

Agora o filme não tá nem na metade ainda e eu não consigo nem me mover. Deixei a merda do controle em cima do painel e não tenho a coragem de sair desse sofá para tirar dessa merda de filme.

Liese, aquela boca de toba.

Passa uma cena que misericórdia! Me cubro até a cabeça e fecho os olhos, rezando e xingando a Liese dos piores nomes possíveis.

Vou tirando a coberta da minha cara aos pouquinhos para ver se a parte ruim já tinha passado, até que..

- Puta Merda!- grito e me cubro outra vez ao escutar a companhia.

- Demônio, sai de perto de mim, sai daqui sai!

A companhia toca outra vez, agora acompanhada por dois toques na porta.

- Ai meu Deus..- choramingo fechando os olhos. Tomando coragem para atravessar essa sala escura.

E se o capeta puxar meu pé?!

- Tá repreendido em nome do senhor Jesus.- respondo meu pensamento.

A companhia toca outra vez.

- Dona morte tá é com pressa.- engulo em seco.

Coloco um pé no chão, olho ao redor, e depois coloco o outro também. Me levanto e caminho lentamente até a porta.

- Você é o espelho, que reflete a imagem do senhor...- cantarolo com a voz trêmula.

Coloco minha mão na maçaneta e depois de girar a chave, a giro lentamente.

Abro a porta.

- Eu vou te matar.- digo olhando para o homem na minha frente.

- Oi para você também.- dá um sorrisinho sarcástico.

- Puta que pariu- coloco a mão no peito e me encosto na porta suspirando- achei que já era a minha hora, eu senti, eu senti a dona morte vindo atrás de mim. Deus, obrigada! Eu amo a minha vida.

- Como?- ele pergunta com o cenho franzido.

Voltando, ou melhor, tentando voltar ao meu estado normal eu reviro os olhos e me desencosto da porta cruzando meus braços na altura dos meus peitos.

- Oque tá fazendo aqui, Christopher?

- Tava passando por perto e decidi fazer uma visitinha.

- Você sabe que horas são?

- Sei, qual o problema?

Suspiro e fecho os olhos buscando a minha paciência. Quando os abro novamente, Christopher está me encarando fixamente e morde o seu lábio inferior.

Também me olho, e meu Deus! Esqueci completamente do meu look: apenas um blusão.

Estou de coque e somente um blusão. Bom, também estou de calcinha para não falarem que eu estou só com a blusa.

- Ei.

Ele me ignora.

- Ou!- digo estalando os dedos na sua frente e ele finalmente me encara.

Minha Morena •• Christopher Vélez Onde histórias criam vida. Descubra agora