Capítulo 1

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Enzo Campbell


Dei um soco no homem na minha frente com uma luva com materiais cortantes no punho. 

As coisas aqui na Escocia não andam muito bem, os traficos de crianças e mulheres voltaram a acontecer e não temos pistas de quem é o responsavel de tudo isso.

Eu estou enfurecido! As coisas estão acontecendo debaixo do meu nariz e dentro do meu governo, não posso acreditar que ainda não tenha pistas.

Nem mesmo o Lucien que é o maior hacker que eu já ouvi falar na existência do mundo tem conseguido encontrar algum traço na rede. Seja lá quem for o responsável, ele está tomando todo cuidado com seus rastros.

— Quem é o responsavel?—  Perguntei com calma tentando forçar a respiração pelo nariz, foi a melhor tecnica que eu desenvolvi para suportar a dor da minha perna.

Ter precisado quebrar meus ossos de novo deixaram mais problemas do que deveriam, os medicos falaram que foi por que calcificou errado antes de ficar do jeito certo, os ossos já tinham sido desgastados e não possiem mais os mesmos tamanhos em seus ligamentos.

—  Não sou um traidor.—  O homem respondeu cuspindo sangue no chão.

—  Você é pior, é um verme e em breve estará morto.—  Respondi mordendo a boca com força pela dor ter irradiado ainda mais.

Inferno, eu prometi que depois da morte do Nicco eu nunca mais pensaria nele, mas eu sempre penso. Toda vez que eu sinto uma dor forte eu me lembro que foi por culpa dele.

—  Então mate logo, eu vou ser considerado heroi de qualquer forma por não ter baerto a boca.—  Ele voltou a falar com um sorriso presunçoso no rosto.

Ele vai mesmo ficar de bico fechado, estamos tentando tirar algo dele a três dias e nada, é melhor parar de perder tempo com esse inutil.

Incrivel como as pessoas podem morrer pelas causas erradas.

—  Pode até ser, mas eu pessoalmente não tenho tempo e nem apreço por herois. —  Respondi colocando uma unica bala no meu revolver, certamente não vou precisar de mais do que isso.

Apontei a arma para atesta dele e atirei fazendo jorrar sangue por todos os lados, inclusive na mninha camisa.

— Precisava de tanta sujeira?—  Meu irmão questionou limpando uma macha de sangue do seu rosto com a manga da camisa.

Eu geralmente sou mais limpo nas mortes, mas  eu não estou mais aguentando ficar em pé, preciso repousar minha perna o quanto antes.

— Eu preciso é ir para casa.—  Respondi caminhando com dificuldade até o meu carro.

Moro sozinho a um tempo, é o melhor lugar para alguem como eu viver, sempre afastado e sozinho especialmente quando tenho minhas crises.

Ninguém precisa saber que eu só venho piorando a cada dia, mas para o bem da minha familia eu me contento em fingir dia apos dias que estou me concentrando nas coisas que verdadeiramente importam, eles precisam pensar que eu estou bem o bastante para não se preocuparem mais comigo.

—  Vai comigo na apresentação de patinação?—  Perguntou depois que eu entrei no carro.

Lucien me pediu para ir junto com ele em uma tal apresentação de patinação por que uma de nossas irmãs pediu companhia, e como elas sairam da organização simplesmente precisaram se afastar de todos nós por segurança propria delas.

Dessa forma eu simplesmente não posso negar quando surgem oportunidades de nos vermos de vez em quando.

—  Claro que vou, a Pen não vai?—  Perguntei por que ele falou explicitamente que apenas uma de nossas irmãs iria, eu deduzi se tratar da Isa que é quem mais gosta de coisas classicas.

—  Ela tem um encontro eu acho.—  Ele retrucou dando de ombros e eu assenti mesmo achando um vacilo ela furar o compromisso com os irmãos por conta de um cara qualquer.

—  Tudo bem, eu vou por causa da Isa nesse programa de indio. Serio, tenho vontade nenhuma de ir ver um monte de gente patinando e dançando.—  Respondi dando de ombros.

Se eu quero conseguir ir nesse programa de indio sem a porcaria da bengala é melhor eu descansar essa perna logo.

Me despedi do meu irmão e dirigi direto para minha casa. A familia tem o costume de morar perto, mas eu decidi que moraria um pouco mais distante, talvez em algum momento da vida eu consiga morar perto de novo deles.

Eu não tenho espelhos em casa, quando consegui voltar foram as primeiras coisas das quais eu me livrei, não suporto mais ver meu reflexo nem mesmo na agua. Sinto raiva da minha propria imagem e isso é extremamente exaustivo quando se tem uma familia como a minha, que tudo é pretexto o bastante para tirar fotos.

Tirei minha roupa na entrada de casa mesmo, logo na sala e segui usando apenas uma cueca para o meu banheiro afim de tomar um banho.

Sempre que sinto essa dor terrivel eu faço o mesmo ritual. Tomo um banho morno bem demorado, deito na cama com a perna elevada, deixo uma bolsa de gelo posicionada em cima da perna bichada e depois que o gelo derrete por completo eu passo um oleo de massagem que tem a função de relaxar e acalmar a dor.

O oleo ficou quente em cima da perna como de costume, e eu passei a fazer movimentos circulares e firmes trincando os dentes com a dor. Procurei outras soluções alternativas para resolver o meu problema, mas de toda forma ao menos esse ritual consegue diminuir a incidência de dor constante que eu sinto.

—  Ao menos essa porcaria alivia.—  Falei baixinho olhando para o frasco já quase vazio. Por sorte eu tenho um estoque guardado no armario.

Aproveitei que ainda faltam algumas horas para a apresentação de patinação, então decidi ir dormir um pouco, me dando ao luxo de descansar no meio do dia.

Meus pais não se intrometem mais nos negocios da familia, ficando tudo por conta minha e do meu irmão o que eu preciso admitir tem sido mais desgastante do que o que eu imaginava que seria, especialmente com as minhas limitações.

Isso levanta uma seria duvida entre os membros do concelho, eles acham que eu não sei, mas nada me passa despercebido.

Eu sei que por eles saberem das minhas limitações ficam duvidando das minhas  capacidades de governar a organização, não sou idiota, isso só torna tudo ainda mais dificil por que eu tenho que ficar constantemente provando que eu sou capaz, provando que posso levar a organização para um patamar mais elevado... sempre atento para não errar.

É extremamente exaustivo passar por isso sem folga, todos os dias da minha vida, então eu realmente mereço um pouco de descanço.

Umas horas bem dormidas vão me fazer muito bem, é claro.

Virei na cama me deitando confortavelmente fechando os olhos gradativamente deixando o sono me levar.






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A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora