A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família Fontenelle

Capítulo 42

Lisbela Campbell

Hoje finalmente é o dia em que meu marido e eu vamos viajar!

Acho que eu chorei de felicidade pelo menos uma vez por dia nos ultimos dias até hoje porque eu me perguntava se isso estava mesmo acontecendo ou eu estava delirando.

Cazzo!( palavrão italiano que aprendi com meu marido) Eu fiquei tão feliz! Ele me disse que poderiamos ter essa viagem como uma lua de mel tardia o que so pode me levar a acreditar que ele está mais disposto a tudo pelo nosso casamento.

Céus, eu o amo tanto que chego a ficar entorpecida! Queria ter coragem de falar isso a ele de uma vez, mas infelizmente eu não passo de uma covarde fracote. Morro de medo de me declarar com o coração engasgado na garganta e receber em troca um "obrigado".

Bom, o lado positivo fora da loucura que anda a minha cabeça é que ele não estava brincando quando disse que faria o que eu quisesse por que até mesmo o nosso destino fui eu quem escolhi. 

Inglaterra, mais precisamente na cidade de Londres. Eu basicamente sou obcecada por toda a civilização britanica desde que me entendo por gente, e isso só ficou ainda mais intenso conforme eu ia me apaixonando por personagens literarios que dominaram a londres antiga a cada romance novo.

Sebastian o belzebu, Anthony, Benedict, Colin, Simon, Gregory, Sir Philip, Michael, Gareth e muitos outros, mas eu preciso ser honesta e admitir que também estou curiosa para conhecer a cidade que foi palco para jack, o estripador.

Eu particularmente tenho duas boas teorias a respeito, e planejo dividi-las com o Enzo assim que estivermos em uma daquelas esquinas.

— Amore mio, precisamos ir.— Por falar no meu maravilhoso marido, ele acaba de aparecer na porta do closet do meu quarto perfeitamente vestido em uma roupa casual, mas a camisa é fechada demais para um dia tão quente.

Sim, a pesar de eu estar dormindo no quarto dele todas as noites, sejam elas regadas a muito desejo ou apenas ao conforto da companhia ainda temos separadamente o meu quarto e o dele. Pensei algumas vezes em pedir para transformar o meu quarto em um outro quarto de hospedes ou alguma outra coisa, mas senti a mesma covardia que sinto sempre que penso em dizer a ele os meus sentimentos. Enzo está sempre tão na defensiva, tão arredio que eu tenho muito medo de dizer a coisa errada no momento errado e ele acabar se afastando de mim, assim eu prefiro o caminho mais seguro que é ficar quieta e esperar que todas as iniciativas surjam naturalmente dele.

Ou pelo menos é o que eu espero que aconteça.

— Já estou pronta, querido. Quanto tempo vamos ficar mesmo?— Questionei depois de me aproximar dele, ficar na ponta dos pés e lhe dar um curto beijo.

É como se um milhão de borboletas estivessem dançando macarena incansavelmente na minha barriga.

— Uma semana por causa do trabalho, não quero deixar o Lucien muito sobrecarregado ainda mais agora que...

—  Que vocês estão sendo incansáveis na busca pelos responsáveis por estar fazendo vocês envelhecerem antes da hora, eu sei.— O interrompi aproveitando a oportunidade para um gracejo inocente.

— Entendi, nada de falar sobre trabalho na nossa lua de mel, prometo me comportar. Agora me dê a sua mala, temos que pegar o jatinho em duas horas e não quero chegar na Inglaterra de noite, é epoca de muita neve e nós vamos de carro para Londres, não quero dirigir de noite. 

Concordei com a cabeça mesmo sabendo que vamos chegar bem antes de anoitecer, a viagem é curta e ele dirige tal qual Toretto de velozes e furiosos.

Enzo pegou minha mala, depois disso a minha animação tomou conta de cada terminação nervosa do meu corpo, me fazendo cantarolar qualquer musica que tocasse no radio do carro, e não contente em expor meus talentos nada musicais ainda comecei a dançar animadamente no banco de trás sem me importar que o motorista, o soldado e o proprio Enzo estão aqui comigo.