Capítulo 25

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( Leiam a mensagem do fim do capítulo, é importante e eu justifico o meu sumiço)

Enzo Campbell

Eu tenho certeza de que o meu coração pode explodir a qualquer momento.

E eu não digo isso com uma finalidade romântica ou lirica como um erudito idiota da idade média faria. Eu estou realmente sentindo que o órgão responsável por bombear o sangue para o meu corpo inteiro pode simplesmente explodir pelos ares.

E tudo isso se deve a um único fato. Lisbela está aqui. Em casa. Minha casa. Nossa casa.

Ela colocou o véu em cima do sofá de forma distraída, começou a caminhar lentamente como se pudesse guardar na memória onde todas as coisas aqui ficam. O que é uma bobagem por que se ela quiser pintar a casa de rosa e jogar glitter em cima eu certamente vou concordar para que ela se sinta o mais satisfeita possível.

— Você tem uma casa bem grande. Tem um jardim também, não é?— A voz doce dela me chamou a atenção, livrando a minha mente da imaginação de como seria morar em uma casa toda cor de rosa.

Nada agradável, mas eu já suportei coisas piores.

— Essa é a sua casa também, Lisbela. E sim, temos um jardim bem grande, mas lamento que seja inviável explorar ele a essa hora da noite.— Respondi ainda mantendo uma distância confortável para ela.

— Sim, certo. Nossa casa. Isso ainda parece meio esquisito para mim.— Admitiu encolhendo os ombros um pouco envergonhada.

— Seria estranho se não fosse assim.— Retruquei rindo um pouco, o que surpreendentemente a fez rir também a deixando um tanto quanto mais relaxada.

Acho que ela devia estar assustada, com medo de eu agir como a fera que me acusam de ser e simplesmente pular em cima dela.

— Onde fica o quarto?— Lisbela perguntou olhando em meus olhos com atenção, como se buscasse encontrar algo específico.

— O meu ou o seu?— Questionei dando um passo na direção dela, me mostrando receptivo com a nossa conversa por que se tem uma coisa que o meu irmão insistiu em dizer um milhão de vezes é que eu deveria pelo menos tentar ser amigo dela.

Eu não posso prometer sucesso, mas vou tentar.

— O meu.— Retrucou em um suspiro aparentemente decepcionado enquanto desvia o olhar do meu rapidamente.

O momento "amizade" foi bem rápido.

Peguei o véu que estava esquecido em cima do sofá e segui pela escada até o próximo andar. Me contentei em andar em silêncio, afinal de contas o tempo até chegarmos ao quarto dela não é muito longo.

Inclusive neste momento eu me recordei de que ela poderia ter vindo sozinha para o cômodo, por que eu já o mostrei para ela em sua última visita.

Pouco antes do beijo. E dela sair daqui completamente furiosa.

Talvez a raiva a tenha feito esquecer do caminho.

— Espero que esteja tudo do seu agrado, mas caso não esteja pode ficar a vontade para fazer quantas mudanças quiser. O meu quarto é esse aqui da frente, se precisar de algo não exite em me chamar. Na verdade eu tomei a liberdade de colocar um botão de alarme bem ali.— Apontei para a parte debaixo do criado mudo ao lado da grande cama dela.— Que se você apertar ele soa no meu quarto e eu posso vir rapidamente.— Comuniquei apertando o botão para conferir se está mesmo funcionando perfeitamente.

Eu tomei o cuidado de instalar um desses em cada canto dessa casa, e a grande questão é que eu não vou receber o alerta apenas de dentro do meu quarto.

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora