capítulo 65

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Lisbela Campbell ( Alerta de "último capítulo" e de aviso importante no fim do capítulo!)

O resultado dos exames foi ótimo, apesar de algumas indicações. Meu bebê está bem, o estresse que eu passei quase não me afetou e tudo o que eu preciso fazer por algum tempo para que tudo fique 100% é me abster de atividades que sejam muito vigorosas, estou seguindo isso a risca.

Mas existe uma outra coisa que eu preciso fazer.

— Está pronta para isso?— Enzo questionou ao meu lado, ambos parados em frente a porta da casa dos meus pais.

Quando eu estava presa, tudo o que eu conseguia pensar nos momentos em que minha mente desviava um pouco do meu marido, foi o tipo de relação que eu tinha com a minha família antes de tudo o que descobri.

Éramos felizes ao nosso modo, e eu sinto muita falta disso. Especialmente do meu pai.

Eu claramente enviei uma mensagem para a minha irmã antes de tomar essa decisão, não queria colocar a minha relação com ela em risco e caso ela não se sentisse bem no momento com uma aproximação entre mim e os meus pais... Eu poderia esperar até que ela estivesse bem com isso. Por sorte a minha irmã é a pessoa mais bondosa e iluminada que existe nesse mundo, por que ela não só aceitou a minha vontade como também me deu a maior força para isso.

" Vai lá irmã! Eu não quero contato com a sua mãe por enquanto, mas a relação de vocês é diferente, ela foi realmente sua mãe e o seu pai te ama! Vai lá, faz as pazes e depois me conta como foi. Te amo!" Essas foram as palavras exatas dela, não sei se é por conta da gravidez ou eu fiquei mil por cento mais emotiva, tudo o que eu sei é que essas palavras bastaram para me fazer chorar igual um bebê.

— Não sei.— Respondi com sinceridade, soltando de uma vez o ar dos pulmões. — Mas preciso fazer isso.

Enzo assentiu e segurou a minha mão antes de tocar a campainha com a mão livre.

Não avisei que estava vindo, preferi que tudo fosse uma surpresa.

Meu pai atendeu a porta. Ele ficou lá, parado em completo tranze me olhando como se estivesse tentando convencer a si mesmo que não é uma miragem.

Estendi a mão para ele na intenção de afirmar que eu sou real, ele entendeu isso e assim que me tocou, me puxou para um forte abraço sem se importar com a mão do Enzo me segurando.

— Minha filha! Minha princesinha!— Foi tudo o que ele repetiu por várias vezes enquanto se recusa a me soltar. Não que eu quisesse que ele me soltasse para ser bem sincera.

Meu pai era o meu herói quando eu era criança, ele era o tipo de homem que eu mais admirava. Especialmente enquanto ele e a minha mãe não brigavam, eu jurava que aquele era um casamento de contos de fadas.

E mesmo quando começaram a brigar, isso não importava, ele ainda me amava acima de tudo.

— Podemos conversar, pai?— Questionei fungando e me afastando dele, mesmo que a contragosto. Ele assentiu, abriu caminho e eu e o Enzo entramos na casa que eu passei a maior parte da minha vida.

Não demorou muito para o meu pai perceber a minha gravidez, assim como não demorou muito para a minha mãe sair da cozinha e notar a nossa presença.

Ela, ao contrário do meu pai, não agiu de forma calorosa e desesperada, minha mãe foi cautelosa e reticente. Ficou me olhando a uma certa distância, alternando o olhar entre meu rosto e minha barriga.

— Você está grávida.— Ela constatou por fim.

As coisas com a minha mãe acabaram de forma mais séria do que com o meu pai. O problema foi criado por ela mesma e eu achava que não tinha o direito de perdoar o que ela fez com a minha irmã. O abandono e todo o resto que veio no pacote.

Até que eu entendi que o meu perdão não iria mudar em nada, por que por mais que eu compre a briga da Stella, e eu realmente compro, eu nunca vou ser capaz de entender tudo o oque ela passou.

— Sim, e estamos muito felizes com isso. Mas esse não é o motivo da nossa visita.— Tentei ser o mais objetiva possível, mas não consegui evitar de ser pega de surpresa por ela ter me respeitado tanto.

Por não ter tentado se aproximar de mim imediatamente. Eu fiquei grata, não me entenda mal, mas ainda assim foi surpreendente.

— Você ainda me odeia?— Ela perguntou depois de sentar no sofá ao lado do meu pai. Busquei rapidamente a mão do meu marido tentando alcançar um pouco de apoio, de calma e de força para dar o primeiro passo.

— Eu não odeio você, mas preciso que saiba que ainda não concordo com o que você fez com a minha irmã. Mas mãe, pai, depois desse tempo todo afastada de vocês eu senti tanta falta.— Parei apenas por tempo o bastante para fungar. — Tanta falta, e agora que eu estou esperando o meu filho não posso mais fingir que não quero que vocês façam parte disso. Quero poder voltar a ter contato com vocês e quero que meu filho tenha contato com os avós.— Conclui o que eu queria dizer.

Eu não vim para perdoar a minha mãe pelo abandono com a Stella, até por que a única pessoa que pode liberar esse perdão é ela mesma, mas eu vim aqui para voltar a ter uma relação familiar.

— Obrigada minha filha, obrigada por permitir que eu fique perto de novo. Eu não mereço perdão, mas vou continuar insistindo para poder fazer parte da vida da Stella também.— Minha mãe a essa altura está chorando livremente, meu pai não tinha parado desde que eu cheguei, e eu... Bom, me permiti me levantar e abraçar os meus pais como a muito tempo não faço.

Um daqueles abraços de lavar a alma e de confortar o coração.

Eu na verdade não acredito que a Stella vá conseguir construir uma relação de filha com a nossa mãe, mas ela é boa demais para guardar esse tipo de raiva a vida inteira, então acredito que mais dia, menos dia, ela vai aceitar conviver com a minha mãe.

Enzo permaneceu em silêncio, sempre perto de mim, atento a cada pequena necessidade minha, mas respeitou o momento "família" que estava acontecendo diante dele.

Resolvi passar a tarde com os meus pais, eles quiseram ficar passando a mão na minha barriga, tentando de tudo para ver se o bebê começa a chutar ou coisa do tipo, todo mundo teve seu momento de tentativa, mas não deu certo em nenhuma delas.

Foi engraçado, e eu não quis estragar contando a eles que eu precisei ser sequestrada para me dar conta de que eles podem não ser perfeitos, mas ainda assim eu os quero em minha vida.

— Eu adoraria que fosse uma garotinha.— Enzo comentou baixinho para não chamar atenção, passando as mãos pela minha barriga enquanto me aconchego ainda mais em seus braços.

— Por quê? — Questionei rindo. Olhei rapidamente para os meus pais no sofá da frente e sorri um pouco mais quando vi a minha mãe cochilando com um sorriso tranquilo no rosto.

Ela está se sentindo mais leve.

— Por que eu vou ter duas rosinhas na minha vida. Uma me chamando de amor da vida inteira, e a outra de papai. Vou literalmente ser o homem mais feliz desse mundo inteiro.— Gracejou depositando vários beijinhos em meu pescoço, não resisti e gargalhei um pouco, chamando a atenção do meu pai, mas ele logo voltou a atenção para a televisão novamente sem querer interromper o momento.

— Se for um menino, eu vou me sentir exatamente da mesma forma.— Retruquei empinando o nariz.

Na verdade para mim pouco importa se vai ser um menino ou uma menina, já fico feliz o bastante por saber que o pai do meu neném é o melhor do mundo.

— Mas eu tenho quase certeza que é menina! Vamos fazer uma aposta, se for menina eu escolho o nome e se for menino você escolhe. O que acha?— Pensei em responder com uma negativa, mas olha só esses olhinhos brilhantes!

Não tenho coragem de negar nada quando ele me olha assim.

Então eu Assenti com a cabeça e concordei com a nossa pequena aposta e me peguei desejando em silêncio que nosso momento de final feliz fe contos de fadas nunca acabe.







CHEGAMOS AO FIM!!!
PERAI, SERA MESMO? CLARO QUE NAOOOOOOO, AINDA FALTA O EPILOGO!
MAS NAO ESQUEÇAM DE VOTAR E COMENTAR MUITO PESSOAL, POR QUE AFINAL DE CONTAS PRECISAMOS SABER QUEM VENCEU A APOSTA!!!

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora