Capítulo 43

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Enzo Campbell

Preciso admitir que eu estou adorando o inicio da nossa viagem.

Bom, ainda não saímos do quarto, mas para mim já está sendo a melhor viagem do mundo.

Lisbela é uma mulher que aprende rápido, eu e ela temos pouco tempo de casados ainda, mas ela já sabe me deixar maluco como nenhuma outra foi capaz na vida. Antes ou depois do sequestro, nenhuma se compara a ela.

Isso me fez levantar duas teorias. A primeira: Ela realmente sabe me deixar louco, é algo completamente natural dela, tal qual cromossomos de DNA. Ou, a opção dois: Tudo é diferente quando é com a esposa.

Talvez eu possa colocar uma opção intermediaria que englobe perfeitamente as duas anteriores, por que eu simplesmente não consigo me decidir.

Lisbela é linda, carinhosa, dedicada, sexy... É tudo o que qualquer um poderia querer, e se eu fosse um homem diferente certamente iria me permitir me apaixonar por ela. Iria me permitir tentar fazer com que ela se apaixonasse por mim também.

Mas como as coisas não são como em uma utopia perfeita onde eu ainda teria a cara e o corpo que eu tinha, me contento com o que é possível para nós dois termos. Aproveito a companhia dela, o corpo, os beijos, o conforto que me dá todas as noites saber que não estou mais dormindo sozinho e que é isso que tem afastado meus pesadelos cada vez mais, aproveito o contentamento secreto que sinto toda vez que penso que depois de um dia exaustivo no trabalho ela vai estar lá me esperando para jantar mesmo eu sabendo o quanto todos odeiam comer na minha presença.

Eu sempre como de cabeça baixa, mortificado e envergonhado, mas com ela é diferente, eu quase sou capaz de esquecer que eu sou só o que restou de quem eu costumava ser.

Com ela é como se não fizesse diferença nenhuma como sou agora e como era.

— Amanhã começamos a aproveitar nossa viagem.— Bela disse em meio a um suspiro meio relaxada, meio cansada, me fazendo deixar meus devaneios para outra hora.

— Como assim? Eu já estou aproveitando de hoje mesmo.— Retruquei brincando lhe dando um bom aperto na cintura desnuda embaixo do lençol, assim como o resto do corpo.

Lisbela riu, quase gargalhou em resposta.

— Não estou falando desse tipo de diversão seu bobo. — Começou a falar com as bochechas bem coradas, como se ainda não estivesse realmente acostumada com a minha safadeza. — Eu estou tão animada para ver tudo, e se você não se incomodar eu queria muito ir ver algumas das esquinas que Jack o estripador matou suas vitimas.— Me pediu com os olhos cheios de expectativa.

Pensei em negar para ver qual seria sua reação, mas nem mesmo de brincadeira eu conseguiria fazer isso.

— Quer ver palcos de grandes homicídios? Minha Rosa, eu posso te mostrar vários na Itália e no nosso país também.— Retruquei sorrindo me referindo aos vários lugares "históricos" para a minha família.

Uma vez o tio Peppe cortou a mão de um homem em um parque de diversões pouco tempo depois de casado com a tia Natasha por que o homem em questão passou a mão no rosto da minha tia. É uma historia muito engraçada, quase tanto quanto a do casamento deles.

— Para de ser bobo! Esses eu posso ver qualquer dia, mas pensa só como vai ser divertido q gente conhecer os lugares onde aqueles corpos foram encontrados, sempre faltando algum órgão e sem nenhuma pista do culpado.— Não importa que estejamos conversando sobre um homem que estripava suas vítimas, inclusive achei muito criativo e certamente vou copiar nos meus interrogatórios, e também não me importa que ela queira tanto ver o lugar onde essas mulheres foram encontradas. Tudo o que me importa é que ela está tão animada, tão contente falando de um assunto que gosta que eu fiquei hipnotizado.

— Você é muito delicada para esses lugares amore mio, nem devia saber sobre esses casos. — Comentei puxando ela um pouco mais para mim.

Nossos dias a partir de amanhã vão ser tão cheios que eu só quero aproveitar ao máximo o que tenho com ela agora. Só nós dois.

— Isso é um insulto! Eu sou muito durona.

— Eu sei, mas se eu pudesse te protegeria de tudo, até mesmo de ter conhecimento sobre esses homicídios.— O sorriso que recebi em resposta foi o que eu precisei para iniciar um beijo lento e cadenciado, ansiando por mais que isso.

Infelizmente alguém no universo não quer me deixar ter um momento satisfatório com a minha esposa, por que antes que eu pudesse avançar um pouco mais as coisas ouço batidas na porta.

— Cazzo! Tomara que quem estiver batendo nessa porta tenha uma morte lenta e dolorosa.— Resmunguei me jogando de costas na cama.

— Enzo! É só a comida que eu pedi para nós. Se você tivesse concordado em dispensar a empregada eu mesma podia ter feito, mas como não me deixou cozinhar tive que pedir.— Retrucou dando de ombros enquanto se levanta completamente nua, mas imediatamente vestiu um robe acabando com a minha visão privilegiada.

Lisbela pegou um carrinho médio com bastante comida, dispensou a empregada e caminhou até mim, pedindo para eu me levantar, lavar as mãos e finalmente vir comer.

Mesmo me sentindo confortável o bastante com ela para comer em sua frente eu ainda fico envergonhado logo a princípio por que é difícil não me lembrar de experiências negativas.

Logo que eu voltei tentei começar a retomar a minha vida normalmente, na primeira vez que fui ao clube e aceitei uma companhia particular a mulher em questão me fez um pedido.

Pediu para que um lanche fosse servido, e pediu que eu tirasse a máscara para comer com ela.

Meus pais e meus irmãos insistiam que as cicatrizes não eram tão ruins, que as pessoas acabariam se acostumando e eu tomei a péssima decisão de tentar fazer isso naquele momento. Assim que tirei a máscara a mulher fez uma expressão de náuseas, nojo absoluto mesmo, se levantou da cadeira pediu desculpas e saiu correndo falando que não conseguiria ficar mais olhando para mim.

Pelo menos pediu desculpas.

Toda vez que eu vou comer com a Lisbela fico meio que esperando que ela se dê conta da minha aparência e haja de uma forma parecida. Talvez pior.

— Vem, já fiz o seu prato e coloquei bastante legumes, acho bom comer tudo.— Eu sorri observando a cena.

Não, a minha Bela nunca agiria de uma forma ruim comigo. Uma mulher que tem tentado tanto ser mais próxima de mim, que se dá ao trabalho de servir comida para mim no prato e ainda se preocupa com que eu tenha uma alimentação saudável... É nítido que ela jamais faria algo assim comigo.

— Prometo que como todos ragazza, desde que a sobremesa seja você.— Retruquei lhe dando uma piscada de olho sugestiva antes de sentar na cama para comer.








Meus amores, eu preciso me desculpar com vocês, no domingo que eu ia postar meu irmão e minha mãe tiveram um problema de trânsito, ESTÃO BEM GRAZIE DIO, mas eu não tive cabeça para concluir depois. Votem e comentem MUITOOOOOOO

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora