Capítulo 2

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Enzo Campbell

O motorista da vez sou eu, então passei primeiro da casa do Lucien que é muito mais perto da minha, e depois passei na casa que as minhas irmãs agora dividem.

Bom, eu tenho que admitir que elas duas terem desistido da organização assim para ter uma vida "normal" é algo que não entra na minha cabeça pelo simples fato de que elas nunca vão ser o que consideram normal. É impossivel. Elas duas já vem com uma bagagem que nenhum de seus amigos mais proximos possuem, são desconfiadas por natureza por que foram ensinadas a serem assim... Perca de tempo elas tentarem, e agora que deram as costas para tudo eu não vou poder fazer nada se elas quiserem retornar.

É uma decisão para sempre, e o pior de tudo é que agora nós só podemos ter contato com nossas irmãs as vezes, isso machuca muito os meus pais.

— A apresentação de hoje vai ser alguma coisa especial?— Lucien perguntou para a nossa irmã quando ela entrou no banco de trás do carro.

Antes de responder ela se inclinou e deu um beijo estalado no rosto de cada um de nós.

— É competição, eu estou indo torcer por Lisbela, ela é a melhor patinadora e com certeza merece ganhar.— Isa disse e como é ela quem é maluca e alucinada por esse negocio de patinação eu não contestei, melhor irmos logo e logo isso também vai acabar.

— Então vamos todos torcer por ela.— Lucien disse e eu me contentei em assentir com a cabeça.

Senti a cicatriz do meu rosto começando a coçar e eu não tive opções a não ser fazer isso, sentindo o relevo do que outrora foi um corte bem feio.

Eu costumava me achar bonito antes de tudo, agora eu simplesmente não suporto mais olhar para mim mesmo.

Chegamos rapidamente ao centro esportivo de patinação da cidade, ao que parece os escoceses em peso estão aqui neste mesmo lugar para ver essa patifaria.

Sentamos em um camarote que a Isa comprou de forma vitalicia, eu adorei estar protegido por esse vidro pesado onde eu posso simplesmente fingir que ninguem está me vendo e eu também não estou vendo ninguem.

Chegamos bem em cima do horario das apresentações, e depois de um discurso tedioso as duplas começaram a entrar.

Primeiro foi um homem e uma mulher dramatizando a historia da cinderela, eu precisei prender o riso para não cair na gargalhada.

Por favor, eu não quero ser machista nem nada disso, mas um homem que se preste a isso so pode ser gay.

— Olha lá, agora é a Lisbela.— Minha irmã disse de forma tão animada que eu me inclinei para frente sem perceber, curioso para ver de quem ela estava falando.

A essa distancia é complicado para vizualizar com perfeição, mas a garota loira é muito bonita, a pesar do cabelo preso com tanto rigor.

Ela parece uma mulher delicada para os padões com os quais eu estou abtuado, na verdade eu não sei bem o motivo, mas ela me lembra a Stella, a esposa do meu primo Domenico.

Talvez seja o fato das duas serem loiras que aparentam ser frageis e delicadas demais.

Voltei a recostar as costas na cadeira para assistir a apresentação, ela e o seu parceiro estão fazendo uma dança um tanto quanto... sensual demais em minha opinião.


— Eles são tão lindos juntos, deviam ser um casal.— Isa disse com um olhar meigo, completamente hipnotizada pela dança.

— Ele parece gay.—Lucien ecoou a minha opinião de forma geral.

Parece mesmo, mas se não for essa dança deles dois é meio esquisita para dois amigos fazerem.

É intima demais, não tem forma melhor de descrever.

— Gay nada, já tiveram muitos rumores sobre eles dois.— Isa comentou e tanto eu quanto o Lucien achamos por bem ficarmos calados, não tem motivo para entrar em uma discussão futil com nossa irmã mais nova a respeito da sexualidade de um cidadão, por favor.

Que coisa mais ridicula.

Mas que ele tem geito de gay, tem.

As apresentações levaram duas horas para serem concluidas, Isabe gritou completamente animada quando o nome da Lisbela foi anunciado como finalista, se ela vencer a competição ela e o seu par vão receber uma quantia em dinheiro como premio.

Antes que eu pudesse falar algo o meu irmão nos comprometeu novamente a vir junto com ela para a tal edição final.

Que droga.

Deixamos a Isa em casa novamente e olhei com certa raiva para o Lucien. O idiota levou um bom tempo para perceber.

Esse é o grande hacker, rei da inteligencia.

— O que foi?— Perguntou brincando com o colar dele, desde que comprou essa porcaria não tira mais do pescoço.

— Você tinha que comprometer a gente a vir para isso de novo?— Perguntei contrariado.

Eu amo a minha irmã, ,mas detesto me sentir obrigado a fazer algo que eu obviamente não quero fazer.

Cazzo!

— Somos irmãos prestativos, Enzo, temos que fazer nosso papel, para de ser reclamão. Você já foi mais divertido.— Meu gemeo comentou dando de ombros, sem se esforçar para camuflar o sorriso presunçoso no rosto.

Ele sabe que eu faço de tudo pela familia, inclusive encarar essa apresentações interminaveis de patinação do gelo.

— E você deveria parar de usar esse colar ridiculo.— Alfinetei sem perder a oportunidade de tentar sair por cima.

— Eu comprei em um antiquario, todo mundo sabe que coisas de antiquarios tem historias, aposto que a desse colar aqui deve ser muito legal. Seu mané.— Respondeu empinando o nariz ao me chamar de mané. Não pude evitar, tive que rir.

— Mané? serio? Você tem cinco anos cara?— Perguntei ainda rindo.

Ele pode ser o melhor hacker, o maior genio da familia e o cacete a quatro que quiserem dizer que ele é... Mas quando o assunto é criatividade para um insulto realmente bom ele deve muito.

Precisa de umas aulinhas para melhorar dignamente.

— Você não me deu tempo de pensar em um insulto melhor.— Respondeu.

— Qualquer coisa é melhor que "mané". Até a mamãe xinga melhor que você.— Caçoei novamente morrendo de rir.

— Que bom que você acha isso, por que ela já encontrou uma noiva para você.— Lucien disse quando chegamos na frente da casa dele me fazendo freiar com força.

— Ela o que?— Perguntei para ter a certeza de ter ouvido certo.

Com que direito a mamãe fez isso sem me consultar?

— Você ouviu maninho. Boa sorte. Chamar você de homem cuja esposa foi escolhida pela mamãe, é insulto o bastante?— Gargalhou saindo de dentro do carro me deixando no mesmo estado de estupefação cronica.

Eu vou falar com a senhora Luara Fontenelle Campbell agora mesmo, acho que ela me deve algumas explicações.









AMORES, VOTEM E COMENTEM MUITOOOOO, EU TO BEM EMPOLGADA!!!

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora