Capítulo 58

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LISBELA CAMPBELL

A minha cabeça dói.

Meu corpo inteiro dói, e tudo o que eu consigo pensar é que eu fui uma grande idiota por não ter deixado o Lucien dormir lá em casa. O Enzo deve estar tão nervoso agora... Tudo por que eu fui uma idiota!

Talvez a presença do meu cunhado não intimidasse os invasores o bastante para irem embora, mas com certeza me daria uma grande chance de estar em segurança, por que pelo que eu sei o Lucien e o Enzo são os melhores em combate corpo a corpo, e devido a condição do meu marido, existem alguns dias e algumas situações em especifico que o Lucien é melhor do que ele, por que afinal de contas o Enzo tem algumas limitações. Eu fui uma boba, e agora estou dolorida demais para tentar escapar daqui.

O homem não se apresentou ainda, e sinceramente isso é totalmente dispensável uma vez que eu teria que ser uma burra completa para não saber que se trata do pai do Brian. A aparência é similar demais para deixar duvidas, e quando ele veio falar comigo gargalhava assustadoramente todas as vezes em que me via apoiando a mão na minha barriga, logo depois dizia algo desagradável como "sua mãozinha não vai fazer essa praga nascer", então eu deixei de passar a mão na minha barriga enquanto ele estava aqui. Quero chamar atenção o mínimo possível para o meu bebê, especialmente depois que sem mais nem menos o pai do Brian deu ordens para que de tempos em tempos algum soldado viesse ou para me bater ou para me intimidar.

Ah, e é claro, para me trazer uma comida xexelenta que eu nunca ousaria ingerir. Não vou arriscar a me envenenar.

Então estou dolorida, machucada e com fome, mas eu seria uma grande mentirosa se falasse que eu estou com medo. Li livros o bastante para saber que sempre que as mocinhas estão em perigo elas sentem o medo tomando conta delas e as paralisando, e eu costumava achar totalmente coerente esse tipo de sensação quando se está entre a vida e a morte, mas agora que me encontro vivendo isso não consigo me amedrontar.

No começo eu estava apavorada, não posso negar, mas de uma forma inexplicável quando eu fiquei sozinha depois da primeira "visita" daquele homem eu vi a minha aliança brilhando completamente reluzente no meu dedo. No mesmo instante o rosto do Enzo surgiu nitidamente na minha cabeça, e mesmo com o rosto dolorido, machucado e meio inchado devido às curtas agressões, eu senti paz.

É loucura, eu sei, mas de uma forma inexplicável quando eu toquei a aliança eu praticamente ouvi a voz dele me acalmando.

"Aguenta firme minha rosa, eu já estou indo salvar você e o nosso filho, não importa o quanto custe. Minha rosa, minha Bela, meu amor."

É o que eu vou fazer. Aguentar firme o máximo que eu puder por que eu sei que ele está vindo, e quando ele chegar aqui... Nada vai ser capaz de ajudar o miserável que me capturou.

— Divagando de novo, querida? Você faz muito isso.— O tal do infeliz, pai do Brian, surgiu novamente no meu campo de visão.

Endireitei a postura e encostei as costas na parede tentando fingir que não sinto mais dor alguma.

— Pensando em jeitos criativos para sugerir ao meu marido quando ele for te matar. Por que caso ainda não saiba, ele vai fazer isso.— Retruquei dando de ombros tranquilamente, sabendo que eu não preciso nem mesmo me preocupar em ser criativa. Algo me diz que os requintes de crueldades serão cortesia pessoal da "fera monstruosa" como todos chamam o meu marido.

Finalmente os apelidos grotescos que puseram nele vão fazer algum sentido para mim.

O Homem a minha frente riu. Simples assim, ele riu como se não estivesse com a sentença de morte assinada.

Será que os prisioneiros no corredor da morte nos EUA agem assim também?

— Se pensar em coisas impossíveis te fazem mais feliz, que assim seja. Acho que não fomos apresentados ainda, Sou Alex Suzano, o pai do....

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora