Capítulo 18

1.2K 134 22
                                    

Lisbela Mackenzie

Eu não esperava que fosse ter um pedido de casamento cheio de amor e ternura, mas esse é o unico pedido de casamento que eu vou ter na vida, então não acho que fui boba ao pensar que ele teria pensado nisso e faria algo minimamente romantico.

Engoli a minha decepção por que nada poderia ser feito quanto a isso e me contentei em sorrir e conversar com a familia dele.

— Lisbela, se quiser ir conhecer a casa pode ir agora com o Enzo, acho bom você já ver onde vai morar quando casarem.— A senhora Luara sugeriu, tentando desesperadamente fazer eu e o seu filho termos algum tipo de contato.

Eu não julgo e nem me impressiono por que ela tem tentado isso a noite inteira, assim como eu.

— Eu adoraria, assim se ele deixar eu já posso ver se quero mudar algo.— Sugeri olhando para ele, que segue concentrado em beber um grande gole de seja lá qual for a bebida da vez.

— Filho, o que acha? — Ela direcionou a atenção agora para o Enzo.

— Por mim tudo bem, é claro. Podemos ir agora mesmo.— Respondeu se levantando do sofá rapidamente, aceitando a vontade de sua mãe.

Eu preferi fazer o mesmo, me levantei e o segui para o lado de fora da casa, claro que não antes de me despedir de todos por que não sei se iremos retornar antes de eu ir para casa. Com sorte o fato de eu e ele ficarmos sozinhos vai me dar um pouco mais de oportunidade para tentar entender o motivo dele estar tão resistente a ter uma conversa decente comigo sendo que ele também é a favor do casamento.

Eu me sinto completamente confusa e perdida a cada vez que ele me afasta.

Caminhamos em silêncio poucos segundos, até ele parar ao lado de um carro chique demais para alguem como eu. Parei e o observei abrir a porta do lado do passageiro e gesticulando me pediu que entrasse.

— Seu irmão me disse que é costume morar na mesma rua que a familia. Você não seguiu isso?— Perguntei achando esse um bom ponto de partida para a conversa, mas obviamente eu não quis testar a sua gentileza e até onde iria a paciencia dele para manter a porta aberta para mim, então entrei e esperei que ele respondesse assim que entrasse e sentasse no banco ao meu lado.

— Moro a alguns quarteiões a mais de distância, e além disso imagino que tenha ficado com os pés doloridos por ter caminhado com esses saltos até aqui.— Retrucou prontamente e deu partida no carro, me fazendo ficar automaticamente em silêncio.

Senti uma coisa creptante dentro de mim por conta da proximidade entre mim e ele. Senti uma vontade quase incontrolável de... sei lá. De fazer qualquer coisa que me permita sentir o calor do corpo dele.

Meu corpo começou a formigar e eu entendi isso como um sinal de que era o momento certo para sacudir a cabeça para afastar essa sensação. Não adiantou muito, é claro, a sensação é persistente.

Cruzei as pernas e comecei a prestar atenção na rua deserta.

— Você está bem?— A voz dele fez apenas a sensação ficar ainda mais persistente, mas tudo bem, eu posso fingir que tudo anda em ordem.

Li livros o bastante para saber o que esse formigamento insistente significa. Isso seria uma coisa muito boa se ele estivesse demonstrando sentir o mesmo.

— Estou sim. Estamos chegando? Não aguento mais ficar no carro.— Respondi tentando fazer parecer que a parte sobre não aguentar mais ficar dentro do carro fosse uma misera brincadeira, parece que eu consegui atingir o meu objetivo por que ele sorriu.

Foi um micro sorriso, mas ainda assim ele foi perceptivel.

— Já chegamos, na verdade.— Enzo disse olhando para frente e eu fiz o mesmo que ele, me deparando com uma fachada muito bonita, elegante, moderna e enorme.

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora