Capítulo 38

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Lisbela Campbell


— Espera um pouco, está bem? quando alguem atender eu peço ajuda com o bolo e você pode voltar para casa.— Avisei para o pobre motorista. Me senti meio culpada por ter feito esse desvio de função com ele hoje, por que afinal de contas ele foi contratado basicamente para dirigir, e não me acompanhar caminhando e carregando peso para a casa da minha sogra.

— Tudo bem senhora, não se preocupe.—  Respondeu com um sorriso simpatico no rosto.

Toquei a campainha sentindo minhas pernas começando a ficar tremulas de nervosismo.

Céus, eu posso atribuir a culpa disso diretamente ao Enzo por que foi depois do nosso casamento que a minha vida virou de ponta cabeça.

Eu nem sei como me comportar com relação aos meus sentimentos por ele, afinal isso não devia ter mudado assim de forma tão rapida. Eu preciso mesmo dizer a ele que mesmo sem ele ter feito nenhum esforço para me conquistar, ainda assim eu me apaixonei por ele ou eu deixo ele descobrir sozinho?

Meus devaneios foram interrompidos com a Ana, esposa do Marco e mãe do Rael e da Stacy, abriu a porta.

—  Bela! Que bom ver você. Enzo! vem pegar esse bolo que a sua esposa trouxe por que ele é maior que ela!—  Ana gritou para dentro de casa me fazendo rir meio envergonhada, mas sem duvidar momento nenhum de que esse tamanho é até pequeno para tanta gente. 

Eu finalmente percebi o nome que ela gritou. Não foi o do marido dela, e sim o nome do meu.

Franzi a testa mas antes que eu pudesse perguntar se entendi errado, o próprio Enzo surgiu na porta.

— O que está fazendo aqui?—  Questionou de testa igualmente franzida, mas foi prontamente pegar o bolo das mãos do motorista. —  Grazie, já pode ir.

—  O que você esta fazendo aqui é uma pergunta mais apropriada, Enzo. Ia mesmo me deixar o dia inteiro sozinha?— Perguntei dando passos para dentro da casa, o bastante para a porta ser fechada atrás de mim e o bastante para um pequeno grupo da familia Fontenelle poder ver a minha chateação.

— Achei que você não fosse estar em casa, ai preferi ficar aqui com o pessoal até dar a hora de buscar você.—  Se explicou parecendo realmente sincero, mas eu não quero facilitar as coisas para ele.

Será que seria um esforço sobre-humano pegar o celular e verificar se eu estava em casa ou não? Ele melhorou o comportamento com relação a mim, mas acho que os sentimentos seguem os mesmos.

— Engraçado, seu celular pegou fogo por acaso?— Perguntei cruzando os braços na altura dos seios.

— Eu acho que alguem está encrencado.—  O senhor Peppe cantarolou caçoando do sobrinho, mas foi ligeiramente repreendido por um tapa no braço deferido por sua propria esposa.

—  Eu não estou encrencado!—  Retrucou olhando para o tio e depois voltou a olhar para mim.—  Eu estou?

—  Você não vai encostar no bolo que eu fiz. Agora sim me sinto melhor.—  Respondi quando o Enzo assumiu uma expressão de chateação e de raiva também, tal qual uma criança quando proibida de comer açúcar antes do jantar. 

— Que mal lhe pergunte querida, mas por que você trouxe um bolo para essa visita?— O senhor Tom, outro tio do Enzo perguntou aparecendo no meu campo de visão.

Forcei um pigarro um pouco desconfortável, mas acredito que todos aqui já saibam sobre mim e sobre a Stella, especialmente se eu considerar que  a conversa com a minha mãe foi aqui mesmo nessa casa, e a conversa não foi nada calma e silenciosa.

A Bela da Fera - Livro 4 da série: Família FontenelleOnde histórias criam vida. Descubra agora