💵 2018 💵
Leôncio Hernández
— Tragam o Bernardo — Ordenei aos meus homens, antes de eles caminharem em direção à porta, falei: — Sem machucá-lo, eu mesmo faço isso.
— Sim, senhor! — Eles saíram para caçar o rebelde do meu filho delinquente.
Aos quinze anos de idade, ficou doido. E não era falta de porrada, bato nele quase todos os dias. Desde que a Paola foi expulsa desta casa, o Bernardo mudou a sua personalidade. Não era mais um garoto doce, amável e respeitador, agora que virou um adolescente que está impossível de se criar. Pegando os meus carros escondidos, é suspenso na escola, neste ano ele foi expulso em três escolas diferentes por faltar aulas ou brigar na rua feito cachorro vira-lata.
Mesmo com dinheiro, às vezes ele não compra a sua reabilitação. A única pessoa que ele escuta é Anna Lúcia, aos doze anos de idade virou uma mocinha e ainda vive correndo atrás dele feito uma cachorrinha com coleira no pescoço. Durante dois anos, as coisas mudaram bastante... Pra pior. A porta foi aberta, Sebastião entrou um pouco eufórico e suado, suas mãos estão sujas de sangue e terra, após demitir o Humberto e expulsar nas minhas terras por causas das suas crises e da sua desobediência, Sebastião ficou no seu lugar me dando relatórios que tudo acontece nas minhas terras.
— Mais um González foi capturado cambaleando por aí, senhorzinho — Diz ele.
Na última vez que capturamos, foi três meses atrás, capturamos três homens querendo envenenar o solo. Ordenei que matasse e retalhasse os seus corpos, os membros decepados foram colocados dentro numa caixa vermelha e veludo e depois enviamos para o patriarca, Geraldo González. O filho da puta não cansa de me surpreender, chega até ser cansativo. O que ele ganha com isso? Perdendo os seus homens dessa forma, se fosse eu, pararia na primeira morte.
Coço o meu queixo.
— Vamos torturar como sempre, e dessa vez vamos fazer diferente, vamos decepar a sua cabeça e escrever um bilhetinho com o próprio sangue dele e para o seu chefe. Eu mesmo farei isso — Levanto na cadeira — Prepara a minha roupa de açougueiro.
— Sim, senhor!
Ouço gritos do meu filho e da Anna Lúcia, abro o sorriso, acabei de ter uma ideia genial. É hoje que o rebelde do meu filho vai presenciar uma tortura formidável e já está na hora de ele ser homem definitivamente. Pego o meu chapéu preto e ponho na cabeça, antes de sair do escritório peguei a minha chibata. Talvez usarei essa coisa na sua pele, ele precisa engrossar o seu couro mesmo.
Saímos do escritório.
Na sala de estar, Héctor Hernández está sentado assistindo TV, infelizmente o meu pai está doente e perdendo um pouco a lucidez, é uma doença que aos poucos está o debilitando, os sintomas no começo era invisível para se preocupar. Porém, com o passar do tempo as coisas pioraram e o diagnóstico abalou as nossas estruturas emocionais, Alzheimer tirou a sua credibilidade dos negócios e por causa disso, serei mais duro com o bastardo. Bernardo terá que entender, um dia ele terá que assumir os negócios da família.
Nem Alejandro e a María não estão mais presentes em nossas vidas. Dou um beijo na sua testa e saio, Héctor nem sentiu a minha presença, como sempre no seu mundo.
A porta principal já está aberta, saio.
Vejo o Bernardo sendo trazido à força pelo cavalo, as suas mãos estão amarradas com uma corda e sendo puxado pelo Thiago, que se divertia com a cena. E Anna Lúcia sentada atrás dele na garupa e chorando como sempre. Anna Carmen passa por mim correndo, está segurando a sua filha em seus braços e também está segurando um cinto. Sinto alguém pegar na minha perna direita, olho para baixo e vejo Castiel se apoiando. Sorrindo e colocando a mão na boca, é uma gracinha, Anna Carmem está cuidando dele como se fosse o seu filho biológico. Ninguém se mete na sua educação além da sua mãe adotiva.
Deixo o Castiel sentado nos degraus da escada e vou caminhando até o Bernardo, que está de joelho. Seu corpo está todo suado e sujo de terra, desde que o ensinei a dirigir ele pega escondido os meus carros e passear por aí, e é óbvio sem a minha permissão. Pra piorar, leva a sua lacaia. Anna Carmen pega a sua irmã pelos cabelos e a arrasta até chegar em casa, eu acho que alguém vai apanhar, além do Bernardo.
— Bernardo, o que eu faço com você? Tenho suspeitas que você gosta de sentir o gosto do couro.
Pego o cabo do chicote e chicoteio no chão, Bernardo tossi ao sentir a poeira entrando no seu nariz.
— Que história é essa que irei estudar numa escola cheia de pessoas doentes? Eu escutei você falando pelo telefone e Zeus Lambertini cuidará pessoalmente da minha matrícula.
Aproximei-me desse marginal, peguei o couro cabeludo e puxei para trás, avalio-o, cada dia está ficando idêntico ao seu pai. Porém, com a personalidade da sua mãe.
— É verdade, sim! Irá estudar no próximo semestre, naquela escola você aprenderá a ser gente e seguir as ordens, mesmo que sejam desumanas e doentias.
— Você é um monstro, não é à toa que a Paola fugiu das suas garras.
bofeteio a sua cara, aponto o dedo no seu rosto.
— Aquela mulher é uma ordinária, certifique-se disso Bernardo. E além do mais, seu comportamento está impulsivo. Antes que te mate ou arranque a sua língua, e de brinde os seus dentes também. É melhor para todo mundo você ir para Itália daqui a dois meses.
— Seu desgraçado!
— Viro-o de costas — Ordenei.
Meus homens me obedeceram, há meses que não engrosso a pele das suas costas. Bernardo precisa que esteja ciente que quem manda nele sou eu e nada mais importa. Levantei o chicote, e abaixei, uma marca perfeita ficou gravada na sua pele. Dei mais duas chicotadas.
— Você está se comportando muito mal, Bernardo, e precisa aprender uma lição. Mesmo que arranque o seu couro.
— Vai se fuder — Grita entre o choro e soluços.
Não tenho pena, preciso educar esse rebelde. Ele escolheu essa educação e não eu, só estou exercendo a minha parte como pai.
— E daqui a pouco, vai presenciar o seu pai torturando um inimigo.
— EU TE ODEIO!
No total foram dez chibatadas nas suas costas, sangue saía nas marcas recém cortadas. Às vezes sou duro, mas infelizmente, serei até o fim. Principalmente com a doença do meu pai, que pode ser genético, porque o meu avô também tinha essa doença. E sem mais dois herdeiros aqui, toda a responsabilidade caiu sobre no meu colo.
De novo...
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A vingança de Leôncio - LIVRO 2
RomanceContinuação da história "Bela Posse" Leôncio Hernández foi enganado por várias pessoas, a sua ex-falecida esposa fez uma emboscada para manter o seu casamento com o herdeiro do Cartel Hernández com a ajuda da Paola Flórida. Entregar o seu filho que...