Leôncio Hernández
Cinco dias depois
— Você acha mesmo que estou fazendo o certo? No fundo, acho que a Paola só está me usando como fantoche. E eu estou deixando por causa da culpa que está me consumindo, quando olho para o Álvaro, vejo todo sofrimento que ele poderia vivenciar se não tivesse aquele ataque.
Pego a garrafa de uísque e ponho no copo vazio até transbordar. Ergui o copo cheio para o Zeus Lambertini, o italiano me deu um meneio de cabeça e deu sorriso sem graça. A bebida amarga e forte desce pela minha garganta num gole só, só quero relaxar e afogar a minha tristeza e remorso nesse copo. Quando terminei Zeus tirou o copo entre os meus dedos, o encarei incrédulo. Que merda é essa? Virou o meu pai?
— Bebendo dessa forma, você nunca saberá das respostas. Para de ser idiota e resolve os seus problemas sóbrio, pelo menos.
Uma mulher bonita e ruiva apareceu na nossa frente, debaixo do balcão de madeira retirou o pano rosa e começou a limpar ignorando nós dois, estamos no lugar reservado e vazio. Queria conversar com uma pessoa da minha situação, e o único amigo que tinha estava a quilômetros de distância. Fiquei grato que Zeus Lambertini tirou um tempo para mim e ouvir as minhas lamentações sobre a Paola Flórida.
— O que devo fazer? — Perguntei — Minha mãe foi embora, e eu estou caçando ela desde então. Paola não se contenta da surra que dei nela, ela quer mais e mais.
— Se quiser posso rastreá-la, sou bom nisso.
— Quero a sua ajuda, provavelmente a minha mulher vai colocá-la na fazenda ou fazer ela de empregada naquela casa.
— E sobre o ataque, não vai revidar? O meu sangue ferveu quando soube da notícia que a sua fazenda foi atacada por aquela família monstruosa. Se quiser a minha ajuda, ficarei feliz em ajudá-lo. Perdeu muita gente?
— O Bastante — Suspirei — A maioria morreram e ficaram só as crianças, coloquei todas elas no orfanato bem afastado das minhas terras.
— Fez o certo! Mas, e aquela família? Soube que o desgraçado casou-se novamente, quem é ela? É bonita?
Antes de responder a sua curiosidade peguei a garrafa de uísque e o meu copo.
— Estou pagando seu filho da puta — Resmunguei — Sim, ela é bonita! Eu a vi no centro carregando o seu bebê, o nome dele é Enzo Gabriel.
— Interessante!
— O nome dela é Paulina, não sei como ela apareceu naquela fazenda. Até hoje é mistério, talvez seja filha de uma empregada de lá, eu acho.
— Paulina!
— E o seu caráter?
— Os seus olhos pareciam tristes, e é jovem ainda, casada com aquele homem deve ser fácil Porque está interessada nela?
Zeus bebe o seu uísque — Vou colocar um espião naquela casa e descobri tudo o acontece entre as paredes.
— José González, é o filho mais velho. Ele vive nas casas de prostituição e gasta todo o seu patrimônio em festas, mulheres, drogas e bebidas, ele é uma porta acessível. Deve começar com ele.
— Gostei da sua ideia, vou adquirir. Conheço um ideal para este trabalho e eu vou colocar o plano em prática, no mínimo dois anos essa família será apenas uma lembrança.
— Por que dois anos?
— A confiança não é adquirida com pouco tempo, precisa semear antes de cultivar.
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A vingança de Leôncio - LIVRO 2
RomanceContinuação da história "Bela Posse" Leôncio Hernández foi enganado por várias pessoas, a sua ex-falecida esposa fez uma emboscada para manter o seu casamento com o herdeiro do Cartel Hernández com a ajuda da Paola Flórida. Entregar o seu filho que...